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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Inflação de planos de saúde deverá desacelerar em 2017

    30/12/2016 02h00

    O aumento dos custos da saúde suplementar deverá desacelerar em 2017, afirma Solange Mendes, presidente da FenaSaúde, que reúne grandes operadoras do setor.

    A projeção da entidade é que as despesas por beneficiário tenham alta de 16,6% em 2016 –maior nível desde 2008– e que a taxa caia para cerca de 15% no ano que vem.

    O corte de gastos das companhias que contratam planos privados deverá ser o maior fator de redução dos custos, segundo Vettori.

    "É uma desaceleração forçada. O reajuste para as empresas tem sido bastante elevado, entre 30% e 70%, o que levou a uma troca por produtos mais econômicos", diz Enrico De Vettori, sócio da consultoria Deloitte.

    A busca por mais eficiência por parte das companhias também contribui para a redução das despesas.

    "A retração da economia alavancou ações para ampliar a produtividade. O desperdício no atendimento médico é um dos grandes componentes da inflação na área de saúde", afirma Mendes.

    O estudo de novas formas de remuneração dos hospitais é outra expectativa do setor para reduzir os custos.

    No modelo atual, o pagamento é feito por serviço prestado. "Na prática, quanto mais intercorrências há dentro do hospital, maior a receita. Isso incentiva desperdícios", avalia De Vettori.

    Em 2017, será testado um modelo de remuneração por preço fixo para cada grupo de pacientes com o mesmo perfil e tipo de doença.

    LEITO MAIS CARO - Inflação da saúde suplementar

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    Tecnologia no chão

    A Unitec, empresa de semicondutores de Minas Gerais, fechou contratos com os estacionamentos dos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque, em Buenos Aires, para fornecer o sistema de monitoramento de vagas.

    Eles têm uma tecnologia de radar que é instalada no chão e consegue detectar uma presença física em um espaço determinado.

    "Em janeiro, começaremos pela área VIP de Ezeiza e, no começo de março, iniciaremos no Aeroparque", diz Frederico Blumenschein, diretor-executivo.

    Um dos acionistas da empresa, a Corporación América, tem a concessão desses dois aeroportos e de outros 51 pelo mundo que são clientes em potencial da Unitec.

    Além desses, ela vai tentar fechar contratos com os aeroportos que devem ser leiloados em 2017 no Brasil –foram anunciados quatro.

    A companhia investe R$ 1,1 bilhão em sua fábrica em Ribeirão das Neves, em Minas Gerais –a maior parte do aporte já foi feita.

    6
    grupos são acionistas da Unitec

    R$ 880 milhões
    foram investidos na fábrica de Minas Gerais até o presente

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    Virada de luxo

    Para as empresas de entretenimento de alto padrão, o feriado de Réveillon é a principal data do ano –tanto pela visibilidade quanto pela receita, que chega a até um quarto do faturamento anual.

    "Os eventos têm um peso institucional muito forte", afirma Victor Carvalheira, sócio da agência que leva seu sobrenome.

    Nesta virada de ano, a empresa realiza cinco festas, todas em Fernando de Noronha (PE). Os ingressos para a comemoração de Ano Novo, que deverá reunir 1.500 convidados, vão de R$ 500 a R$ 2.000.

    A crise não reduziu a busca pelo evento, mas a procura por hospedagem na ilha caiu, diz o empresário, que agencia pacotes de turismo para a temporada.

    A unidade carioca do hotel Emiliano, inaugurada neste ano, vai fazer sua primeira festa de Réveillon para 150 convidados. O ingresso do evento sai por aproximadamente R$ 4.200 por pessoa.
    A edição não deverá gerar receita –ao menos em um primeiro momento, de acordo com o sócio-diretor da empresa, Gustavo Filgueiras.
    "A ideia da festa é criar uma experiência para o cliente e aproveitar a localização privilegiada: o terraço terá vista para a queima de fogos de toda a praia de Copacabana", diz o executivo.

    Para realizar dez festas em oito dias, o grupo Haute mobilizou 310 funcionários para a produção dos eventos em Trancoso, na Bahia.

    A temporada de Réveillon representa 20% da receita anual da empresa, diz o sócio Bruno Dias.

    "Além das festas, produzimos ativações de marca [ações de marketing] para companhias, que representam cerca de 50% do nosso faturamento."

    Os ingressos para a comemoração de Ano Novo, que deve reunir 3.500 pessoas, custam, em média, R$ 1.000.

    Neste ano, a crise econômica reduziu em 25% a procura pelas festas de Réveillon do grupo Novo Brasil, que produz cinco eventos de fim de ano no clube P12, em Florianópolis (SC).

    "O tíquete médio caiu, e os gastos cresceram 15%", afirma o sócio Aroldo Cruz Lima. Os ingressos da festa de Ano Novo vão de R$ 500 a R$ 1.500.

    A companhia, que investiu R$ 1,5 milhão nos eventos, preferiu não repassar o aumento de custo e prevê uma retração de 25% de sua receita neste ano, de acordo com Lima.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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