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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Nova regra para 'sujar' nome de devedor em SP pode ir a votação

    31/05/2017 03h00

    Rogério Padula/FotoRua/Folhapress
    Pessoas formam filas para regularizar dívida e limpar o nome em feirão da Serasa montado no shopping metrô Itaquera, nesta terça
    Pessoas formam filas para regularizar dívida e limpar o nome em feirão da Serasa

    Um projeto de lei que busca flexibilizar a inclusão de devedores em cadastros de inadimplentes poderá ser votada pela Assembleia de São Paulo na próxima semana.

    O projeto é uma demanda das entidades comerciais do Estado e de birôs de crédito.

    O objetivo é reverter uma regra, aprovada em 2015, que exige que o inadimplente assine uma notificação antes que seu nome seja registrado no cadastro de devedores.

    O procedimento, que é sete vezes mais caro, dificultou a cobrança e estimulou as companhias a protestarem as dívidas diretamente no cartório, segundo Elias Sfeir, presidente da ANBC, associação que reúne Serasa Experian e Boa Vista SCPC.

    "No caso de dívidas de menor valor, as empresas simplesmente não cobram", diz.

    Em março, o Estado registrou 517 mil CPFs negativados em cartórios. O volume, recorde no Estado, é 79% maior que no mesmo mês de 2016.

    Desde que a lei entrou em vigor, trava-se uma disputa judicial que aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal.

    A maior perspectiva de mudança da regra, porém, é a aprovação desse projeto de lei, que derrubaria a exigência da notificação assinada.

    A votação ainda não foi marcada, mas o líder do governo, Barros Munhoz (PSDB-SP), levará a pauta à reunião do Colégio de Líderes (que define a agenda de votações), na próxima terça (6), informa o gabinete do deputado.

    A ideia é que o texto vá a plenário na próxima semana.

    Como era
    Inadimplente era comunicado via carta simples da inclusão na "lista suja"

    Como ficou
    Cliente deve ser previamente comunicado por escrito, com protocolo de aviso de recebimento assinado

    Como pode ficar
    Cai exigência de assinatura do devedor para incluir no cadastro de inadimplentes

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    Águas calmas

    A Lonza, multinacional de química de origem suíça, vai investir cerca de R$ 50 milhões na expansão de uma fábrica no Pernambuco e em um centro tecnológico no interior de São Paulo.

    A empresa vende produtos para tratamento de água no Brasil, e é essa linha que será ampliada no Nordeste.

    "Cerca de 80% do dinheiro vai para a produção de hipoclorito de cálcio, e nós teremos um centro de pesquisa para tratamento de água e também outros setores", afirma Christian Wichert, diretor global da Lonza.

    A empresa adquiriu, por US$ 5,5 bilhões (R$ 18 bilhões), uma encapsuladora norte-americana, e uma farmacêutica por US$ 300 milhões (R$ 980 milhões).

    Os aportes no Brasil estão em linha com essas aquisições, pois fazem parte de um plano de crescimento que o diretor-executivo no país, Mario Lorencatto, classifica como agressivo.

    "Há uma meta para crescer de forma acelerada e olhamos o Brasil com atenção, embora os últimos três anos tenham sido complicados para o país", afirma.

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    Desaceleração da dívida

    O aumento da inadimplência das empresas em abril foi o menor desde 2011, quando este levantamento começou a ser realizado pelo SPC Brasil e pela CNDL (confederação de dirigentes lojistas).

    Houve crescimento de 4,3% na comparação com o mesmo mês de 2016. O índice, no entanto, alcançou 192,95 pontos, um recorde -a nota 100 equivale à situação em janeiro de 2010.

    "A desaceleração é positiva, mas não deixa de ser um incremento sobre uma base já muito alta", afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

    O número de novas dívidas contraídas também subiu com menos intensidade em abril deste ano: foram 1,99%.

    "A tendência é que o endividamento comece a diminuir, para que então tenhamos menos empresas devedoras. Antes da crise política, projetávamos isso ocorreria no segundo semestre, mas, hoje, a situação é imprevisível."

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    Paralisação de promoções

    Com a crise, as empresas passaram a promover menos os funcionários, aponta a consultoria PagePersonnel.

    De cada 10 executivos, 6 não ascendem na carreira há mais de um ano, segundo a empresa, que entrevistou cerca de 300 profissionais.

    Congelamento de promoções é algo comum nas crises -a recessão faz com que os empregadores revejam custos com pessoal, e, com o desemprego em alta, têm mais poder de barganha, afirma, em nota, a consultoria.

    A grande maioria dos executivos (94%), no entanto, afirma que se não receber promoção em até um ano, vai buscar uma outra vaga.

    Editoria de Arte/Folhapress
    ANDAR PARA OS LADOSQuando foi a última promoção?
    ANDAR PARA OS LADOSQuando foi a última promoção?

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    Leilão... O Ministério da Saúde abrirá licitação para adquirir teriflunomida, um medicamento para tratamento de esclerose múltipla.

    ...saudável A previsão de despesas é de R$ 34 milhões em cinco anos, mas o valor poderá ser alterado após as negociações, diz o Ministério.

    Estamos... A Apex (agência de exportação) e a Amcham (câmara de comércio dos EUA) assinaram nesta terça (30) um acordo de cooperação.

    ...unidos A parceria levará aos governos demandas relativas ao comércio exterior, diz Hélio Magalhães, presidente do conselho da Amcham.

    Efeito colateral Cerca de 41% dos brasileiros afirmam que a Lava Jato tem piorado a economia e o desemprego no país, segundo a Ipsos. Outros 47% discordam da afirmação e 12% não responderam.

    Pirata O combate do governo ao contrabando de cigarros paraguaios é avaliado como ruim ou péssimo por 72% dos brasileiros, segundo o Datafolha e o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro.

    Fraude virtual De cada dez pessoas que recebem um e-mail malicioso no trabalho, sete o abrem, segundo pesquisa da Tempest Security Intelligence feita em cinco países, inclusive o Brasil.

    Efeito colateral Cerca de 41% dos brasileiros afirmam que a Lava Jato tem piorado a economia e o desemprego no país, segundo a Ipsos. Outros 47% discordam da afirmação e 12% não responderam.

    Pirata O combate do governo ao contrabando de cigarros paraguaios é avaliado como ruim ou péssimo por 72% dos brasileiros, segundo o Datafolha e o Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro.

    Fraude virtual De cada dez pessoas que recebem um e-mail malicioso no trabalho, sete o abrem, segundo pesquisa da Tempest Security Intelligence feita em cinco países, inclusive o Brasil.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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