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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Caixa e BNDES ampliam em 140% recursos para saneamento básico

    21/01/2017 23h30

    Marlene Bergamo/ Folhapress
    Guarulhos, SP, Brasil, 14/03/2015 - - Terreno na esquina da Rua Pedro de Sousa Lopes com a Avenida Benjamin Harris Hunnicutt, no Bairro onde deveria existir uma obra de Saneamento Basico. (Foto: Bruno Poletti/Folhapress, FSP-COTIDIANO)***EXCLUSIVO FOLHA***

    O total de recursos para financiar projetos de saneamento básico em 2017 é mais que o dobro do volume do ano passado na Caixa Econômica e no BNDES –são ao menos R$ 5,8 bilhões a mais.

    O valor saltou de R$ 3,5 bilhões, em 2016, para R$ 9 bilhões neste ano no programa voltado à área da Caixa.

    No BNDES, a previsão é de R$ 1 bilhão para operações de crédito diretas –em 2016, foram R$ 672 milhões. Além disso, há uma linha direcionada a saneamento e recursos hídricos, "sem limite de orçamento", disse o banco.

    Há dúvidas, porém, sobre se a alta irá se converter em investimentos, devido à dificuldade de companhias do setor e governos de oferecer garantias para tomar o crédito.

    "O aumento é positivo, mas os Estados estão em crise", afirma Roberto Tavares, presidente da Aesbe (que representa as empresas estaduais do setor) e da Compesa, de Pernambuco.

    Dos R$ 3,5 bilhões disponibilizados pela Caixa em 2016, R$ 1 bilhão não foi liberado –o valor ainda poderá ser usado neste primeiro semestre.

    O salto no crédito reflete a intenção do governo em ampliar as concessões no setor, que hoje é uma das prioridades do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).

    O financiamento na área, porém, precisa ser diversificado, com investimentos estrangeiros, segundo Tavares.

    Para isso, as concessionárias defendem mudanças na regulamentação, como criar um fundo garantidor para o saneamento e a prestação regionalizada (que engloba mais de um município).

    Programa Saneamento para Todos, da Caixa - Recursos disponibilizados, em R$ bilhões

    BNDES - Crédito em operações diretas, em R$ bilhões

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    Tarda, mas não falha

    Empresários brasileiros deixaram o Fórum Econômico Mundial nesta sexta-feira (20), ainda sob a surpresa da trágica morte do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

    A maioria deles preferiu não comentar publicamente eventuais consequências para a economia.

    Prevalece, no entanto, a impressão de que, embora deva haver um retardo na homologação dos acordos de delação premiada e leniência da Odebrecht, a tendência é de a presidente Cármen Lúcia, do STF, dar uma solução interna logo e redistribuir o processo que estava com Teori Zavascki.

    A Lava Jato é atualmente irreversível. Diante da pressão, o próximo indicado para o Supremo vai ser escrutinado como nunca para garantir que esteja acima de suspeitas, ouviu-se em Davos.

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    Em Davos

    Pela culatra Fabricantes norte-americanos reclamam do risco do dólar alto, em razão dos planos do presidente Donald Trump. Vai minar a competitividade bem do setor que ele queria beneficiar para criar empregos.

    Contra... Essa valorização é a principal ameaça à economia global. O alerta foi também de Larry Fink, CEO da gigantesca gestora BlackRock. Mas ele destoa da elite do Fórum ao dizer que Trump e Brexit foram positivos.

    ...a corrente "Famílias sentiram que sua voz trouxe mudança e se animaram a gastar. Isso é evidente [no aumento] das vendas de carros nos Estados Unidos", afirmou na sexta-feira (20), no Fórum Econômico Mundial.

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    Prevenir e remediar

    A multinacional espanhola de segurança Prosegur investirá R$ 210 milhões do próprio capital em 2017 na sua área de logística e gestão de valores.

    É o maior aporte da companhia no Brasil nos últimos 15 anos, afirma Alessandro Abrahão, diretor-geral da divisão no país.

    "Fomos obrigados a repensar nossa estrutura após um ano atípico, tanto na economia como na criminalidade."

    Os aportes são destinados à renovação de carros-forte e a inovações tecnológicas –como barreiras químicas acionadas remotamente, que impedem o acesso ao dinheiro nos cofres.

    Bases da empresa e carros-forte foram alvo de assaltos armados no ano passado, em Estados como São Paulo e Rio Grande do Sul.

    "O país ainda tem um mercado enorme, há muitas regiões em que a gestão de dinheiro pode melhorar."

    R$ 1,85 BILHÃO
    foi a receita da divisão brasileira de logística de valores da Prosegur em 2016

    R$ 2 BILHÕES
    é o faturamento projetado pela empresa para 2017

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    Carga valiosa

    A participação de bancos na receita de transportadoras de valores deverá perder espaço para clientes menores, segundo as três maiores empresas do setor no Brasil.

    A área é a que mais cresce na Protege, diz o diretor-geral Mario Baptista de Oliveira.

    "Instituições financeiras representam 40% a 45% da receita. São maiores na importância, mas o crescimento está no varejo." A companhia prevê um aporte de R$ 80 milhões em 2017 na renovação da frota e em novas filiais.

    "Bancos deixaram de representar mais de 50% da nossa receita em 2016", afirma Fernando Sizenando, presidente da Brink's no Brasil.

    A companhia analisa pelo menos três aquisições para 2017, segundo o executivo.

    A Prosegur também notou a mudança no perfil, diz o diretor Alessandro Abrahão.

    Dos R$ 160 milhões investidos em 2016, quase 30% foram destinados a soluções para clientes menores, como cofres inteligentes e transporte de itens de valor reduzido.

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    Com desconto

    O gasto de consumidores no varejo aumentou 5,8% entre janeiro e novembro de 2016, na comparação com o ano anterior, segundo a consultoria Kantar.

    Apesar da leve recuperação, os clientes só ampliaram a frequência com que foram às compras nos períodos de promoções.

    A presença nas lojas em dias de ofertas cresceu 3,8% nos onze primeiros meses do ano passado. Em compras regulares, porém, houve uma estagnação (-0,1%).

    CARRINHO DE COMPRAS - Variação do valor gasto em 2016 na comparação com 2015, por tipo de produto, em %

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    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR ITSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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