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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Mesmo com parcerias atrasadas na Saúde, governo lança outra rodada

    01/02/2017 02h59

    Das 86 PDPs (parcerias entre governo e farmacêuticas para fabricar itens estratégicos para o SUS) vigentes, duas foram totalmente concluídas, afirma Marco Fireman, secretário responsável pela área no Ministério da Saúde.

    A pasta iniciou um pente-fino nos projetos atrasados. "Na última semana, dois foram extintos." Entre os que estão em fase inicial de implementação, há parcerias aprovadas faz mais de sete anos.

    Apesar dos atrasos, o governo publicou na semana passada uma lista de 52 produtos que poderão ser alvo de novas PDPs —volume visto como excessivo pela Interfarma, do setor farmacêutico.

    "Ficamos surpresos, pois o governo havia dito que seria mais seletivo na escolha", afirma o presidente-executivo da entidade, Antônio Britto.

    A lista, porém, é preliminar, e apenas uma parte se converterá em parcerias, diz o secretário. "Além disso, os novos contratos serão mais claros quanto a prazos e à responsabilidade por atrasos."

    TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA - Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo aprovadas, por fase*

    O maior gargalo para as PDPs é a falta de estrutura dos laboratórios públicos, avalia Reginaldo Arcuri, presidente da FarmaBrasil (que reúne empresas nacionais). "Não há recursos para manter os processos mais complexos."

    No caso dos medicamentos biológicos, o ministério limitou a três as instituições que receberão a tecnologia.

    A falta de capacidade não é um problema, diz Fireman. "O governo precisa da tecnologia para regular preços e se precaver caso o setor privado perca interesse na produção."

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    Candidato a parceiro

    O laboratório Cristália deverá se candidatar a novas parcerias com o poder público por já fabricar alguns dos itens estratégicos para o Ministério da Saúde, afirma o presidente Ogari Pacheco.

    "Entre o que está em desenvolvimento e o que já foi desenvolvido, temos cerca de 20 produtos [da lista de substâncias que podem ser objeto de parcerias com o governo federal]."

    Em 2017, a farmacêutica concluirá investimento em uma linha de substâncias para tratamento oncológico.

    A companhia aportará US$ 100 milhões (R$ 315 milhões) dos próprios recursos na compra de equipamentos.

    A empresa concluiu as obras da unidade que desenvolverá os princípios ativos no ano passado. "Agora importaremos as máquinas."

    Metade das moléculas que serão usadas na linha de produção já é feita pelo Cristália, diz o empresário.

    "Assim que os equipamentos forem instalados, aumentaremos a escala do que já produzimos e poderemos trabalhar no que ainda falta desenvolver."

    R$ 1,7 BILHÃO
    é a receita estimada de 2016

    10%
    é o crescimento mínimo projetado para 2017

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    A química da indústria

    As vendas de cloro e de soda cáustica em 2016 caíram 7,9% e 2,9%, respectivamente, em relação a 2015, segundo a Abiclor (da indústria).

    A queda seria maior se parte da produção não fosse escoada para o exterior, diz o presidente Alexandre de Castro.

    A exportação de soda cresceu 19,6% e também impediu um aumento mais acentuado da capacidade ociosa.

    O nível de utilização das fábricas caiu de 80,7% em 2015 para 78,5% em 2016 —a média histórica é de 87%.

    "Qualquer notícia que não seja uma nova piora em 2017 é positiva. O mercado dá sinais de recuperação, mas a base de comparação é baixa."

    CLORO E SODA - Volume produzido no Brasil, em mil toneladas

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    Saída de licença

    O número de auxílios por doença a trabalhadores concedidos pela Previdência aumentou 17% em 2016.

    O aumento pode ser efeito estatístico causado por uma base fraca em 2015, quando houve greve de peritos médicos, diz Luís Eduardo Afonso, economista da USP.

    "A tendência de alta acompanha o boletim estatístico de produtividade do INSS. A variação do ano passado pode ser uma consequência de perícias represadas."

    Enfermidades causadas pelo exercício da profissão tiveram alta de 15%. Lesões por causas externas (150 mil) são as mais comuns. É frequente, diz Rosylane Rocha, da associação de medicina do trabalho, que o acidente ocorra no trajeto de casa.

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    Ranking As lesões e os transtornos mentais —as doenças ligadas ao trabalho mais comuns—, tiveram as maiores altas em 2016, ambas de cerca de 19%, aponta a Previdência.

    Oriente... A venda de pacotes turísticos para países asiáticos, como China, Japão e Tailândia, aumentaram 27% na CVC, acima do crescimento total da agência (7%).

    ...e Ocidente O destino que mais cresceu (cerca de 100%), porém, foi a Europa, que ampliou o número de viagens rodoviárias, diz o vice-presidente Valter Patriani.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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