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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    BNDES deve destravar concessões existentes, dizem bancos e setor de infraestrutura

    05/12/2016 02h00

    Restrições em financiamento adotadas pela nova direção do BNDES, que paralisaram vários projetos de concessões existentes, preocupa executivos do mercado financeiro e de infraestrutura.

    O banco estatal, afirmam, sustenta que problemas gerados pelos governos anteriores não serão resolvidos pela atual gestão.

    Bancos alegam ter atuado confiantes que alguns projetos de concessão prioritários pelo BNDES seriam financiados a longo prazo pelo estatal, e instituições financeiras apoiariam as empresas com empréstimos-ponte, afirma um executivo do mercado.

    Com a Lava Jato e mudanças de equipe, o governo novo assumiu que bancos tomaram decisões que não lhe diz respeito, segundo relata.

    A travada do BNDES gerou um enorme desconforto ao deixar sem solução um número grande de concessões em rodovias, ferrovias, portos e até em aeroportos. Deixar obras inacabadas é a pior saída, avalia o setor.

    Alguns planos, como Sete Brasil, aeroportos comprados com outorgas muito altas, a prazo e com maus acionistas, são inviáveis, reconhecem.

    Mas generalizar cria problemas graves de crédito para as instituições.

    Para executivos, é compreensível que o BNDES se torne mais restritivo nas futuras operações, porém, o passado demanda soluções.

    Especialistas dizem que destravar concessões existentes pode ajudar a economia mais rápido do que esperar pelas novas operações. Só de rodovias concedidas em 2013, há mais de R$ 20 bilhões que
    podem ser retomados logo.

    Procurado, o BNDES informou que trabalha em busca de soluções para financiamentos de longo prazo das concessões já existentes.

    "O Banco avalia, caso a caso, os pedidos de financiamento, conforme sua política interna de crédito."

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    Havan prevê investimento de R$ 150 milhões para crescer em SP

    A rede catarinense de lojas de departamento Havan planeja investir R$ 150 milhões para inaugurar cinco empreendimentos no interior de São Paulo em 2017.

    As três primeiras serão em Jundiaí, Mogi Mirim e Campinas. Atualmente são 16 unidades no Estado.

    "São Paulo tem muitas praças interessantes, com pelo menos 300 mil habitantes na região", diz Luciano Hang, diretor-presidente da empresa.

    O plano era que algumas das unidades previstas para 2017 já estivessem abertas, como a de Campinas, que "há quatro anos não sai do papel por dificuldades com a liberação da obra", afirma.

    Com apenas uma loja inaugurada em 2016, a expectativa do empresário é que a virada do ano traga uma retomada no crescimento da receita.

    O faturamento não deve aumentar neste ano, mas o incremento projetado para 2017 é de 15%, segundo Hang.

    R$ 4,73 bilhões
    foi o faturamento da Havan no ano passado

    94
    é o número atual de lojas

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    Luz do sol

    A Engie (antiga GDF-Suez), um dos maiores conglomerados de energia do mundo, vai investir R$ 25 milhões na sua empresa de geração solar distribuída no Brasil.

    A companhia vai oferecer o serviço a quem quiser painéis em casa ou no endereço comercial: desde a compra de equipamentos à instalação e conexão à rede elétrica da distribuidora.

    "O investimento servirá para buscarmos uma fatia de 15% a 20% do mercado", afirma Rodolfo Pinto, presidente da Engie Solar.

    A empresa vai começar a atuar nas regiões Sul e Sudeste e, em um segundo momento, no Nordeste.

    A ideia é diversificar os negócios da multinacional no país por conta de uma mudança de formato da matriz.

    "Há cada vez menos grandes projetos de hidrelétricas, e precisamos procurar outras fontes, como a solar, que tem menos custos de transmissão, pois a energia é gerada no mesmo local onde se consome", afirma.

    € 47,5 bilhões
    cerca de R$ 175 bilhões, foi a receita global da Engie em 2016

    € 7,7 bilhões
    R$ 28,4 bilhões (na cotação atual), foi o Ebitda no período

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    Longe da meta

    Em 2016, o Brasil avançou em quatro indicadores de competitividade industrial, de um total de 45 quesitos avaliados anualmente pela CNI (confederação da indústria).

    O índice faz parte do mapa estratégico elaborado pela entidade em 2013, com metas de crescimento até 2022. Há dois anos, 16 dos componentes estavam em evolução.

    Além de indicadores ligados ao ambiente macroeconômico, a insegurança regulatória é um dos fatores centrais para reverter a recessão, afirma o diretor da associação, José Augusto Fernandes.

    "É uma agenda sem impacto fiscal que ainda não recebeu a devida importância por parte do governo", avalia.

    Em 2017, as metas serão revisadas, diz ele, para incluir mais ações que dependam da operação das indústrias, como gestão e produtividade, e não do governo. "As empresas não podem se acomodar."

    MAPA DA INDÚSTRIA - 45 metas da indústria para aumentar competitividade.Tendência dos indicadores em 2016

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    Compra... Oito em cada dez compradores que moram nos EUA, Canadá e Reino Unido pesquisam os produtos antes de adquiri-los on-line, aponta a Salesforce.

    ...digital O tráfego virtual proveniente de mídias sociais para sites de vendas representou apenas 3,1% do total -um aumento de 55% na comparação com o ano passado.

    Capa... A venda de livros caiu 4,78% em valor neste ano em relação a 2015. Graças ao lançamento do oitavo volume do Harry Potter, outubro teve um desempenho melhor.

    ...dura Os livros infantis representam uma porcentagem maior de vendas: 23,11% em 2016, contra 21,34% no ano passado, segundo o Snel (sindicato dos editores).

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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