• Colunistas

    Friday, 03-May-2024 23:00:22 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Para garantir reparação, Petrobras pede bloqueio de R$ 12,4 bilhões

    03/01/2017 02h59

    Depois de dois anos de Lava Jato, um levantamento de ações de recuperação da empresa, que já foi a 4ª do ranking mundial de companhias do setor de óleo e gás e em 2016 ocupa a 22ª posição

    Para garantir que a Petrobras recupere o prejuízo com os casos de corrupção, foi pedido o bloqueio de R$ 12,4 bilhões de bens de empresas e pessoas físicas.

    Desse total, já foi deferido o bloqueio de R$ 1,35 bilhão, dos quais R$ 290 milhões já foram apreendidos e estão depositados em uma conta.

    "Alguns são imóveis, automóveis, leva um tempo para os recursos irem para essa conta. O maior montante é das companhias, mas há também bens de administradores das empresas e de funcionários públicos envolvidos", afirma Taísa Maciel, gerente-executiva da área jurídica da Petrobras.

    "Não se pode falar ainda no total de cada companhia. A prioridade é a área penal porque há pessoas presas, mas ainda há muito mais para entrar [em ações de improbidade administrativa]", diz.

    "O relevante é que efetivamente estão sendo tomadas providências. O Ministério Público tem essa preocupação e os juízes têm acatado para garantir que haja dinheiro para reparar a Petrobras."

    De 30 ações penais relacionadas na Operação Lava Jato à Petrobras, 13 já foram julgadas em primeira instância, com ressarcimento mínimo à empresa fixado pelo juiz Sérgio Moro de R$ 720 milhões, apenas na esfera penal.

    Já entraram no caixa da companhia R$ 660 milhões —R$ 513 milhões da força-tarefa de Curitiba. O potencial de recuperação é estimado em R$ 5,5 bilhões.
    A operação na Petrobras começou em março de 2014, com a prisão de Paulo Roberto Costa, diretor da petroleira. "Mas, para nós, está completando dois anos. Nosso marco é fevereiro de 2015, data [da primeira declaração] do acordo dele e do [gerente Pedro] Barusco."

    R$ 12,4 bilhões

    é o total pedido de bloqueio de bens para que se garanta que a Petrobras receba no momento oportuno o dinheiro pleiteado.

    R$ 1,35 bilhões

    já foram deferidos em bloqueio, sendo que R$ 290 milhões já foram apreendidos e estão em uma conta. O maior montante é das companhias, além de bens de seus administradores e funcionários públicos envolvidos.

    "O relevante é que efetivamente estão sendo tomadas providências. O MP tem essa preocupação e os juízes têm acatado para garantir que ao final haja dinheiro para ressarcir a Petrobras."

    600

    foram os pedidos de informações variadas do Judiciário e da Polícia Federal à companhia.

    R$ 5,5 bilhões

    é o valor potencial de recuperação que consta das ações.

    R$ 660 milhões

    foram recuperados e já entraram no caixa da companhia. Esse valor engloba os recursos recuperados pela Operação Lava Jato (R$ 513 milhões) e R$ 147 milhões recuperados de Júlio Faerman, ex-representante no Brasil da empresa holandesa construtora de plataformas de exploração de petróleo SBM Offshore, em investigação separada feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

    "Este resultado é fruto de colaboração da Petrobras consistente e contínua com as investigações, e muito de perto com a força-tarefa de Curitiba", diz Taísa Maciel, gerente-executiva do jurídico.

    8

    foram as ações de improbidade administrativa —uma com o Ministério Público Federal e outra com a União— em que a Petrobras cobra ainda R$ 5,5 bilhões, além dos R$ 720 milhões citados acima (por dano moral, entre outros).

    35

    foram os indícios de crimes encontrados e encaminhados à Operação Lava Jato pelas comissões internas de apuração.

    30

    são as ações penais já propostas e aceitas pelo juiz Sérgio Moro em que a Petrobras atua como assistente de acusação. "São casos de réus que prejudicaram a empresa", diz Maciel. "Há mais quatro pedidos feitos, se o juiz Moro aceitar, e ele tem sido muito rápido."

    20

    foram os depoimentos como testemunhas de acusação.

    *

    RAIO X

    R$ 17,3 bilhões
    foi o prejuízo líquido da Petrobras nos nove primeiros meses de 2016

    R$ 325,6 bilhões
    foi o endividamento líquido registrado até setembro

    17%
    foi a queda do endividamento em relação a 2015

    R$ 63 bilhões
    foi o Ebitda ajustado entre os meses de janeiro e setembro

    11%
    foi o crescimento do Ebitda na comparação com 2015

    R$ 212,1 bilhões
    foi a receita de vendas da companhia nos nove primeiros meses do ano passado

    10%
    foi a queda, em relação ao mesmo período de 2015

    R$ 5,3 bilhões
    foi o lucro operacional registrado entre janeiro
    e setembro de 2016

    81%
    foi a redução em relação ao ano passado

    *

    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024