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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Irregularidade de empresa em depósito do FGTS cresce 40% em 2016

    06/04/2017 02h30

    Marcus Leoni/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 10.03.17 8h30 Fila em agencia da Caixa na rua Sete de Abril, centro, SP. O saque do FGTS inativo começa nesta sexta-feira (10) para nascidos em janeiro e fevereiro e que tem dinheiro em contas inativas ate dez.2015.(Foto: Marcus Leoni / Folhapress, MERCADO)
    Pessoas formam fila para sacar FGTS inativo em São Paulo

    As irregularidades no recolhimento de FGTS identificadas pelo governo cresceram 39,8% no ano passado, segundo o Ministério do Trabalho.

    Em 2016, foram 43,4 mil infrações registradas, que correspondem a um montante de R$ 3,13 bilhões não depositados por empregadores.

    O total de companhias com irregularidades no país, porém, é de 2,8 milhões, estima o governo —no ano passado, 14,6 mil foram autuadas.

    A alta dos registros em 2016 ocorreu pelo agravamento da crise, que fez com que empresas tivessem dificuldade de cumprir obrigações trabalhistas, diz Letícia Ribeiro, sócia do Trench, Rossi e Watanabe.

    Neste ano, a perspectiva é que o volume de infrações identificadas cresça novamente —a retomada lenta da economia é um dos motivos apontados por especialistas.

    Outro fator que deverá acirrar a fiscalização é a bonificação por eficiência para os auditores, aprovada no fim de 2016, diz o sócio do Demarest, Antônio Carlos Frugis.

    A liberação do saque de contas inativas do FGTS também tende a facilitar o monitoramento de irregularidades, segundo Joel Darcie, chefe de fiscalização da área.

    "Muitos funcionários não encontraram na conta o valor que esperavam e fizeram denúncias. Para nós, é a melhor fonte de fiscalização."

    A punição para a empresa que não recolhe o FGTS é o pagamento do valor acrescido de juros e multas, além de possíveis processos trabalhistas, administrativos e a perda de benefícios fiscais.

    SEM FUNDO - Irregularidades no recolhimento de FGTS

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    Guarda-acervos

    A falta de cultura de contratação de seguros para coleções de arte é o maior entrave para a expansão no Brasil da AXA-Art, especializada no setor, segundo a CEO da empresa nas Américas, Christiane Fischer.

    "Muitos colecionadores pensam na segurança contra roubo, mas a maioria dos problemas ocorre por acidentes: uma taça de vinho que cai, uma infiltração no apartamento de cima."

    A companhia, que está há quatro anos no país, tem 20 clientes na feira SP-Arte, que reúne 159 galerias.

    A executiva veio ao evento acompanhada do CEO global da Axa-Art, Kai Kuklinski, para fazer contatos no mercado nacional.

    Em 2016, o crescimento da empresa no Brasil foi de 200% —a base, porém, é pequena, e a participação no faturamento do continente é pouco significativa, diz.

    "Há uma perspectiva de que o país represente, a médio prazo, cerca de 10% da receita nas Américas."

    Com bases nos Estados Unidos, México e Brasil, a empresa prevê entrar na Colômbia e no Chile até 2018.

    US$ 8.000
    o prêmio anual médio de coleção de US$ 10 milhões

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    Tomada chinesa

    A chinesa BYD, especializada em produtos de energia renovável e que tem o investidor Warren Buffett entre seus sócios, aumentará a participação do conteúdo local em seus ônibus elétricos no Brasil.

    Menos de 30% dos componentes utilizados atualmente nos veículos são feitos no país. Essa fatia deverá crescer 10 pontos percentuais por ano, afirma Stella Li, vice-presidente global da companhia.

    Só em 2017, o aporte previsto para alavancar a nacionalização é de R$ 50 milhões. Desse valor, R$ 13 milhões serão destinados aos fornecedores locais.

    "Consideramos o Brasil um dos três mercados mais importantes fora da China, no mesmo patamar de Estados Unidos e Europa."

    A estimativa da empresa é nacionalizar até 70% da produção até 2021, diz Adalberto Maluf, diretor da companhia no país.

    A BYD deverá anunciar neste ano sua terceira fábrica no Brasil, para produzir baterias. Nesta quinta (6), a empresa inaugura sua planta de painéis solares.

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    Isenção na UTI

    O setor de produtos médico-hospitalares teme que a isenção de ICMS dada ao segmento desde 1999 não seja renovada pelo Confaz (conselho de política fazendária), que se reúne nesta quinta (6) e sexta-feira (7).

    "A secretaria-executiva do conselho nos alertou que havia uma pressão de secretarias da fazenda estaduais para que não prorrogassem", diz Bruno Bezerra, diretor-executivo da Abraidi, que reúne distribuidores de implantes.

    Entre os itens que seriam afetados, estão próteses ortopédicas, materiais para raio-x e diálises, entre outros.

    "O problema é que são produtos comprados pelo próprio setor público, cujos hospitais já têm um grave problema de orçamento."

    O aumento médio de preço seria de ao menos 20%, estima Bezerra. "Há outras isenções atreladas à do ICMS que também perderiam efeito, como a do PIS/Cofins."

    Até o fechamento da edição, o Confaz não se manifestou sobre o tema.

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    Em... Depois de críticas de que o BNDES está travando o crédito, três de seus diretores visitaram em dois dias quatro entidades. Abimaq, Anfavea, Fiesp e Febraban receberam Ricardo Ramos, Vinicius Carrasco e Claudia Prates.

    ...ação Foram mostrar o que já foi feito: ampliação do acesso ao crédito, mudanças no Cartão BNDES, Portal MPME, nova Taxa de Longo Prazo, além da política de conteúdo local. E principalmente ouvir sugestões, frisa um membro da equipe.

    Cadeira... O executivo Marcelo Kfoury deixou o cargo de chefe do departamento econômico do Citibank no Brasil, em que atuou por 11 anos, na última terça-feira (4).

    ...vazia A posição, por ora, está vaga. O departamento ficará subordinado a Ernesto Soriano, que até 2015 integrou a equipe econômica do presidente mexicano.

    Comércio Representantes do governo se reunirão nesta quinta-feira (6) na sede da CNI (confederação da indústria) com negociadores canadenses para defender um acordo entre o país e o Mercosul.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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