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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Indústria de plásticos tem pior receita em 10 anos, mas prevê alta em 2017

    10/02/2017 02h59 - Atualizado às 12h22
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    Após três anos consecutivos de queda, a indústria de transformados plásticos deverá crescer 1% acima da inflação neste ano, segundo a Abiplast, que reúne fabricantes.

    Em 2016, o faturamento caiu 11,1% e chegou a seu pior nível dos últimos dez anos.

    Apesar da perspectiva de melhora, 6.000 demissões são previstas neste ano, o que representa 1,8% da mão de obra.

    "Não esperamos uma recuperação, mas a expectativa é que o cenário não piore. Os setores automobilístico e de construção chegaram a níveis muito baixos e, agora, devem aumentar os pedidos", diz o presidente, José Roriz Coelho.

    Os setores representam 15% da demanda de plásticos, fatia que já foi de quase 40%.

    O FUNDO DO POTE - Produção de transformados plásticos, em R$ bilhões

    Outros segmentos que deverão ampliar os pedidos em 2017 são os de alimentação, eletrônicos e agronegócio.

    Parte do aumento da demanda industrial deste ano deverá ser absorvida por itens de fora, segundo a entidade. A alta de importações calculada é de 10,5%.

    Um pleito antigo da indústria nacional para ganhar competitividade —e que deve ser um foco do setor neste ano— é a redução do custo da matéria-prima, praticamente toda fornecida pela Braskem.

    A associação questiona as taxas impostas aos materiais importados —hoje vigoram oito medidas antidumping (tarifas para evitar danos a empresas nacionais), todas solicitadas pela Braskem.

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    Câmbio nas... Depois de acertar os últimos detalhes na quinta-feira (9), o governo abre nesta sexta a consulta pública à proposta de criação de um mecanismo de redução do risco cambial nas concessões de infraestrutura.

    ...concessões A ideia é que essa proteção ao risco para o investidor externo de variação brusca do real já entre nas regras do leilão marcado para o dia 16 de março dos aeroportos: Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis.

    Tira do fundo A partir de certa flutuação da moeda, haverá um desconto na taxa, que poderá chegar a zero, dos 5% da receita bruta pagos de outorga variável anual. O valor deixaria de ir para os cofres do Fnac (fundo de aviação civil).

    Carregar... O grupo baiano Wilson Sons, que opera o terminal de contêineres Tecon, em Rio Grande (RS), investiu R$ 125 milhões em equipamentos para estiva em cais e para operar no pátio.

    ...custa Foram 11 guindastes chineses de dois tipos diferentes, cuja previsão de chegada é para esse mês. Para usá-los, a empresa comprou 42 caminhões e 18 semirreboques específicos.

    Decoração A Imaginarium prevê abrir 25 franquias neste ano e outras cinco com a marca do estúdio MinD, ao qual se associou. A empresa encerrou 2016 com 215 unidades.

    Economia... Brasileiros fazem mais projetos como free-lancers que o resto do mundo, aponta o Boston Consulting Group: 36% das pessoas aqui trabalharam assim em 2016, contra 18% na média global.

    ...do trampo Contratados por empresas aqui são 32%, dez pontos percentuais a menos que nos 13 países onde houve pesquisa. A porcentagem de executivos brasileiros é de 7%, contra 9% do mundo.

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    Fiocruz tenta barrar patente de farmacêutica norte-americana

    O Farmanguinhos (laboratório da Fiocruz) pediu ao Inpi (instituto de propriedade intelectual) que a patente do medicamento Sofosbuvir não seja concedida à farmacêutica norte-americana Gilead.

    Um processo movido pela empresa no instituto pede o reconhecimento dos direitos sobre o produto, usado no tratamento de hepatite C.

    O governo gastou quase R$ 1,2 bilhão desde 2015 em 5,6 milhões de unidades, segundo o Ministério da Saúde.

    "Lançamos mão de argumentos técnicos usados em países que já negaram a patente deste medicamento", diz Hayne Felipe da Silva, diretor de Farmanguinhos.

    Caso a patente seja deferida, um consórcio montado em 2016 com três companhias brasileiras para a produção do remédio será inviabilizado.

    Com o monopólio, o Gilead poderá definir os preços livremente, o que aumentaria as despesas, diz Silva.

    A farmacêutica afirma acreditar que "a inovação contínua e o reconhecimento dos direitos de propriedade intelectual (PI) são fundamentais para investimento em pesquisa e desenvolvimento farmacêutico, o que resulta em melhores tratamentos e adequada ampliação de acesso."

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    Impressão de fraldas

    A Procter & Gamble investiu R$ 500 milhões para aumentar a capacidade produtiva da sua fábrica de Louveira (SP). Os aportes foram para algumas linhas de fraldas e de sabão concentrado.
    A planta dobrou de tamanho e chegou a 140 mil m².

    As máquinas funcionam como se fossem impressoras, só que, no lugar de tinta no papel, é material absorvente nas fraldas.

    A empresa vai, aos poucos, trocar fraldas feitas por outros métodos por essas. Os absorventes íntimos devem passar a ser produzidos com a mesma tecnologia.

    Nas prateleiras, as novidades chegarão por valor mais alto do que a das antigas. A empresa não acredita que isso será um problema.

    Ainda que o Brasil esteja em crise, a estratégia da P&G não é entrar em disputa acirrada por preço, afirma Gianni Ciserani, presidente global dos setores de tecidos e materiais de limpeza.

    "O país é um dos cinco primeiros onde os produtos estarão disponíveis." As fraldas devem aparecer em vizinhos da América Latina pouco depois, pois o que é fabricado aqui é vendido lá.

    A multinacional inaugurará um centro de inovação na mesma cidade, que teve aporte de R$ 150 milhões.

    US$ 65 bilhões
    Ou cerca de R$ 201,5 bilhões, foi o faturamento global

    8%
    das vendas líquidas foram na América Latina

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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