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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Indústria de calçados amplia exportações em 4% em 2016

    08/01/2017 03h00

    A receita com exportações da indústria brasileira de calçados teve um crescimento, em dólares, de 4% no ano passado, na comparação com 2015, segundo a Abicalçados, associação do setor.

    "Tivemos um bom desempenho no último trimestre, isso impulsionou o resultado do ano", afirma o presidente da entidade, Heitor Klein.

    O comércio com os Estados Unidos ajudou a alavancar as vendas do setor: em dólares, a expansão foi de 15,7% no ano passado.

    A mudança de governo no país -que, com uma fatia de cerca de 20% das vendas, é o maior comprador das companhias nacionais- tem gerado expectativa, diz Klein.

    "Vamos observar a política industrial do presidente Trump, mas há outros possíveis reflexos, como dos juros norte-americanos, que afetam o câmbio nacional."

    A Argentina, segundo mercado mais importante para a indústria, também aumentou suas compras -a alta foi de aproximadamente 50%- e ampliou sua participação nas vendas: de 7%, em 2015, foi para atuais 11%.

    "Apesar da evolução, principalmente no primeiro semestre, as barreiras comerciais do país persistem."

    As empresas exportadoras se beneficiaram do aumento das vendas, mas uma retomada do setor só deverá vir a partir da melhora do mercado doméstico, diz Klein.

    A projeção é que de o consumo volte a crescer a partir do segundo semestre de 2017.

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    Um ano diferente

    O Magazine Luiza espera crescer em 2017, mas a avaliação do presidente, Frederico Trajano, é que a empresa não deve ter um cenário como o de 2016 para a valorização na Bolsa.

    "A companhia estava precificada a 30% do valor patrimonial no começo do ano passado, uma deterioração irracional", afirma.

    Em 2015, a ação havia tido uma queda de 70%, segundo os dados da consultoria Economatica.

    No ano passado, no entanto, o papel da empresa liderou a valorização na BM&FBovespa: os ganhos chegaram a 499%.

    Outro impulso à valorização no mercado de capitais foram os resultados operacionais, melhores que a expectativa dos analistas especializados, diz ele.

    A empresa abriu 20 pontos -todos no Nordeste-, com concentração no último trimestre.

    O plano para este ano é continuar a priorizar aberturas naquela região, e em um volume maior.

    A expansão em 2016 aconteceu porque a empresa capturou uma fatia maior das vendas do Nordeste.

    Na soma de todo o varejo de eletrodomésticos não houve crescimento. Em 2017, espera-se uma melhora do setor inteiro.

    R$ 180,4 MILHÕES
    foi o Ebitda no terceiro trimestre do ano passado

    5,5%
    cresceram as receitas da varejista nesse período

    22%
    é a participação do e-commerce nas vendas

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    O que estou lendo

    Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 30-09-2016 11h13: * Pedro Parente, presidente da Petorbras, participa de evento da revista Exame no Hotel Unique. ( Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress, FSP - PODER ) ***RESTRICAO***
    Pedro Parente, presidente da Petrobras

    PEDRO PARENTE
    presidente da Petrobras

    Gestão até no lazer. O livro que Pedro Parente tem à sua cabeceira –"Engineers of Victory", de Paul Kennedy- é sobre história da Segunda Guerra Mundial, mas tem muito de planejamento, diz ele.

    A obra, cuja tradução foi publicada pela editora Companhia das Letras, conta a história dos "solucionadores de problemas" que mudaram o rumo da guerra em favor dos Aliados.

    "Eles viraram a batalha do Atlântico em 1943, quando os Aliados tiveram quase dois milhões de toneladas afundadas pelos submarinos alemães", afirma. O livro tem cinco partes ou análises dos problemas resolvidos.

    "O autor é um excelente historiador e tem uma narrativa que prende a atenção do leitor", relata Parente, que se interessa pela história da Segunda Grande Guerra.

    "O livro, de certa forma, lida com estratégia, gestão e planejamento, que são assuntos em que tenho bastante interesse. Estou gostando, embora esteja ainda na primeira das cinco partes."

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    Sem remédio

    Os gastos das operadoras de planos de saúde com despesas médico-hospitalares cresceram 12,1% em 2016, segundo a Abramge, que representa empresas do setor.

    A taxa é menor que a de anos anteriores, mas apenas devido à retração do número de beneficiários, afirma Antonio Carlos Abbatepaolo, diretor-executivo da entidade.

    Entre janeiro e setembro de 2016, as operadoras perderam 1,1 milhão de clientes.

    O gasto por conveniado, por sua vez, teve uma alta de 14,8%, superior ao observado em 2014 e 2015.

    "Há um esforço para reduzir custos, mas a incorporação de tecnologias e o envelhecimento da população aumentaram as despesas."

    Em 2017, a Abramge prevê que a expansão dos gastos siga no mesmo patamar do ano passado, diz Abbatepaolo.

    abramge

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    Salvos... As vendas no atacado de tecidos e vestuários foram 4,5% maiores em dezembro de 2016 que no ano retrasado, aponta o Sinditecidos.

    ...no fim O sindicato representa comerciantes de centros populares, como a 25 de Março, que recebeu clientes que costumam ir a shoppings.

    Tempo de... Uma minoria (31%) de latinos pretende trocar de emprego neste ano. A maioria (56%) diz ser recompensada de forma justa.

    ...conformação De maneira geral, os empregados estão satisfeitos, aponta a Kantar, que fez uma pesquisa para a Oracle no Brasil e no México.

    Sem colírio Após uma queda de 20% nas vendas em 2016 no Brasil, a marca americana de óculos NYS pretende dobrar a operação no país em 2017. A empresa, que tem 400 lojas só nos EUA, prevê a abertura de 20 franquias.

    Mais saúde O Grupo CON, centro oncológico com sede em Niterói (RJ), investirá R$ 10 milhões neste ano para abrir novas unidades. Os locais ainda não estão definidos, mas um dos focos será o interior do Estado de São Paulo.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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