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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Governo prepara vetos à medida provisória das distribuidoras elétricas

    16/11/2016 02h59

    Os ministérios de Minas e Energia, Fazenda e Planejamento devem pedir à presidência para vetar alterações que deputados e senadores fizeram ao texto da medida provisória da privatização de distribuidoras elétricas.

    "A circulação do texto no Congresso incorporou uma prática do passado: procurar soluções pontuais que trazem danos coletivos", afirma Paulo Pedrosa, secretário-executivo de Minas e Energia.

    Os vetos que os ministérios pedem são para evitar o "mal generalizado", diz Pedrosa, que não especifica quais são os itens dos quais discorda.

    Uma adição à MP é a respeito de trabalhadores das distribuidoras: os legisladores querem que eles sejam mantidos durante dois anos após a privatização.

    Outra mudança refere-se a linhas de transmissão em obras, como as da Abengoa.

    A empresa espanhola venceu o leilão para trazer a energia de Belo Monte, mas a Aneel quer relicitar as obras.

    No texto aprovado na comissão mista, os parlamentares determinaram que, caso outra companhia leve esse contrato, ela seja obrigada a usar os mesmos fornecedores de equipamentos.

    Essas são adições que os ministérios pedirão para vetar, apurou a coluna.

    As discussões a respeito das modificações no texto não tiveram discordâncias entre os parlamentares, diz José Carlos Aleluia (DEM-BA), que foi o relator da MP.
    Se o governo barrar alguns artigos, no entanto, o Congresso não deve reagir, diz.

    Tramitação em curso

    Medida provisória do setor elétrico

    Propósito
    Reduzir subsídios a concessionárias e privatizar distribuidoras estaduais que foram federalizadas

    R$ 3,5 bilhões
    Em recursos de um fundo setorial para sanar distribuidoras do Norte e Nordeste

    As adições dos senadores
    >> Garantir, por dois anos, empregos dos funcionários das empresas que forem vendidas
    >> Manter subsídios às cooperativas de eletrificação rural
    >> Tarifa Social com descontos de 10% a 65%, conforme a faixa de consumo; a porcentagem pode chegar a 100% para indígenas quilombolas

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    Lacuna de R$ 300 milhões

    Funcionários brasileiros do Banco dos Brics receiam que o país não pague a segunda parcela do aporte que o país deve fazer ao órgão multilateral, no começo de 2017.

    Até o momento, não há dinheiro suficiente para o Brasil quitar a fatura, de US$ 250 milhões (R$ 860 milhões). Para que o valor seja saldado no prazo, é preciso ter verba prevista antes do fim do ano, diz um técnico do banco.

    Caso o Brasil não pague integralmente, perderá participação na sociedade na proporção do que faltar.

    Há hoje no Ministério da Fazenda R$ 556 milhões para o pagamento. Faltam, portanto, mais de R$ 304 milhões para a segunda parcela.

    O assunto está em discussão em uma comissão formada por secretários-executivos de quatro ministérios: Casa Civil, Fazenda, Relações Internacionais e Planejamento, segundo nota deste último.

    O Ministério não nega a falta de recursos para cumprir o pagamento da parcela.

    Cada país-membro se comprometeu a injetar US$ 2 bilhões ao longo de sete anos.

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    Fôlego na terceira idade

    O mercado de serviços de saúde para a terceira idade, como clínicas de geriatria, home care e casas de repouso, cresceu 12,5% em São Paulo neste ano, segundo a Fehoesp ( Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo).

    No âmbito nacional, a tendência também ocorre: o número de empresas de assistência a idosos foi de 2.658, em 2011, para 3.353 em 2015.

    O setor tem se beneficiado da crescente inflação médica somada ao aumento de demanda -ambos fatores, ligados ao envelhecimento da população, afirma o presidente da entidade, Yussif Ali Mere Júnior.

    Hoje o mercado é pulverizado, diz ele, mas há uma perspectiva de concentração à medida em que operadoras de grande porte mostrem interesse pelo negócio.

    "É o que trará economia de custos. O preço desses serviços privados são ao menos 50% mais baixos que uma internação hospitalar."

    MERCADO MADURO - Clínicas voltadas a idosos crescem em São Paulo*

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    Oriental na marginal

    Uma joint venture de brasileiros e chineses vai criar um centro para comércio entre os dois países em um edifício na Marginal Pinheiros.

    Enquanto investidores da China aportaram R$ 500 milhões, a Savoy, companhia brasileira do setor de imóveis e proprietária do terreno, investiu aproximadamente
    R$ 1 bilhão no projeto.

    Ela pretendia erguer um prédio de lojas populares, diz Elias Tergilene, sócio do grupo Uai, que presta consultoria ao empreendimento.

    A construção, no entanto, foi embargada e, nesse período, o projeto, batizado Cidade das Compras, mudou.

    A ideia, agora, é fazer um centro com lojas, showroom para indústrias, escritórios para traders e centro de convenção voltados ao intercâmbio com a China. "Recebemos as primeiras delegações de Cantão", afirma Tergilene.

    O edifício vai ter 220 mil metros quadrados.

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    Educação O Grupo Prepara planeja investir R$ 38 milhões em suas franquias de educação. A Ensina Mais, de reforço escolar, receberá R$ 10 milhões para ter a marca Turma da Mônica nas unidades e no material didático.

    Exportação A marca de sucos funcionais Luminus vai investir US$ 3 milhões (R$ 10,3 mi) para expandir sua atuação nos EUA e chegar a varejistas maiores, como Whole Foods. O próximo passo é crescer no Panamá e na Nova Zelândia.

    Academia Representantes da Universidade de Pittsburgh estão no Brasil para ampliar a presença da instituição no país. Os objetivos são formar um clube de ex-alunos e estruturar novos intercâmbios com instituições de ensino locais.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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