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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Fundo vai apresentar proposta de aporte de US$ 2 bi na Oi em fevereiro

    15/01/2017 02h59

    Nacho Doce/Reuters
    Logo da Oi em shopping em São Paulo
    Logo da Oi em shopping em São Paulo

    A proposta do fundo norte-americano Cerberus para a Oi deverá ser apresentada antes do Carnaval.

    O plano é injetar US$ 2 bilhões (cerca de R$ 6,44 bilhões) na empresa, segundo a coluna apurou. Além disso, os títulos de dívidas seriam pagos com desconto grande.

    O argumento do fundo é que muitos dos atuais detentores (os "bond holders") adquiriram os papéis no mercado secundário por um valor de apenas cerca de 15% do valor de face.

    Os bancos —especialmente o Banco do Brasil, a Caixa e o BNDES- receberiam pate de sua dívida em ações da nova companhia e o resto seria corrigido com juros abaixo do mercado.

    O plano que será apresentado inclui a expectativa de resolver algumas questões regulatórias, como a conversão de multas e outorgas a pagar em investimentos —temas que estão contemplados no projeto de lei geral de telecomunicações.

    O Cerberus se propõe a investir em extensões do sinal da Oi em pequenas cidades. A rede da empresa chega aos municípios, mas não tem estrutura de distribuição que alcance as residências.

    Há ao menos outros três grupos que analisam a possibilidade de assumir o comando da tele. O egípcio Naguib Sawiris, em conjunto com o banco de investimentos Moelis & Co, especializado em reestruturações, apresentou uma proposta à companhia no dia 16 de dezembro.

    A oferta é de um aporte de US$ 250 milhões. O plano prevê a diluição de acionistas, como a Pharol, de sócios portugueses, e o empresário Nelson Tanure.

    Outros interessados são o norte-americano Elliott, e um grupo formado pelos fundos G5 Evercore e Aurelius, e outros credores da companhia.

    A tele tem uma dívida de R$ 65 bilhões e entrou em recuperação judicial em junho.

    ESTRUTURA E INTERESSADOS - Atuais e eventuais acionistas da Oi. Ações ordinárias (em %)

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    Base de negociação com Trump

    O ministro José Serra (Relações Exteriores) colocou o uso da base de Alcântara (MA) entre as prioridades para negociar com o novo governo de Donald Trump.

    "Por causa dos satélites comerciais, a estrutura pode render US$ 1 bilhão ao governo brasileiro. É um ganha-ganha para Brasil e Estados Unidos", afirma.

    O lançamento de satélites custa 30% mais barato em média do que em outras partes do mundo, segundo o chanceler. Os americanos não querem transferir tecnologia, "mas sempre se consegue um pouco".

    O Congresso brasileiro rejeitou um acordo semelhante em 2000.

    Serra pediu ao Itamaraty para analisar cerca de dez medidas para entrarem no rol das negociações com os Estados Unidos.

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    Faturamento de atacadistas cai 2,7% em novembro

    A queda de faturamento das atacadistas e distribuidoras se agravou na segunda metade de 2016. Não era o que o setor esperava quando o resultado de agosto pareceu sinalizar uma retomada.

    Em novembro, mês em que as vendas costumam crescer devido às festas de fim de ano, a retração real foi de 2,74% em relação ao mesmo período de 2015, segundo a Abad, que reúne empresas.

    No acumulado de 2016 até novembro, a receita caiu 2,47%, considerada a inflação. Os dados de dezembro devem ajudar, mas não o suficiente para chegar à meta de uma alta real de 1%.

    "Em setembro, o comércio continuou estocado. A expectativa agora é que o resultado nominal seja ao menos igual à inflação", diz Emerson Destro, novo presidente da associação.

    SEM PEDIDOS - Faturamento deflacionado de distribuidores e atacadistas em 2016

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    Sem ameaça

    O Grupo Destro vai investir R$ 30 milhões neste ano para abrir duas unidades voltadas ao atacarejo, diz o diretor Emerson Destro.

    A primeira, prevista para este semestre, será em Campinas e a segunda, no Paraná. Hoje, a empresa tem cinco centros de atacado e apenas um voltado também ao consumidor final, em Curitiba.

    "A grande vantagem do atacarejo é o custo operacional reduzido e os preços, mais competitivos."

    O segmento não ameaça o atacado, afirma o executivo, que acaba de assumir como presidente da Abad.

    "Alguns associados acreditavam que seria uma competição aos pequenos lojistas, a quem fornecemos, mas quem perde mais são os supermercados."

    R$ 1,8 bilhão
    faturou o grupo em 2016

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    Pode se servir

    As vendas do atacarejo —que, além de lojistas vende ao cliente final— cresceram 13%, em volume, em 2016, afirma Ricardo Roldão, presidente da Abaas, que representa o segmento.

    A receita nominal aumentou cerca de 20% no ano passado, diz o executivo, proprietário da rede Roldão, que teve resultado semelhante ao do setor.

    "Com o aperto monetário em 2016, muitos pequenos comerciantes migraram para os atacados de autosserviço [conhecidos como atacarejos]."

    A entidade, criada há dois anos por associadas da Abad que queriam defender interesses específicos do segmento, reúne nove empresas, como Assaí, do GPA, e Atacadão, do Carrefour.

    R$ 80 bilhões
    é o faturamento anual das grandes redes de atacarejo

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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