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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Criação de órgão para coordenar setor de gás divide associações

    15/02/2017 02h47 - Atualizado às 11h21
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    Associações da iniciativa privada que se debruçam sobre como deve ser o modelo de negócios do setor de gás natural têm discordâncias sobre a criação de um órgão de controle do segmento.

    O governo estabeleceu um grupo de estudos para discutir o mercado, após a Petrobras anunciar que não irá se responsabilizar por toda produção e todo o transporte de gás até as distribuidoras.

    Associações que formam o grupo ficaram incumbidas de formular uma proposta.

    Algumas, como a Abraceel (comercializadores de energia) defendem a criação de um órgão como o ONS (Operador Nacional do Sistema) do sistema elétrico, para coordenar produção e transporte.

    É importante que haja um agente de controle, segundo Alexandre Lopes, diretor da entidade, por causa de uma verticalização no mercado: "Há empresas que produzem gás e também têm gasodutos".

    Para a Abegás (das distribuidoras), a ideia não funcionaria, diz o presidente Augusto Salomon.

    "A maior parte da produção de gás, hoje, é associada à do petróleo: quando se extrai um, se captura o outro. Um órgão não pode determinar em qual campo o gás deve ser produzido."

    O IBP (de petróleo) defende um agente cuja função seria só de balanceamento do sistema —ou seja, corrigir excessos de gás que entram nos dutos— e da transparência aos volumes movimentados.

    "É uma necessidade ter um órgão", diz Luiz Costamillan, secretário-executivo do IBP.

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    Indústria de pescados cresce 6%, mas investe pouco, diz entidade

    A receita da indústria de pescados cresceu 6% acima da inflação em 2016 e chegou a R$ 8 bilhões, segundo a Abipesca, entidade do setor.

    As empresas, porém, têm tido dificuldade de ampliar seus investimentos na mesma proporção, afirma Eduardo Lobo, presidente da entidade, que foi criada há dois anos para defender os interesses da indústria nacional.

    "Nossas fábricas estão ultrapassadas. Há novos polos de exploração no Brasil, mas não haverá capacidade de escoar a captura sem a modernização das plantas."

    O principal pleito do setor para o plano agrícola que está em elaboração pelo governo é a inclusão da indústria em linhas de financiamento usadas pelo agronegócio, com limites e prazos maiores.

    "Não há isonomia entre as políticas para pescados e para outras proteínas. O governo não tem um plano específico para o setor, os projetos até hoje só se voltaram à pesca artesanal", diz o sócio da Frescatto, Thiago de Luca.

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    Maré baixa

    A Gomes da Costa, de pescados enlatados, planeja investir R$ 20 milhões neste ano para concluir uma fábrica e para fazer melhorias de processos das demais plantas da companhia, afirma o presidente, Enrique Orge.

    A nova unidade fabril será direcionada a subprodutos da sardinha e do atum.

    Com o aumento do preço da sardinha, provocado por problemas climáticos na segunda metade de 2016, a empresa viu suas vendas caírem 5% no ano, desempenho abaixo do mercado total, que retraiu cerca de 2,5%, diz ele.

    "O custo da sardinha local subiu 25%, e, devido à escassez do peixe, tivemos que ampliar a fatia de importados, o que também encareceu."

    Com a perspectiva de uma safra mais positiva em 2017, a empresa espera se recuperar e crescer 10% neste ano.

    NÃO ESTÁ PARA PEIXE - Variação de vendas, em %

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    Aluguel em São Paulo tem primeiro aumento em 19 meses

    Pela primeira vez em 19 meses, o valor do aluguel residencial na cidade São Paulo subiu na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o Secovi-SP (sindicato da habitação).

    A alta foi de 0,7% em janeiro. Os dados consideram apenas novos contratos firmados.

    Para as casas de um dormitório, ainda há uma queda de 0,3% no aluguel, enquanto os de dois subiram 1,1%, e os de três quartos, 2,5%.

    Os últimos meses foram "péssimos para os proprietários", afirma Mark Turnbull, diretor da entidade.

    A perspectiva para os próximos meses é de melhora, ele afirma. Em parte, porque a expectativa é de recuperação de indicadores como o desemprego e a inflação —especialmente o IGP-M, que regula os contratos de aluguel.

    Um item do setor imobiliário, especificamente, tem o potencial de influenciar mais os preços: as entregas de novas unidades devem ocorrer em ritmo menor, diz.

    O mercado ainda tem estoque alto, mas, com o fluxo menor de novas casas, a dinâmica de preços deve mudar. "Os donos não estão mais na loucura de baixar o aluguel a qualquer custo."

    Aluguéis têm primeira alta depois de 19 meses - Variação % acumulada em 12 meses

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    Interior natural

    A Mundo Verde, de produtos naturais, deverá abrir 62 franquias neste ano. A empresa quer ampliar sua presença no interior de São Paulo e Minas, segundo o diretor-executivo, Charles Martins.
    O investimento para abrir uma unidade varia entre R$ 400 mil e R$ 500 mil.

    A expansão deverá ser maior que a de 2016, quando foram inauguradas 51 lojas.

    Quando a companhia foi comprada, em 2014, pelo empresário Carlos Wizard —pai de Charles—, o plano era lançar 150 lojas por ano.

    "Percebemos que seria forçar um crescimento e tivemos que tirar o pé do acelerador", afirma Charles.

    Em 2016, a receita da empresa teve alta nominal de 12% —a inflação foi de 6,29%.

    400
    são as unidades da rede

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    Limpeza... O setor de lavanderias em São Paulo teve queda de aproximadamente 5% no faturamento em 2016. A estimativa é que a receita tenha sido de R$ 4 bilhões.

    ...é luxo O segmento que mais sofreu foi o industrial. Só as empresas que atendem hospitais tiveram um desempenho estável, aponta o Sindilav (sindicato do setor).

    Na palma da mão Compras feitas por tablets e smartphones representaram 21,5% das transações no comércio eletrônico em 2016, segundo a Ebit. A consultoria prevê que o índice seja de 40% em 2017.

    Ao ar livre Cerca de 66% dos shoppings a céu aberto localizados na região Sudeste estão em cidades do interior e quase metade (44%) está em municípios com menos de 500 mil habitantes, segundo a Abrasce (entidade do setor).

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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