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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Novos contratos de energia livre perdem força no começo de 2017

    23/03/2017 02h30

    Desaceleraram as negociações de compra de energia no mercado livre, em que grandes consumidores escolhem de quem comprar e fixa-se um preço do fornecimento por anos.

    Durante o ano passado, houve recordes na variação de um mês para o outro.

    Em dezembro de 2016 e janeiro deste ano, os últimos com dados consolidados, a alta foi de 1,6% —contra uma média de 7,8% nos seis meses anteriores, segundo a CCEE.

    A quantidade de negócios fechados cresce a uma velocidade menor porque a migração do mercado tarifado diminuiu, afirma Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc, uma comercializadora de energia desse segmento.

    "Durante 2016, houve um acréscimo grande de novos clientes, mas isso caiu. Com menos entrantes, há menos negócios feitos, porque os contratos têm prazos que variam de 3 e 5 anos."

    O preço de liquidação de diferenças, que serve como parâmetro para o mercado de energia livre, subiu no ano passado —no Sudeste, ele era R$ 52 na primeira semana de 2016 e R$ 114 na última.

    Essa alta desestimula a migração, segundo Vlavianos.

    As empresas que entraram no sistema nos últimos meses são, na sua maioria, clientes especiais, que não têm consumo tão elevado como as fábricas, diz Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel (associação do segmento).

    Em volume de energia, nota-se desaceleração causada pelo freio na indústria. "Esse consumidor caiu barbaramente. Se eles se recuperarem, as vendas aumentarão."

    DESACELERA, SÃO PEDRO - Contratos de energia no mercado livre

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    Esperando o bolo crescer

    A indústria brasileira de biscoitos, massas e pães estima que sua produção volte aos níveis de 2015 até o fim do ano, segundo a Abimapi (que representa o setor).

    As fabricantes tiveram uma queda de 2,8% no volume de vendas e um aumento de 4,3% na receita em 2016.

    O faturamento no ano passado foi de R$ 36,86 bilhões.

    "Pelo tamanho da crise, foi positivo termos conseguido nos manter estáveis. O crescimento nas vendas em valor não foi nada mais que uma reposição de custos", diz Claudio Zanão, presidente-executivo da entidade.

    "Com uma leve retomada da economia neste ano, a previsão é que o setor reverta a curva em volume, com um aumento em torno de 2%, e tenhamos uma alta próxima a 6% na receita."

    A maioria dos itens produzidos por associados, como biscoito e macarrão, podem ser considerados de primeira necessidade, diz Zanão.

    Mesmo com a redução do poder de compra do consumidor, não deixam de ser consumidos, afirma.

    ASSADO EM FORNO BAIXO - Variação nas vendas de biscoitos, massas, pães e bolos industrializados, em milhões de toneladas

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    Sem recheio

    A Piraquê conseguiu um pequeno crescimento em volume no ano passado, em torno de 2%, mas precisou sacrificar praticamente a metade de sua margem de lucro, diz Alexandre Colombo, diretor da empresa.

    "Neste ano, a perspectiva é de recuperar um pouco nossa rentabilidade, com alguns repasses de preços ao consumidor. A projeção é aumentar o volume perto de 6% e o faturamento de 10% a 12%."

    A companhia observou uma migração de consumidores para produtos mais básicos, como biscoitos sem recheio, movimento semelhante ao que ocorreu com o setor, diz Colombo.

    R$ 915 MILHÕES
    foi o faturamento da Piraquê no ano passado

    R$ 1,06 BILHÃO
    é a projeção para este ano

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    Dose extra

    O número de empresas brasileiras que têm intenção de tomar medidas para conter custos trabalhistas diminuiu em 2017, segundo o Korn Ferry Hay Group.

    Das 309 companhias entrevistadas pela consultoria, 38% planejam demitir funcionários, ajustar benefícios ou reduzir horas extras. No ano passado, o índice era de 48%.

    "Temos visto um otimismo em relação a 2016, embora o ano passado não seja o patamar ideal de comparação", afirma Carlos Silva, diretor de análises da companhia.

    Mais da metade (52%) das empresas consultadas prevê que as perspectivas de negócios serão melhores em 2017.

    "Entre os que previam algum tipo de corte de gastos trabalhistas em 2016, 30% adotaram demissões em massa. Neste ano, a porcentagem caiu para 7%", diz Silva.

    Orçamento do RH - Perspectiva das empresas para 2017, em relação a 2016

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    As águas... Furnas pagou R$ 17,9 milhões em royalties da água para São Paulo no ano passdo. O valor foi repassado pela Aneel ao Estado e a 27 municípios localizados na área de influência dos reservatórios das hidrelétricas.

    ...vão rolar Guaraci teve a maior arrecadação, com R$ 2,8 milhões, seguido de Colômbia (R$ 1,7 milhão), e Guaíra (R$ 1,4 milhão). Na última década, a compensação pelo uso de recursos hídricos chega a R$ 1,6 bilhão no país.

    Língua... O governo da Alemanha investiu € 9,7 milhões de euros (R$ 32 milhões) na difusão da língua alemã no Brasil em 2016. O valor foi destinado a bolsas de estudo e a escolas do país que são alemãs ou ensinam o idioma.

    ...estrangeira Mesmo com o incentivo, o número de inscritos em cursos de alemão diminuiu, segundo o Goethe-Institut. A crise econômica é apontada como motivo para a redução. Em 2015, houve um aumento de 30% na demanda.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e LUISA LEITE

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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