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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Nova Dutra quer estender contrato em troca de investimento de até R$ 3,5 bi

    11/11/2016 03h00

    A CCR, concessionária da rodovia Nova Dutra, se prepara para fazer investimentos na estrada que liga São Paulo ao Rio em troca de uma extensão no prazo em que poderá gerenciar a via.

    Ainda não está determinado o valor dos aportes. Pode ser uma obra mais simples, de R$ 1,7 bilhão, ou uma maior, de até R$ 3,5 bilhões.

    O contrato atual de concessão vai até 2021. Se a empresa fizer a reforma mais barata, vai explorar a estrada por outros seis anos e dois meses.

    A outra opção garante uma prorrogação da permissão por quase 17 anos.

    A decisão será tomada pela ANTT (agência nacional de transportes terrestres).

    Em um encontro promovido pelo UBS, representantes da agência afirmaram que esperam uma medida provisória que crie condições legais para esse acordo, segundo relatório do banco suíço.

    A CCR entende que o contrato atual já prevê extensão de prazo, caso ela faça investimentos adicionais.

    "Se a ANTT autorizar, podemos começar a obra em dois meses. Temos as licenças ambientais, e a de instalação está avançada", diz Ascendino Mendes, diretor-presidente da CCR NovaDutra.

    Em qualquer um dos cenários, a companhia vai se financiar com empréstimos para conseguir fazer as obras.

    "A CCR fez estudos e o valor de R$ 3,5 bilhões se encaixa na capacidade de alavancagem do grupo. Existe dinheiro no mercado para bons projetos", afirma Mendes.

    Nesta sexta-feira (12) a concessionária se encontra com um conjunto de 300 analistas do mercado para apresentar seus planos.

    TEMPO É DINHEIRO - Novos prazos da concessão por valor de aporte

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    Selo oficial

    O Ministério da Transparência vai divulgar na quarta-feira (16) as 27 empresas que receberão o reconhecimento de integridade do órgão, o Pró-Ética.

    É a segunda vez que o ministério concede esses títulos, que funcionam como uma espécie de selo.

    O número de candidatas neste ano foi de 195 –o dobro do ano passado.

    A busca aumentou à medida que a lei anticorrupção tornou-se mais conhecida e porque "o tema hoje é muito falado e isso motiva as empresas", afirma Claudia Taya, secretária de transparência do órgão.

    Hoje, a maioria das candidatas são de capital estrangeiro ou de setores muito regulados, como o de energia.

    "Os maiores benefícios às companhias são o reconhecimento, que pode gerar mercado, e uma espécie de consultoria do Ministério."

    Há uma ideia no órgão de, nos próximos anos, conceder às aprovadas no Pró-Ética um diferencial em licitações –pode ser um critério de desempate, por exemplo.

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    Indústria solar critica pressão de distribuidoras para taxar geração 'caseira'

    Diante da pressão das distribuidoras de energia para taxar a geração distribuída (realizada por consumidores independentes), a indústria solar tem pedido à Aneel, que regula o setor, um parecer neutro sobre o assunto.

    Estudos financiados por distribuidoras –que defendem uma tarifa pelo uso da rede– desconsideram os benefícios líquidos da geração distribuída, segundo o presidente da Absolar (associação do setor), Rodrigo Sauaia.

    "A modalidade reduz a necessidade de investimentos na rede, alivia a estrutura de transformadores, diminui perdas elétricas, entre outros fatores que geram ganhos."

    A entidade ainda avalia se irá encomendar pesquisas que demonstrariam os benefícios financeiros para a rede. "Vamos ter que nos preparar."

    A Aneel diz que há previsão de rever as normas atuais para geração distribuída, em vigor até o fim de 2019, e que "os agentes interessados serão instados a se manifestar".

    A área técnica da agência, porém, ainda não iniciou sua análise, afirma, em nota.

    ENERGIA FEITA EM CASA - Evolução da geração distribuída no país, em número de conexões

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    Efeito Trump

    A eleição de Trump nos Estados Unidos terá um impacto nulo ou levemente negativo na economia brasileira em 2017. Em um prazo de três anos, porém, seu efeito deverá ser positivo.

    Essa é a análise feita pela maioria dos cem executivos de diferentes setores ouvidos pela Deloitte na quinta (10).

    Quando perguntados sobre o impacto em seu próprio negócio, a tendência se repete: para 60%, haverá nenhum ou baixo efeito no ano que vem. Para 51%, há perspectiva positiva dentro de três anos.

    O resultado para 2017 é fruto da incerteza em relação às medidas do presidente eleito, diz Othon Almeida, sócio da consultoria. "A médio prazo, há confiança na retomada da economia americana, que afeta todo o mundo."

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    Pago amanhã

    O índice de pessoas inadimplentes no país em outubro registrou o menor avanço desde 2011. Houve alta de 0,21% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Na comparação com setembro, houve queda de 0,6%, apontam o SPC Brasil e a CNDL (Confederação Nacional dos Lojistas).

    "A desaceleração não é pela retomada da economia, mas porque débitos antigos foram pagos enquanto o crédito se tornou mais restrito", afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

    "Em dezembro, teremos o mesmo número de devedores observado em 2015", diz. Uma melhora ligada ao aumento de renda só é estimada para o segundo trimestre de 2017.

    A recuperação poderá ser mais lenta se houver menor redução da taxa de juros e alta do dólar -ambas possíveis após a eleição de Trump nos EUA, segundo Kawauti.

    CONSUMIDORES NEGATIVADOS - Número de pessoas inadimplentes, em milhões

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    Já é um começo

    A percepção dos brasileiros em relação à economia melhorou em outubro, mas o país ainda é o pior avaliado em ranking da consultoria Ipsos.

    Apenas 9% dos consultados classificam o cenário econômico como positivo, nível inferior ao observado em outras 24 nações como França (11%), Espanha (15%) e Coreia do Sul (15%).

    O líder do levantamento é a Índia, com índice de 82%, à frente da Arábia Saudita (80%) e da China (76%). A média global é de 41%.

    "As maiores preocupações no Brasil hoje são desemprego e inflação, fatores que não evoluem a curto prazo", afirma Danilo Cersosimo, diretor da empresa.

    Apesar do quadro ruim, a expectativa é otimista. Mais da metade (59%) dos entrevistados diz acreditar em uma melhora da economia nos próximos seis meses, índice bem superior à média geral (25%).

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    Hora do café

    Velati/Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 11.nov.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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