• Colunistas

    Wednesday, 01-May-2024 23:53:39 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    JBS prioriza margem maior e exclusividade com varejistas

    13/01/2017 03h00

    A JBS pretende expandir os acordos de exclusividade com supermercados e priorizar os produtos mais caros para crescer em 2017, segundo Renato Costa, presidente da divisão de carnes.

    O essencial do plano da companhia não é aumentar o volume de produção em relação a 2016, mas, sim, as margens de lucro.

    "Há um esforço dentro da empresa para trabalhar melhor os canais com supermercados e os produtos de valor agregado, além de uma consolidação maior nas vendas para o exterior."

    A estimativa da JBS é aumentar de 600 para 700 o número de açougues supermercadistas que vendem apenas carne da companhia.

    Entre os clientes atuais estão cinco lojas na Bahia da rede Bompreço, que pertence ao Walmart, e parte das operações da paranaense Condor.

    A estratégia do frigorífico consiste em assumir a responsabilidade pelo fornecimento e, em troca, prestar consultoria sobre cortes, preços, estoque e desperdício.

    "Estamos no início das conversas com grandes redes varejistas, mas não temos um Estado ou um cliente específico como alvo", afirma Artêmio Listoni, diretor-executivo na JBS Carnes.

    Além de permitir vantagem sobre a concorrência, açougues exclusivos serão usados para aumentar vendas com maior valor agregado.

    Em 2016, o segmento correspondeu a 10% de toda a produção da companhia.

    "Este será o ano do produto de valor agregado. Queremos elevar [essa fatia] em 12% a 15%", diz Listoni.

    *

    Disputa por Carnaval de rua de SP de 2017 é mais acirrada

    O Carnaval de rua de São Paulo é objeto de disputa indireta entre Skol e Heineken.

    Quem organiza a festa são agências de eventos. Elas se candidatam e ofertam à prefeitura um incremento na estrutura para que as ruas da cidade recebam os blocos.

    Em suas propostas, essas empresas têm de dizer quem é o patrocinador com o qual negociaram, para provar que vão conseguir entregar os itens que descreveram.

    Quatro concorrentes apareceram. Uma das empresas, a SR Com, tem acordo com a Heineken, e a Dream Factory fechou com a Skol.

    Essa última pediu para impugnar as propostas das outras três -a alegação é que não haviam apresentado todos os documentos.

    Na véspera de Natal, a prefeitura acatou o pedido. Só a SR Com recorreu da decisão. O prazo de análise do recurso começou na quinta (12).

    Os valores das propostas neste ano foram maiores que os de 2016. No ano passado, só a Dream Factory se candidatou, e fechou o acordo ao ofertar serviços que custariam R$ 3,5 milhões à prefeitura.

    Neste ano, a proposta equivale a R$ 15 milhões. A cifra aumentou pois os patrocinadores têm mais interesse, segundo as agências.

    *

    Balança, mas não cai

    A balança comercial com a Argentina cresceu 72,3% em 2016, segundo a Secex (secretaria de comércio exterior).

    As exportações, porém, não corresponderam à expectativa criada com a nova gestão do presidente Macri, afirma José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.

    As vendas para fora cresceram 4,8% em 2016 -alta impulsionada principalmente pelos veículos de passageiros e de carga, pelo gás natural e por aeronaves.

    "A derrubada de barreiras comerciais deu mais liberdade aos exportadores, mas o melhor saldo da balança só chegou a esse patamar pela queda nas importações."

    Em 2016, o Brasil comprou 11,7% menos do país vizinho que no ano anterior.

    Neste ano, a perspectiva é que as vendas ao país se ampliem, segundo Castro.

    "Há uma demanda reprimida grande na Argentina. Caso a projeção de aumento do PIB se confirme, será uma oportunidade às brasileiras."

    Argentina

    *

    O emprego no asfalto

    As demissões na construção pesada em São Paulo se agravaram no fim de 2016. O setor terminou o ano com um total de 88 mil funcionários, queda anual de 12%, segundo projeção do Sinicesp, sindicato da indústria.

    No acumulado até novembro, último mês consolidado, a retração era de 8,6%.

    A taxa, porém, deverá subir com os dados de dezembro -as chuvas no mês tradicionalmente interrompem as obras e geram cortes.

    "Além da alta sazonal, notamos que as demissões chegaram aos cargos permanentes das empresas, como supervisores, técnicos e engenheiros", afirma o diretor Newton José Cavalieri.

    A previsão é que as contratações sejam retomadas a partir de 2018 -ano em que deverão ter início as obras dos editais de rodovias recentemente anunciados pelo governo do Estado.

    "Neste ano, nada indica que o cenário vai melhorar."

    *

    Um lugar... A indústria solar vai se reunir com o Ministério de Minas e Energia na semana que vem. A Absolar, entidade do setor, será recebida por Eduardo Azevedo, secretário de planejamento energético, segundo a pasta.

    ...ao sol A associação, que pediu o encontro após o cancelamento do leilão de reserva no fim de 2016, vai defender um novo edital para a fonte solar fotovoltaica ainda neste primeiro semestre.

    *Sotaque * A start-up pernambucana Mooh Tech aportará US$ 1 milhão (R$ 3,17 milhões) em uma filial na Espanha para facilitar negócios com uma financeira e com o time Atlético de Madri.

    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024