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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Quedas nas vendas dos medicamentos genéricos preocupam o setor

    02/12/2016 03h00

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SÃO PAULO, SP - 14.04.2010: ANVISA/PROIBIÇÃO/REMÉDIOS/SP - O STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu as liminares que permitiam que farmácias ligadas à Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) e à Febrafar (Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias) continuassem a vender remédios sem prescrição médica nas prateleiras e outros produtos que não são medicamentos --como refrigerantes e doces, por exemplo. (Foto: Zanone Fraissat/Folha Imagem/Folhapress)

    A desaceleração do crescimento do mercado de medicamentos genéricos começa a preocupar a indústria, que registrou sua segunda retração mensal consecutiva em outubro, segundo a Progenéricos, que representa o setor.

    Em outubro, o faturamento com as vendas caiu 5,8% em relação a setembro, mês em que também houve queda de 2,8%, apontam dados do IMS Health.

    Apesar das oscilações nos resultados mensais, a receita deste ano até outubro segue 8,3% maior que no mesmo período de 2015, sem considerar a inflação no período, de 5,8%.

    O resultado é um reflexo da economia fragilizada, e não de um esgotamento das migrações ao setor, avalia a presidente da associação, Telma Salles.

    "A troca de medicamentos de referência por genéricos continua em alta, porém o mercado como um todo se retraiu." O setor chegou, em outubro, à sua maior fatia de mercado do ano: 31,5% das unidades vendidas.

    O vencimento de patentes na área de biossimilares é aguardado pelas empresas como um dos fatores que poderão impulsionar o mercado.

    O processo, no entanto, sofre com a demora por parte do INPI (instituto de propriedade intelectual), diz ela.

    "O órgão precisa de mais eficiência. São produtos que poderiam nos beneficiar a curto prazo, mas não temos previsão de quando isso deverá se concretizar."

    patente

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    Novos suportes

    A Manserv, empresa de manutenção industrial, vai investir R$ 130 milhões para entrar nos mercados de redes de telecomunicações e de energia elétrica.

    Do montante, a companhia já aportou R$ 50 milhões neste ano para dar início a dois projetos pilotos nas áreas -um deles, com a AES Eletropaulo, para fazer a manutenção de parte da rede aérea da Grande São Paulo.

    "São setores que tendem a crescer independente de crise econômica, e há muito espaço para modernização dos serviços, hoje feitos de forma pulverizada, por empresas regionais", afirma o presidente, Donizete Santos.

    O restante do valor será aplicado em 2017, na compra de equipamentos para acesso a regiões remotas, sistemas de monitoramento a distância e treinamento de equipe.

    Outra estratégia será buscar consórcios que pretendem concorrer a Parcerias Público-Privadas, para prestar serviços em grandes projetos de infraestrutura.

    Neste ano, a companhia prevê um crescimento de cerca de 20% em relação a 2015, quando faturou R$ 1,6 bilhão.

    R$ 1,3 bilhão
    foi a receita neste ano até setembro, alta anual de 15,3%

    22 mil funcionários
    trabalham na empresa

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    Rumo ao exterior

    As vendas de revestimentos cerâmicos para o exterior cresceram 22% entre janeiro e outubro deste ano na comparação com 2015, aponta a Anfacer (associação do setor).

    Outros países compram hoje cerca de 13% da produção brasileira e ajudaram a reduzir as perdas em 2016, segundo a entidade.

    Empurrado pela alta do dólar no início do ano, o Grupo Fragnani, que teve queda de 6,1% na receita entre janeiro e outubro, dobrou o volume exportado em relação a 2015.

    "Vendemos 5,1 milhões de m² para fora, quase 15% da nossa produção, diz João Ribeiro, diretor da empresa.

    A Portobello teve alta de 10% nas exportações até o terceiro trimestre. A variação é menor que o previsto inicialmente. "A oscilação do câmbio atrapalhou", diz o diretor financeiro John Suzuki.

    nacional

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    Escritórios vazios

    O segmento de escritórios de alto padrão do Rio de Janeiro deverá ter um de seus piores anos em 2017.

    Entre agosto e outubro deste ano, a taxa de vacância ficou em 30,5%, mesmo nível do trimestre anterior, aponta a Cushman & Wakefield.

    "No ano que vem, o pico negativo deverá ser maior que 40%", diz Gustavo Garcia, gerente de pesquisa da consultoria para a América Latina.

    Além da baixa demanda, cerca de 247 mil m² deverão ser entregues até o fim de 2017, o equivalente a 20% do que existe na cidade.

    A melhora deverá ser gradual. "Um equilíbrio de mercado, com vacância perto de 15%, só ocorrerá entre 2022 e 2023, num cenário otimista."

    escritorios

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    Laranja De cem empresários brasileiros reunidos na câmara de comércio dos EUA, 71 dizem que a eleição de Trump terá impacto nos negócios.

    Mais pano As vendas atacadistas de tecidos tiveram alta de 7,5% em novembro em comparação a outubro, segundo o sindicato do setor.

    Alô criançada A Kidstok, de moda infantil, vai abrir três pontos no Rio de Janeiro em dezembro. O investimento é de R$ 15 milhões.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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