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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Antecedente do PIB, setor de embalagem deve cair no 1° trimestre

    22/02/2017 02h59

    As empresas do setor de embalagens produziram 4,2% a menos no ano passado que em 2015. Foi a segunda retração seguida na mesma proporção —a queda anterior havia sido de 4,41%.

    O resultado foi aquém do esperado pela Abre, associação do segmento, que encomenda o estudo à FGV.

    A produção de embalagens é um indicador antecedente, ou seja, seu comportamento antecipa a direção que a economia vai tomar.

    A característica do ano passado é que não houve uma queda linear, mas de meses ruins. Existiu uma melhora pós-impeachment e, depois, uma nova degradação.

    "Ocorreu uma euforia com a possibilidade de recuperação no meio do ano. Isso não se sustentou porque não existia motivo econômico que mantivesse um viés de crescimento", afirma Luciana Pellegrino, diretora da Abre.

    DESEMBRULHAR-ME E SER EU - Desempenho do setor de embalagens no ano passado

    Para 2017, a previsão é de melhora gradativa e constante —o primeiro trimestre será negativo em 0,5,% e o último, positivo em 2,1%, segundo dados da associação.
    No ano, deverá haver uma alta de 0,6%, prevê a Abre.

    "Há sinais de que a economia vai sair da situação aflitiva na qual se encontra", afirma Salomão Quadros, coordenador da FGV responsável pela pesquisa.

    Entre os fatores que apontam para uma recuperação estão a redução dos estoques industriais, que abrem caminho para retomada da produção, a queda do endividamento das famílias e a melhora nos índices de confiança.

    Produção física de embalagens -

    Previsão 2017 -

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    Crescer e distribuir

    Após fazer um investimento de R$ 54 milhões para ampliar sua capacidade produtiva, a Sandoz, farmacêutica direcionada a genéricos do grupo Novartis, planeja ampliar sua estrutura de distribuição em 2017.

    "Está em discussão fazer um centro de distribuição em São Paulo, o que provavelmente será trabalhado junto com a Novartis. A ideia é ter isso em funcionamento até o fim deste ano", diz o diretor-geral, André Brázay.

    O valor do aporte planejado não foi revelado.

    "Nossa estrutura de distribuição em Cambé [no Paraná, onde fica o centro fabril da empresa] está bastante limitada. Temos investido em capacidade de produção, e, neste ano, o plano é aumentar o escoamento."

    A companhia planeja iniciar, neste mês, a operação de uma nova linha de produção de genéricos que deverá aumentar em cerca de 25% a capacidade da fábrica de Cambé.

    Em 2017, também deverão ser aportados aproximadamente R$ 20 milhões na manutenção da planta e em tecnologia, para manter o ritmo de crescimento da farmacêutica no Brasil, segundo o executivo.

    700
    são os funcionários da Sandoz

    11%
    foi o crescimento da empresa na América Latina em 2016

    US$ 10,1 bilhões
    foi o faturamento global da farmacêutica no ano passado

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    Cura nacional

    A participação de laboratórios brasileiros no varejo farmacêutico cresceu 3,1% em 2016 e chegou a 67%, segundo a Alanac, entidade que representa o setor.

    Com a desaceleração das vendas de medicamentos no país, o avanço das nacionais foi menor que a média dos anos anteriores à crise —embora maior que em 2015, quando a alta foi de 1,6%.

    Em 2017, a projeção é que o aumento de participação das brasileiras no mercado volte a perder ritmo, segundo o presidente-executivo da associação, Henrique Tada.

    esde 2012, as companhias nacionais faturam mais que as de capital estrangeiro com vendas no varejo.

    "As multinacionais têm reduzido seus investimentos em parque fabril. Há uma questão estratégica das matrizes de polarizar em poucos locais do mundo a produção, e o Brasil tem um alto custo."

    PÍLULA VERDE E AMARELA - Participação de laboratórios nas unidades vendidas pelo varejo farmacêutico em 2016, em %

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    Chuva... A Fundação Banco do Brasil investirá R$ 17,3 milhões neste ano na construção de quase 3.200 cisternas no semi-árido brasileiro.

    ...no sertão O BNDES será responsável por R$ 5,9 milhões do aporte. A expectativa é atender a 14 mil pessoas localizadas em nove Estados.

    Capital... O programa gratuito do Mdic (ministério da indústria) de aceleração de start-ups, o Inovativa Brasil, bateu recorde, com 1.793 inscritos.

    ...semente O Sudeste liderou com 829 start-ups —439 de São Paulo. Do Sul, foram 424, do Nordeste, 313, do Centro-Oeste, 160 e, do Norte, 67.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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