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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Demanda por material agregado para construção cai 20% em 2016

    11/12/2016 02h30

    A demanda por material agregado para a construção civil vai fechar este ano com uma queda de 19,84%, segundo projeção da Anepac (associação do segmento).

    Essa é uma indústria que fornece para todos os segmentos de obras, desde construção própria até grandes projetos de infraestrutura.

    Clientes de diferentes tamanhos deixaram de encomendar, diz Fernando Valverde, presidente da entidade.

    "Acabaram os Jogos Olímpicos, que exigiram obras, os Estados quebraram e não há novas concessões. No segmento de moradia não acontecem nem mesmo reformas, pois a confiança está baixa."

    Os resultados foram negativos nos últimos três anos e o volume atual da demanda, 416 milhões de toneladas, aproxima-se do de 2006.

    A projeção da associação é de que em 2017 haja a quarta queda consecutiva, mas menor, dessa vez de 5%.

    O ritmo de fechamento de empresas, no entanto, vai se acelerar, prevê Antero Saraiva, presidente do sindicato da brita de São Paulo.

    "Viemos de um boom econômico e as empresas tinham fôlego financeiro que foi consumido nesses dois anos, mas agora estão em um patamar baixo e, em 2017, deverá haver mais portas fechadas."

    Ainda que haja licitação bem-sucedida de concessões no ano que vem, as compras de materiais não deverão ser afetadas, afirma a economista Mariana Oliveira, da consultoria Tendências.

    "Leilões vão sair, mas o impacto será limitado, pois o negócio tem ciclos longos. As concessões têm perspectiva melhor: o setor público, com o ajuste fiscal, não deve construir, e o imobiliário tem estoque alto para ser esgotado."

    AREIA E BRITA - Vendas de agregados para a construção civil <br><br><b> Em milhões de toneladas</b>

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    O que estou lendo

    Will Landers, diretor-executivo da BlackRock

    Responsável por gerir US$ 2 bilhões em fundos dedicados à América Latina, Will Landers está para acabar a leitura de "The Boys in the Boat" (Os Meninos no Barco), de Daniel James Brown.

    O livro trata do time da Universidade de Washington na década de 1930 que recebeu uma medalha na Olimpíada de Berlim, em 1936.

    "É uma grande história sobre esforço pessoal, trabalho em equipe, disciplina e perseverança", diz. "Como meu filho de 16 anos começou a remar no ano passado, ela também possibilita aquela conexão pessoal e familiar".

    Marcus Leoni/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 28.11.19 E 18H retrato do empresário Will Landers para a coluna Mercado Aberto (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, MERCADO ABERTO) *** EXCLUSIVO FOLHA***
    Will Landers, diretor-executivo da BlackRock

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    Sob nova direção

    O maior desafio da nova gestão do Instituto Ethos, que, em janeiro, passa a ser presidido por Caio Magri, será administrar a crise financeira da organização.

    "Algumas empresas, em geral as de menor porte, deixaram de contribuir por conta de dificuldades de caixa, mas o resultado será estável neste ano", afirma ele, que atualmente é diretor-executivo da entidade.

    O financiamento do instituto se dá em parte por via de contribuições das 600 associadas, que pagam mensalmente entre R$ 140 e R$ 3.000, de acordo com a receita da companhia.

    Outro direcionamento da administração em 2017, segundo Magri, será o esforço junto às associadas para promover uma retomada da economia com bases mais sustentáveis.

    "O ano que vem será difícil, mas há uma oportunidade de voltar a crescer com ações voltadas ao combate à corrupção, e nas áreas de direitos humanos e de meio ambiente."

    R$ 12 milhões
    é o orçamento anual do instituto

    33 funcionários
    trabalham no órgão

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    Negociação entre pares

    A negociação direta com fornecedores é a principal fonte de financiamento a curto prazo no Brasil, aponta a Serasa Experian.

    Cerca de 83% das consultas para crédito são feitas entre companhias, enquanto apenas 17% envolvem instituições financeiras.

    A predominância do crédito entre empresas é típica de um ambiente com taxas de juros elevadas, afirma Victor Loyola, vice-presidente de pessoa jurídica do Serasa.

    "Nos últimos quatro anos, o financiamento com fornecedores cresceu, mesmo em um cenário de maior restrição de crédito."

    Financiamento - Crescimento das consultas de crédito feitas no Brasil entre 2013 e 2016, em %

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    Atraso acumulado

    O governo federal liberou R$ 2,25 bilhões para pagar dívidas com instituições de ensino participantes do Fies.

    O débito, de cerca de R$ 8,3 bilhões, se refere a contratos renovados neste segundo semestre que não eram pagos desde julho, diz Sólon Caldas, diretor-executivo da Abmes, que representa as empresas.

    O atraso ocorreu por falta de orçamento para pagar a Caixa e o Banco do Brasil, que fazem os repasses, aponta o FNDE (fundo de desenvolvimento de educação). A dívida será quitada até o fim de 2016.

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    Animais Famílias de classe C, que ganham entre 4 e 10 salários mínimos, gastam 7% de sua renda com produtos para cães. A despesa mensal no país equivale, em média, a R$ 302,01, segundo a Abinpet (que representa o setor).

    Pão e pingado Os clientes das padarias usam menos o vale-refeição para acertar a conta que os de outros tipos de estabelecimentos, aponta a FIA. Os restaurantes são os que têm a maior parte da receita vinda desse tipo de voucher.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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