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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    População de baixa renda vê melhora no salário real com recuo do preço da cesta

    17/04/2017 02h30

    A relação entre o salário mínimo e o valor da cesta básica em fevereiro melhorou -ainda que pouco. Como o preço do grupo de alimentos essenciais caiu em 25 das 27 capitais do país, o poder de compra medido em cestas cresceu.

    Pela cesta mais cara -que, em fevereiro, foi a de Porto Alegre (R$ 435,51), o Dieese estima que o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.658,72 -3,90 vezes o mínimo (de R$ 937).

    Em fevereiro de 2016, o salário mínimo necessário foi de 4,23 vezes o piso vigente.

    "Com a queda do preço dos alimentos nos últimos seis meses, o salário real da população de baixa renda melhorou. Não de forma estrondosa, mas melhorou", diz Jorge Simino, diretor de investimentos da Funcesp.

    "O cenário econômico é muito complicado, mas para a classe de baixa renda é um alívio e representa mais comida à mesa. Com a queda dos preços agrícolas, houve um salto [no poder de compra] de 16%", afirma. "Pode dar um algum refresco, inclusive para o consumo de outros bens." Apesar da variável positiva, há o medo do desemprego. O consumidor tenta poupar enquanto luta para sair de dívidas.

    "O endividamento das famílias e o fato de os bancos emprestarem pouco tornam a recuperação mais complexa."

    Editoria de Arte/Folhapress
    DÁ PARA COMER UM POUCO MAISSalário mínimo x cesta básica, em R$

    PROTEÇÃO A JATO

    Keiny Andrade/Folhapress
    SAO PAULO - SP - 04.04.2017 - MERCADO ABERTO - Retrato de Paride Della Rosa, diretor-executivo da AIG Brasil, para a coluna Mercado Aberto. FOTO: KEINY ANDRADE/FOLHAPRESS
    Paride Della Rosa, CEO da AIG

    As seguradoras que trabalham com D&O -modalidade que protege diretores e executivos contra processos- têm buscado empresas de médio porte para diversificar sua carteira, segundo empresas do setor.

    "As contratações, que aumentaram significativamente no país após a Lava Jato, deixaram de ser vistas como algo destinado a grandes corporações", afirma Paride Della Rosa, CEO da AIG.

    Além do receio de investigações, a dificuldade de honrar compromissos durante a crise aumentou o interesse de empresas de médio porte pelo produto, diz Fernando Saccon, da Zurich.

    "O seguro cobre a defesa de processos movidos pela Receita Federal e órgãos reguladores."

    As empresas menores representam 70% dos contratos de D&O assinados, mas apenas 30% dos prêmios, avalia Mauricio Bandeira, da Aon Brasil.

    Apesar de o tíquete médio ser inferior, o nicho é importante para as seguradoras, que querem que sua carteira dependa menos de poucos clientes de maior risco, diz Saccon.

    Além disso, a demanda de grandes empresas é restrita -para crescer, restam as menores e as de capital fechado.

    DIRETORIA PROTEGIDA - Seguro de proteção ao patrimônio de altos executivos - Prêmios diretos, em R$ milhões

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    Aneel acaba com exigência de fundo para concessionárias

    A Aneel (agência do setor elétrico) extinguiu uma resolução de 2014 que determinava a criação pelas concessionárias de energia de uma reserva financeira para compensar eventuais desequilíbrios.

    A regra caiu na semana passada porque não foram feitas audiências públicas para debatê-la.

    A Abradee (associação dos distribuidores) entrou com um recurso na agência em 2015 para evitar que as concessionárias fossem obrigadas a despender esses recursos.

    A regra afetaria direitos das empresas que já são regulamentadas por normas contábeis diz Nelson Leite, presidente da Abradee.

    "Isso significaria menos dividendos, o que tornaria o investimento no setor menos atrativo. Ninguém iria querer [fazer aportes em distribuição] se há outros ramos de negócios onde não há exigência de reserva financeira."

    Para o presidente da entidade, a Aneel não deverá retomar a proposta do fundo. Procurada pela coluna, a agência do setor elétrico não se manifestou.

    A CONTA DE LUZ - Maiores receitas de distribuidoras

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    ADVOGADOS SEM UNIÃO

    Parte dos servidores da AGU (Advocacia Geral da União) atua contra um projeto de lei defendido pela direção da casa, inclusive pela ministra Grace Mendonça.

    Trata-se de uma proposta para que, na lei orgânica, defensores das autarquias e do Banco Central sejam formalmente subordinados à AGU.

    Os advogados de uma associação, a Anauni, tentam impedir o projeto.

    "Procuradores de autarquias têm salários e funções diferentes. Esse projeto é um atalho de carreira", diz Caio Wolff, diretor da entidade.

    Outro argumento é que, caso haja discordância entre a administração direta e um órgão como o Banco Central, o último perde autonomia para se defender.

    Procuradores da administração indireta também prestaram concurso pela AGU, afirma Mendonça, e, na prática, já respondem ao órgão.

    "O receio é que haja unificação, a criação de uma carreira com a nomenclatura que pegue todos e que isso traga prejuízos em promoção, por exemplo. Esse projeto não prevê isso."

    A autonomia dos órgãos, diz ela, será reforçada, porque a administração indireta terá o respaldo da lei orgânica para ter a defesa reconhecida.

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    HORA DO CAFÉ

    Alves
    Charge

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    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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