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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Frio fora de época prejudica retomada do varejo têxtil

    07/11/2016 02h59

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 04-01-2012: Consumidora em loja de roupa no shopping Mooca, em São Paulo (SP). O mês de janeiro é marcado por liquidações no comércio. (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress, COTIDIANO)
    Expectativa inicial do varejo têxtil era que as vendas fossem maiores em outubro

    O frio prolongado nas regiões Sul e Sudeste do país ajudou a postergar a recuperação de resultados do varejo têxtil neste último trimestre, período que é o mais movimentado para o setor.

    A expectativa das empresas era que, em outubro, as vendas já estivessem em um patamar mais elevado, segundo Marcelo Prado, diretor do Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial).

    "Se a estação de primavera-verão não se consolidar até o fim de novembro, o desempenho anual deverá ser afetado", avalia.

    A projeção das grandes redes para o último trimestre é de um faturamento igual ao de 2015, afirma o presidente da Abvtex, entidade do setor, Edmundo Lima.

    "A confiança mais alta do consumidor não se converteu em vendas em outubro, e as ondas de frio fora de época não têm ajudado."

    Tradicionalmente, as vendas de fim de ano crescem 120% em relação à média dos demais meses. Em 2015, a alta foi de 70% e, em 2016, a projeção é de que o resultado seja entre 5% e 6% superior ao do ano passado.

    Entre janeiro e agosto, foram comercializadas 8,6% menos peças que no mesmo período de 2015.

    Mesmo com um bom desempenho do último trimestre, o setor prevê fechar 2016 com queda de 4,6% de vendas e crescimento de receita abaixo da inflação, de 2,7%.

    COM QUE ROUPA EU VOU - Vendas do varejo têxtil*

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    Intramuros

    O setor de eletrônicos deve fechar este ano com crescimento de 3% -o que é pouco, se considerada a queda de 10% em 2015.

    O segmento não ganhou espaço no exterior quando o real estava menos valorizado e segue muito mais importador que exportador.

    Algumas empresas, porém, conseguiram melhorar seu desempenho ao aumentar as vendas entre as unidades fora do país.

    É o caso da Schneider, companhia francesa de gestão de energia e automação, cujas exportações chegaram a 16% da produção local neste ano -em 2015 eram 14,2%.

    Anna Carolina Negri/Valor
    24/02/2016 Editoria: Tecnologia Reporter: Gustavo Brigatto Local: SP Pauta: Mudanca de comando na Schneider Electric. Personagem: Cleber Morais, presidente da Schneider Electric. Foto: Anna Carolina Negri/Valor ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***
    Cleber Moraes, presidente da Schneider Electric

    A média do setor gira em torno de 10%, segundo Cleber Moraes, presidente da Schneider Electric. A Abinee, entidade da indústria, não informa esse dado.

    "A venda entre 'Schneiders' é facilitada", diz o executivo. As unidades que mais importam os produtos brasileiros são as da França, Argentina, Colômbia e México.

    8
    são as fábricas no Brasil

    3 mil
    são os funcionários no país

    € 26,6 bilhões
    (R$ 86 bi) foi a receita global no ano passado

    *

    Remédio popular

    A venda de medicamentos genéricos teve um crescimento, em unidades, de 12,6% no acumulado de 12 meses até setembro deste ano, em comparação com igual período de 2015, aponta o IMS Health.

    Em faturamento, a alta no período foi de 16,35%.

    Apesar da expectativa de que a expansão do segmento se desacelere à medida que se consolida, os genéricos mantiveram seu crescimento acima da média das demais categorias do setor.

    "A quebra de algumas patentes importantes para o mercado é relativamente recente, ainda existe espaço para crescimento", afirma Pedro Bernardo, diretor da Interfarma, associação que reúne farmacêuticas.

    No mesmo período, o volume de remédios de referência comercializados permaneceu estável, com um aumento de 0,5%, e o total de similares vendidos cresceu 2,9%.

    RECEITA MÉDICA - Faturamento de medicamentos no acumulado de 12 meses até set.2016

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    Ocupação em hotéis pequenos deve ser a pior desde 2011

    O ano de 2016 deve ser o pior já registrado por pequenas redes de hotéis desde 2011.

    Em setembro, a taxa de ocupação dos estabelecimentos independentes se manteve abaixo de 50%.

    A estimativa é que o índice gire em torno de 53% ao fim deste ano, segundo a Abih, que representa o segmento.

    "Não caiu só a ocupação como a diária média", diz Dílson Fonseca, presidente da associação. "O quadro deve começar a se reverter em 2017, com o retorno da divulgação do país nos últimos anos."

    Uma retomada depende, no entanto, de apoio governamental e da regulamentação de serviços de aluguel temporário, como o Airbnb, afirma.

    Ele critica um acordo negociado entre o site e a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) para promover a vinda de estrangeiros ao país.

    "Há motivo para preocupação, mas nada será decidido sem pacificar esse ambiente", afirma Vinicius Lummertz, presidente do órgão.

    Procurado, o Airbnb declarou, em nota, estar contente com a parceria.

    Quartos vazios - Média anual de ocupação de hotéis regionais, em %

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    Salas cariocas

    O centro universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, vai investir R$ 20 milhões nos próximos cinco anos para abrir seis novas unidades, todas elas na capital do Estado.

    A empresa tem 45 anos e desde 2010 se prepara para uma expansão, diz o diretor-executivo Rodolfo Bertolini.

    O dinheiro para abrir as novas unidades é próprio.

    Ainda neste semestre deverá ser inaugurado um campus no centro da cidade.

    A união de duas grandes companhias do setor, a Kroton e a Estácio, pode ser algo positivo, afirma Bertolini.

    "Elas não vão poder aumentar muito o número de novas faculdades", diz.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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