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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Setor de cosméticos perde R$ 800 mi por problema da Anvisa, diz entidade

    26/12/2016 02h59 - Atualizado às 17h41

    A indústria de cosméticos e higiene pessoal teve um prejuízo de R$ 800 milhões em dezembro por falhas em um sistema da Anvisa (agência de vigilância sanitária), segundo a Abihpec (que representa o setor).

    Cerca de 3.000 pedidos para lançar produtos ou fazer alterações em itens já registrados não foram processados devido à instabilidade do Sistema de Automação Eletrônico (SGAS), diz João Carlos Basílio, presidente-executivo da Abihpec.

    "O sistema foi implantado em 2014 e, desde então, temos dificuldades. Está mais do que comprovado que não funciona", afirma.

    "Há dois anos, a associação chegou a investir R$ 500 mil para tentar solucionar o problema, sem sucesso."

    A Abihpec não conhece, no entanto, uma alternativa melhor que o sistema atual.

    "Não temos expectativa de mudança [quanto ao sistema], só estamos cansados. Esse problema ocorre de três a quatro vezes por ano. Em um momento de recessão como esse, não pode acontecer algo dessa natureza. "

    A Anvisa declarou que uma intermitência no SGAS foi detectada, o que, "em alguns casos, impede a finalização das transações feitas por intermédio dele."

    A agência afirma que acionou um plano de contingência no dia 16 e que vem "corrigindo pontualmente as falhas apresentadas", enquanto "técnicos da Anvisa estão trabalhando para corrigir a causa do problema".

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    Indústria plástica prevê faturamento 11% menor neste ano

    Com um fim de ano bastante abaixo do projetado, a indústria de transformados plásticos prevê uma retração de 11,1% no faturamento anual de 2016, segundo a Abiplast, que reúne fabricantes.

    "O crescimento industrial que era esperado não ocorreu. Por sermos um setor que abastece os demais, uma queda de produção é letal", diz o presidente da associação, José Ricardo Roriz Coelho.

    A capacidade ociosa das fábricas hoje está entre 25% e 30%, segundo o executivo.

    "Antes, os estoques estavam baixos por falta de vendas e, agora, são as empresas que, sem capital de giro, optaram por não os repor."

    A produção física da indústria deverá diminuir 5,35% em 2016 —será a terceira retração anual consecutiva. O setor espera retomar a atividade a partir do segundo trimestre de 2017, para voltar a crescer na segunda metade do ano.

    EXPECTATIVA DERRETIDA - Desempenho da indústria de transformados plásticos. Faturamento, em R$ bilhões

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    Expansão com cautela

    O grupo varejista Muffato planeja investir R$ 100 milhões de recursos próprios para abrir três lojas no ano que vem.

    Serão duas unidades no Paraná, e uma em Birigui (SP). Os dois Estados continuarão sendo a prioridade nos próximos quatro anos.

    O aporte, que também será usado em três reformas, é semelhante ao feito em 2016, quando quatro operações foram inauguradas.

    "Temos uma expectativa ruim em relação à melhora da economia e do crescimento de emprego, embora esteja nítido que a inflação tenha desacelerado", afirma Ederson Muffato, um dos diretores do grupo.

    "Em 2016, reduzimos muito nossas margens, mas compensamos no volume. Conseguiremos ter um crescimento real, um pouco acima da inflação", diz sem informar números.

    O primeiro trimestre de 2017 ditará o ritmo da recuperação econômica, que não deverá ser muito significativa, diz Everton Muffato, também à frente da rede.

    "Talvez o segundo semestre seja levemente melhor do que o observado até aqui, principalmente se as vendas de bens duráveis melhorarem", afirma.

    49
    é o número de lojas do grupo

    44
    são as operações no Paraná

    R$ 4,09 BILHÕES
    foi o faturamento em 2015

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    Sinal nordestino

    A Aloo Telecom, empresa de infraestrutura de telecomunicações que atua no Nordeste, planeja investir R$ 75 milhões até 2018 para expandir sua atuação no país.

    Serão aportados R$ 50 milhões em duas redes de fibra óptica: uma que liga as cidades de Araraquara (SP), Cuiabá e Porto Velho e outra entre Salvador e São Paulo.

    "As estruturas já foram instaladas por operadoras, com quem faremos acordos de direito de uso, mas ainda serão necessárias obras para ativar nossa operação nas linhas", diz o sócio Felipe Cansanção.

    Os demais R$ 25 milhões serão aplicados em novas redes no interior do Nordeste.

    A empresa, que tem hoje escritórios em sete Estados, prevê se instalar em outras seis capitais do país.

    R$ 70 milhões
    deverá faturar a empresa neste ano, uma alta de 32%

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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    exceto aos sábados.

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