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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Governo avalia proposta de fundo para Banco dos Brics

    21/11/2016 02h00

    O Itamaraty avalia proposta de criação de um fundo de proteção contra a variação do câmbio para atrair recursos estrangeiros para a infraestrutura no Brasil.

    A ideia, apresentada ao ministro José Serra pela Abdib (associação da indústria de base), é que esse fundo seja do New Development Bank (NDB), o banco dos Brics, sediado em Xangai, Pequim.

    O Ministério das Relações Exteriores considerou boa a proposta, segundo a coluna apurou, e estuda a sua dimensão financeira para encaminhá-la aos outros países membros, principalmente à China, que é quem mais controla o banco.

    Esse hedge cambial é uma das maiores demandas de investidores do exterior.

    "O fundo seria positivo para Brasil, África do Sul e Rússia na alocação de recursos e também para a China, que diminuiria o seu risco. Ela é aplicadora líquida em investimentos em infraestrutura no Brasil,", diz Venilton Tadini, presidente da entidade.

    O fundo seria capitalizado por aportes de recursos diretos dos países membros dos BRICS. Cada país daria como lastro do fundo do NDB menos de 5% das suas reservas, remuneradas por títulos públicos dessas economias.

    "Esses 5% a menos de reservas internacionais não teriam impacto para o Brasil e estimulariam o investimento produtivo no país."

    A elevada taxa de juros e as restrições de financiamento do BNDES, dificultam levar adiante um programa de investimentos volumosos em novas concessões sem a captação de recursos externos.

    "E recursos externos para financiamento de longo prazo têm de ter uma segurança cambial, daí a necessidade desse fundo", acrescenta ele.

    Esse mecanismo poderia ser complementado pelo Fundo Garantidor de Infraestrutura e também fazer uma parte dessa proteção cambial, defende o executivo.

    Sobe e desce - Cotação do dólar em 2016, em R$

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    Pouca diversidade

    Países emergentes são vistos como os de maior desigualdade de gênero no mercado de trabalho, mas, em certas áreas, o problema é similar em economias avançadas, segundo estudo do banco suíço UBS.

    "O relatório mostra a subrepresentação das mulheres, não tanto na força de trabalho, mas nos cargos mais altos", diz Stephen Freeman, diretor do Wealth Management do UBS, em Nova York.

    Apenas 8,4% dos diretores são mulheres em companhias listadas em mercados emergentes, contra 18% em países desenvolvidos. Na posição de gerentes, porém, os emergentes não ficam muito atrás de países do G7.

    "Empresas com mais mulheres têm resultados financeiros melhores", diz Soledad Lopez, estrategista do UBS nos Estados Unidos. "Há mais mulheres com maior nível de educação, mas em países em desenvolvimento, a taxa não subiu no mesmo ritmo", frisa ele.

    Emergentes têm em média, 14 semanas de licença-maternidade, quase toda coberta pelo governo. Nos EUA, são 12, sem licença remunerada.

    Desigualdade de gênero na força de trabalho

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    Acordo no setor de calçados cancela investigação de dumping chinês

    As fornecedoras de materiais para a indústria calçadista retiraram um pedido de investigação de dumping nas importações chinesas de tecidos substitutos ao couro.

    As companhias nacionais apontaram que a redução dos preços dos importados afetou as vendas internas.

    O produto responde por 18% do faturamento do setor, de cerca de R$ 14,6 bilhões neste ano até outubro.

    A Assintecal, que representa as empresas, entrou em acordo com a indústria calçadista para, em vez de pleitear a sobretaxa, produzir nacionalmente 17 itens que hoje são trazidos de fora, afirma a presidente, Ilse Guimarães.

    "Deveremos fazer um investimento em pesquisa, e avaliar que produtos podem ser adaptados." O valor do aporte será definido até janeiro.

    Além disso, as companhias planejam compartilhar vendas para ter ganhos de escala -a ideia é desenvolver materiais em conjunto para grandes compradores.

    UM PASSO PARA TRÁS - Venda de produtos substitutos ao couro à indústria calçadista

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    Saúde em dia

    O setor de saúde suplementar prevê fechar este ano com 3,3 milhões de contratados, uma alta de cerca de 1% em relação a 2015, aponta o Iess (centro de estudos da área).

    Ainda que abaixo das taxas de crescimento de anos passados, o resultado reflete a resiliência do mercado, afirma o superintendente-executivo do instituto, Luiz Augusto Carneiro.

    "A redução é resultado da queda do número de beneficiários. O envelhecimento da população, por outro lado, garante a demanda."

    As prestadoras de serviços, que representam 71,4% das vagas, são as que mais frearam as contratações, seguidas pelas indústrias farmacêutica e de equipamentos, que detêm 24,1% dos postos.

    Operadoras e seguradoras, responsáveis por 4,4% do total, são as menos afetadas.

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    Comercial... Três em cada dez edifícios das classes A+ e A estão completamente vazios no Rio, aponta a SiiLA Brasil, empresa americana que pesquisa o mercado de alto padrão.

    ...no Rio O estoque supera 1 milhão de m². Só no Porto Maravilha, a taxa de vacância é de 94,15%, segundo a SiiLA Brasil, que não comercializa imóveis.

    Má... O Rio de Janeiro foi considerada a cidade com a segunda pior reputação entre moradores de países desenvolvidos que fazem parte do G8, segundo a Reputation Institute. No índice de 0 a 100, obteve nota de 54,6.

    ...fama A capital foi a única representante do Brasil e ficou na 54ª posição, atrás apenas de Cairo, no Egito. Os fatores que mais pesaram foram infraestrutura, maturidade das instituições políticas e ambiente para negócios.

    Forno... O Bob's investiu R$ 10 milhões para instalar, em todas as lojas, máquinas que assam na hora o pão de um dos seus sanduíches.

    ...quente A inovação deverá ser lançada nesta terça (22), junto com uma nova linha de sorvetes que recebeu investimento de R$ 5 milhões.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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