• Colunistas

    Friday, 19-Apr-2024 23:31:09 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Para setor imobiliário, teto do FGTS não trará lançamentos

    19/02/2017 02h59

    O novo teto para financiar imóveis com o FGTS, de R$ 1,5 milhão, vai ajudar as incorporadoras a diminuir o estoque de unidades, mas não resolverá os gargalos do setor, segundo diretores de empresas do segmento.

    Novos lançamentos só vão acontecer se houver mudança na maneira como os distratos (desistência de transação) são tratados pela Justiça, diz Emílio Fugazza, diretor financeiro da Eztec.

    Compradores que desistem de contratos arcam com custos que variam de 10% a 20% dos valores desembolsados, de acordo com o preço do imóvel em transação.

    "Precisamos vender o estoque, e as novas regras do SFH (Sistema Financeiro Nacional) ajudam, mas lançamentos, que geram empregos, dependem de uma solução para o distrato."

    Imóveis cujos valores estão entre R$ 950 mil e R$ 1,5 milhão, que, agora, podem contar com recursos do SFH, representam cerca de 11% do estoque da Cyrela, diz o diretor de relações com investidores, Paulo Gonçalves.

    É a terceira faixa com mais unidades em estoque, segundo ele. A nova medida, que vale até o fim de 2017, vai impulsionar negócios nos locais onde o metro quadrado é mais alto, casos de São Paulo e Rio de Janeiro afirma.

    "Há casos de pessoas que moravam de aluguel porque fazia mais sentido econômico, mas que têm renda para comprar apartamentos de valores mais altos. Se elas possuem FGTS, podem usar como entrada", diz o executivo.

    VOCÊ SABE QUE A CASA É SEMPRE SUA, VENHA SIM - Financiamento imobiliário pelo SFH em 2016

    *

    O que estou lendo

    José Eduardo Laloni, vice-presidente do Banco ABC

    Foi em um jantar nos Estados Unidos que José Eduardo Laloni, vice-presidente do Banco ABC, conheceu William Ury. Achou interessante e resolveu ler o livro dele, "Como chegar ao sim com você mesmo".

    Um dos fundadores do programa de negociações da Universidade Harvard, o autor atuou em várias negociações, como a do Pão de Açúcar, entre o empresário Abilio Diniz e o grupo Casino, e em acordos de paz.

    "Colocar-se no lugar dos outros é essencial para negociar, participar de acordos. Vale a pena conhecer a visão dele", diz Laloni, que é responsável pelo banco de investimento e pela área de mercado de capitais do ABC Brasil.

    Divulgação
    José Eduardo Laloni, _vice-presidente do Banco ABC
    José Eduardo Laloni, vice-presidente do Banco ABC

    *

    Mais gás

    A ANP (agência de petróleo, gás natural e biocombustíveis) deverá publicar, ainda neste primeiro semestre, a regulamentação para a injeção, na rede de distribuição, do biometano oriundo de aterro ou estação de tratamento.

    A regulamentação é aguardada há muito tempo porque pode ampliar a oferta de energia no país.

    Esse gás poderá ser usado por automóveis que utilizam o GNV como combustível, como já acontece em outros países, além de poder ser empregado em instalações residenciais e comerciais.

    Por ser produzido no interior do país, a regulamentação do biometano poderá também contribuir para a interiorização do gás no Brasil.

    O biometano não emite gases que provocam o efeito estufa, segundo a agência.

    *

    Evolução pelos ares

    A frota global de aviões comerciais deverá ser superior a 25 mil unidades neste ano, de acordo com a consultoria Oliver Wyman.

    A marca de 30 mil aeronaves deverá ser alcançada até 2022, caso se confirme o crescimento médio anual de 3,9% estimado pela companhia.

    Os principais responsáveis pelo aumento serão China e Índia, que terão alta de dois dígitos no tamanho da frota em atividade, superior à da América Latina (2,8%).

    Mercados mais maduros, como Europa Ocidental e Estados Unidos, permanecerão estagnados.

    A aceleração da renovação de frota e o avanço tecnológico explicam a evolução do setor, aponta a Oliver Wyman.

    Manutenção de aeronaves - Variação estimada da receita do segmento, em US$ bilhões

    *

    Folia antecipada

    A alta de receita no começo de 2017 elevou o otimismo das redes de moda íntima para o Carnaval.

    Empresas preveem um crescimento de dois dígitos nas vendas para o feriado, na comparação com 2016.

    "Tivemos um aumento de 7% no faturamento do varejo na primeira quinzena de fevereiro", afirma Sandra Chayo, sócia-diretora da Hope.

    "A projeção é crescer 10% no período do Carnaval."

    A melhora no desempenho pode ser atribuída à ausência de chuvas e à tendência de mulheres utilizarem peças coloridas à mostra, afirma Angela Fonseca, sócia da Jogê.

    "Deveremos ter uma alta de 10% a 12% nas vendas para o período, em linha com a expectativa para 2017, de 11%", diz ela.

    Outras marcas, como a fornecedora DeMillus e a Darling, de luxo, projetam aumento de 15% a 20% no período festivo.

    30
    franquias da Hope deverão ser abertas neste ano, de acordo com a empresa

    *

    Empolgou na largada

    O resultado ruim do comércio em 2016 explica, em parte, o aumento das vendas de moda íntima no começo deste ano, diz Edmundo Lima, diretor-executivo da Abvtex, que representa o varejo têxtil.

    "Houve melhora, mas é difícil não ter um resultado superior ao ano passado. A base de comparação é baixa."

    Apesar do entusiasmo inicial das empresas, o desempenho do primeiro semestre deverá seguir a mesma linha de 2016, afirma.

    *

    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024