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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Criação de empresas desacelera no fim de 2016

    31/01/2017 03h00

    A criação de empresas desacelerou nos últimos meses, aponta a Serasa Experian. Na comparação de novembro com outubro de 2016, o último dado compilado, houve diminuição de 4,4%.

    A mudança de ritmo acompanhou uma melhora relativa dos empregos formais, segundo Luiz Rabi, economista do birô de crédito.

    Nos últimos anos, a maioria das novas empresas foram criadas por profissionais que perderam suas vagas e tornaram-se empreendedores,

    Entre maio de 2015 até o meio do ano passado, houve um crescimento acentuado de novos MEIs (microempreendedores individuais).

    A porcentagem da categoria no total de empresas nascentes chegou ao auge: 79%.

    A divisão por setores da economia também tem um recorde: serviços são 63% dos empreendimentos.

    "De setembro para cá, o número de novos CNPJs começou a enfraquecer, o que coincidiu com resultados menos ruins do mercado formal de trabalho. O ritmo de perda de vagas caiu de 200 mil para 100 mil por mês."

    No acumulado até novembro de 2016 há estabilidade: foi um crescimento de 0,2% em relação ao ano retrasado.

    No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a criação de novas empresas caiu em 2016, na comparação com 2015.

    A previsão da Serasa é que, em 2017, o número de novas empresas seja menor que no ano passado, diz Rabi. "Vai haver um equilíbrio de demissões e admissões e as aberturas serão menores."

    empresas

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    Aporte de além-mar

    O grupo português de hotéis Vila Galé prevê investir pelo menos R$ 140 milhões no Brasil neste ano.

    Serão R$ 20 milhões em 98 novos apartamentos no resort do grupo no Ceará e outros R$ 20 milhões para a construção de um loteamento na mesma área.

    A maior parte do aporte, cerca de R$ 100 milhões, será destinada à construção de um hotel em Touros (RN), que será lançado neste fim de semana.

    Os recursos são todos próprios ou obtidos com financiamentos em Portugal, diz Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Vila Galé.

    "Mesmo com a situação menos favorável no Brasil, temos crescido bem. Brasileiros que antes iam ao exterior, com a crise, optaram por resorts como os nossos."
    A receita do grupo no país aumentou 6% de 2015 para 2016. A previsão do Vila Galé é que o crescimento seja similar neste ano.

    R$ 261,4 MILHÕES
    foi o faturamento do grupo no Brasil em 2016

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    Quarto mais vazio

    A taxa de ocupação dos hotéis no Brasil ficou em 56,7% em 2016, 6,3% a menos que no ano anterior, segundo o Fohb (fórum de redes hoteleiras).

    Mais grave é a queda de 3,7% no RevPar (receita por apartamento disponível), afirma Orlando de Souza, diretor-executivo da entidade.

    "Às vezes é possível compensar a ocupação com uma maior diária média, mas o RevPar mostra que a receita caiu em um momento de mais gastos com pessoal, taxas de comissão, luz e água", diz.

    "Em 2017, o mais natural é que as empresas tentem diminuir os lançamentos e entregas de obras."

    Empreendimentos de luxo tiveram melhor desempenho entre as categorias analisadas.

    "A Olimpíada teve um impacto maior nos hotéis de alto padrão, mas não é um resultado considerado excelente, pois essas operações têm custos muito altos."

    hotel

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    Em São Paulo, demissões em infraestrutura crescem 50%

    As empresas da construção civil pesada de São Paulo demitiram 12,5 mil pessoas no ano passado, segundo o Sinicesp (sindicado do setor).

    A perda de vagas é 50% maior que a do ano retrasado, quando foram desligados 8.300 trabalhadores.

    Os nove últimos meses de 2016 tiveram mais demissões que admissões -em 2015, o saldo negativo havia acontecido nos quatro meses finais.

    Em dezembro, foram fechados quase 4.000 postos.

    As quedas tem ocorrido com uma velocidade cada vez maior porque não há novas obras, diz José Carlos Martins, presidente da Cbic (câmara da indústria da construção).

    "Em outros setores, como o de automóveis, o ritmo de vendas cai, mas ainda há empregados. Em uma obra, se não tem reposição, manda-se todo mundo embora."

    O setor de infraestrutura é sustentando por recursos federais, e mesmo que o Estado não esteja em uma crise fiscal como a do Rio de Janeiro ou a do Rio Grande do Sul, as construções também são afetadas, segundo Martins.

    A previsão é que as demissões no setor sigam em 2017.

    construcao

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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