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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Camargo Corrêa tem vitória na Justiça em disputa de R$ 560 mi com Jirau

    19/04/2017 02h30

    Lalo de Almeida/Folhapress
    Porto Velho, RO. 27/05/2014. Construcao da casa de forca da usina hidrelétrica de Jirau no rio Madeira. ( Lalo de Almeida/Folhapress, COTIDIANO ) *** ESPECIAL *** Não usar sem autorização da Secretaria de Redação ***
    Obras da construção da hidrelétrica de Jirau, em Porto Velho (RO)

    Uma decisão da Justiça do Rio abriu caminho para que a Camargo Corrêa cobre R$ 560 milhões do consórcio Energia Sustentável do Brasil, da hidrelétrica de Jirau.

    A empreiteira construiu a usina e, no fim da obra, houve um desentendimento em relação aos valores de serviços adicionais.

    No contrato, estipulava-se que a questão seria resolvida em câmara de arbitragem, onde ficou decidido que a geradora deveria pagar o montante à construtora. Esta, em seguida, foi à Justiça para executar a dívida.

    O consórcio, formado por Engie, Mitsui, Eletrosul e Chesf, entrou com um processo para anular a decisão da arbitragem, com o argumento de que a câmara não exigiu provas da Camargo.

    O tribunal do Rio decidiu, então, que a dívida só seria executada depois de encerrado o questionamento da anulação da arbitragem.

    Nesta semana, a segunda instância reverteu o entendimento e possibilitou o início de processo de cobrança.

    Jirau analisa decisão e vai recorrer.

    Há preocupação em relação a financiamentos do BNDES à hidrelétrica que não previa esse desencaixe de dinheiro neste momento, segundo a coluna apurou.

    A avaliação de pessoas ligadas ao consórcio é que existe a chance de a empreiteira não devolver o dinheiro no futuro, caso a decisão arbitral seja anulada pela Justiça.

    A sentença final, com trânsito em julgado, pode levar até dez anos, e é difícil prever como estará a saúde financeira da Camargo, afirmam.

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    Setor de higiene prevê alta de 2%, mas tem início de ano negativo

    A indústria de higiene e cosméticos prevê uma leve recuperação para 2017, mas não descarta rever as estimativas nos próximos meses.

    A Abihpec, que representa o setor, projeta um aumento real de 2% a 3% na receita, descontada a inflação.

    Os resultados preliminares do primeiro trimestre, no entanto, ficaram abaixo do esperado, afirma João Carlos Basilio, presidente da entidade.

    "Imaginávamos que, neste momento, já teríamos estabilidade. Há sinalização de uma queda de 2% a 3% nos três primeiros meses do ano."

    Caso haja uma nova retração até junho, o setor revisará as projeções, de acordo com o executivo.

    Em 2016, a indústria de higiene teve receita líquida de R$ 45 bilhões, a segunda queda anual consecutiva, aponta a Abihpec.

    A migração de consumidores para itens mais baratos, a redução das margens de lucro e a carga tributária maior explicam o resultado negativo, afirma Basilio.

    "Além da crise, que impactou o desemprego e o poder de compra dos consumidores, 18 Estados aumentaram o ICMS."

    ÁGUA NO XAMPU - Variação na receita da indústria de higiene e cosméticos em relação ao ano anterior, em %

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    A Mutant, de atendimento ao cliente, planeja investir entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões neste ano, em aquisições e em desenvolvimento de tecnologias.

    A companhia vem se expandindo de forma acelerada desde o segundo semestre do ano passado, quando recebeu um aporte da Permira, gestora europeia de fundos de private equity.

    Em 2016, foram alocados R$ 100 milhões em três aquisições de médio porte e, neste ano, o ritmo deverá se manter, segundo o diretor-executivo da empresa, Alexandre Bichir.

    "Buscamos companhias com receita entre R$ 20 milhões e R$ 100 milhões. Temos um foco grande em tecnologia, mas também vamos olhar para o setor de serviços e de treinamento."

    Além disso, haverão aportes em sistemas para melhorar as plataformas de relacionamento da empresa.

    R$ 300 milhões
    foi a receita da companhia em 2016, um crescimento anual de cerca de 50%

    2.500
    são os funcionários da Mutant

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    São Paulo freou

    A arrecadação de ICMS da cadeia da construção civil no Estado de São Paulo teve queda de 13,4% em 2016, aponta a Fiesp, com base em dados da Secretaria da Fazenda.

    "A diminuição foi forte não só por causa do enfraquecimento do mercado imobiliário, mas também porque obras públicas estão praticamente paradas", diz Fernando Garcia, consultor do setor de construção da entidade.

    A cadeia da construção vai demorar para voltar a crescer, mesmo que a economia melhore, pois os ciclos desse segmento são de longo prazo, lembra ele.

    O índice nacional da Cbic (câmara da construção) teve uma queda menor no período: 5%, de acordo com José Carlos Martins, presidente da entidade. O ICMS é influenciado pelo uso de estoque e postergação de compras.

    A engenharia civil em São Paulo caiu mais que a média do país, mas dados por Estado não estão prontos, diz.

    NA DESCENDENTEMédia do ICMS arrecadado do setor de construção em SP, nos 12 meses anteriores, em R$ milhões

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    Em Milão O Eataly, complexo gastronômico italiano, vai investir € 1 milhão (R$ 3,34 milhões) para apoiar o restauro da obra de Leonardo da Vinci "A Última Ceia".

    Cabeça... O aumento do lucro será a prioridade para 36,4% dos 338 executivos à frente de empresas ouvidos pela consultoria Talenses.

    ...de chefe Em seguida, vêm aumento de produtividade (28%) e criação de produtos (12%). A retenção de talentos foi a menos citada (3%).

    De olho... A Óticas Diniz prevê abrir 90 franquias neste ano, com foco no Rio e em São Paulo. O investimento por loja vai de R$ 200 mil a R$ 500 mil.

    ...no Sudeste O número é superior ao de 2016 (74 novas lojas), mas inferior à média de inaugurações anterior à crise, de 110 unidades por ano.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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