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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Procuradoria da Fazenda questiona na Justiça recuperação judicial

    07/04/2017 02h30

    Advogados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) entraram com uma petição na Justiça Federal contra a metalúrgica Sifco por entenderem que a empresa usou a recuperação judicial para se esquivar de responsabilidades de uma falência.

    Por medida cautelar, a Justiça tornou indisponíveis os bens da companhia, que deve R$ 1 bilhão em impostos.

    Advogados, servidores que defendem os interesses da Fazenda, acusam a metalúrgica de ter vendido seus melhores ativos e ficado com dívidas e bens menos valiosos. Sob o seu comando, há hoje apenas uma unidade, cujo valor representa 10% do total do que valia antes, dizem.

    Um esvaziamento dessa magnitude não condiz com o objetivo da recuperação, que é a viabilidade do negócio.

    O caso deveria ser, portanto, de falência, o que daria preferência a dívidas com trabalhadores e com o fisco.

    Alguns ativos foram vendidos a empresas que já tinham créditos com a metalúrgica, mas que, em caso de falência, não teriam prioridade para receber, segundo advogados.

    Entrar em recuperação e liquidar a companhia é uma estratégia conhecida como "falência branca". A lei, de 2005, contribui para que existam casos como esse, diz um tributarista.

    A PGFN pretende procurar a Justiça para recuperar outros créditos tributários, afirmam advogados da Fazenda.

    Cabe recurso, mas como há segredo de Justiça, a empresa não diz se vai recorrer.

    A ACUSAÇÃO

    Metalúrgica deve R$ 1 bi em impostos

    > Fisco não tem voto sobre plano de continuidade da empresa

    > Divisão de grandes devedores da PGFN acusa empresa de usar procedimento de recuperação de forma abusiva

    > Alegação é que a Sifco alienou fábricas e só manteve em atividade uma unidade

    > Fazenda ainda suspeita de desvio de recursos anterior à recuperação

    Fonte: PGFN

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    Às claras

    As vendas de ativos da Sifco foram públicas e aprovadas pelos credores contemplados no plano de recuperação, afirma o advogado da empresa, Marcos Martins.

    "Foram feitas audiências para que interessados apresentassem propostas de aquisição. Isso foi acompanhado por credores, pelo administrador judicial e pelo Ministério Público."

    Antes do questionamento na esfera federal, a Justiça Estadual, que autoriza as transações, permitiu que acontecessem, diz Martins. Ele afirma que não há esvaziamento de ativos da empresa.

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    Consumo de antidepressivos teve alta de 27,4% em 2016

    O consumo de antidepressivos subiu 27,4% no ano passado, segundo um levantamento da seguradora Sulamérica com 13,6 mil empresas. Nos últimos seis anos, o aumento foi de 76%.

    As mulheres são as que mais sofrem com o problema: representam cerca de 60% das compras dos medicamentos.

    A saúde mental e as questões emocionais são crescentes preocupações para companhias, sobretudo as de grande porte, afirma a diretora da empresa Tereza Veloso.

    Depressão e ansiedade são os principais entraves para a concentração no trabalho e geram despesas 10% maiores com planos de saúde, diz a consultoria Mercer Marsh Benefícios

    O período médio de afastamento nesses casos é três vezes superior ao observado com outras doenças.

    "O ideal para combater o problema é criar ações para estimular exercícios físicos, limitar a carga horária de funcionários e aumentar o bem-estar", diz Veloso.

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    Ferramentas para expansão

    A Stanley Black & Decker, empresa de ferramentas que acaba de adquirir a Newell Brands, planeja investir ao menos R$ 20 milhões no Brasil em 2017.

    O aporte será usado para integrar seu sistema de vendas e promover as marcas incorporadas.

    O portfólio nacional da companhia irá praticamente dobrar quando a aquisição for totalmente concluída —a compra global foi anunciada em março.

    "Há também um projeto de expansão geográfica", diz o presidente da empresa, Paulo Martins.

    "Queremos ampliar a atuação em regiões como o Nordeste, o Norte e o Centro-Oeste." Hoje, o Sudeste detém 45% da receita.

    A companhia tem planos de ampliar a estrutura de distribuição, mas, por enquanto, o foco é fazer a integração entre os negócios, afirma o empresário.

    Em 2016, a Stanley Black & Decker teve um crescimento real de 1%. Neste ano, a expectativa é uma alta de 15% da receita total, já com o faturamento da Newel contabilizado.

    R$ 710 milhões
    faturou a Stanley Black & Decker no ano passado

    R$ 210 milhões
    foi a receita da Newell em 2016

    US$ 1,95 bilhão
    (R$ 6,13 bilhões) foi o valor da compra da Newell pela Stanley Black & Decker

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    Energia jogada fora

    O Brasil desperdiçou quase 47,5 mil GWh de energia em 2016, o equivalente a 46% de toda a produção da usina de Itaipu no mesmo período, segundo a Abesco, que representa empresas de conservação do recurso.

    O cálculo é feito com dados de consumo da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a partir de um coeficiente médio do que poderia ser economizado em cada setor.

    A energia desperdiçada seria maior não fosse a crise, que reduziu a produção industrial, diz Alexandre Moana, presidente da entidade.

    A indústria deixou de economizar 10,2 mil GWh em 2016, uma queda de 2,7%.

    Foi pelo ralo - Energia no Brasil, em mil GWh

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    Indústria A Hth, de tratamento de piscinas, construirá oito laboratórios de pesquisa em sua fábrica de Salto (SP). O aporte será de R$ 10 milhões.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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