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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Indústria pressiona por votação de licenciamento ambiental

    12/06/2017 02h30

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Caucaia do Alto, SP, BRASIL, 24-05-2017: Especial Desmatamento do Estado de Sao Paulo. Area de mata atlantica na regiao de Caucaia do Alto (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, COTIDIANO).

    Com a crise política, entidades do setor privado aumentaram a pressão para que uma legislação para o licenciamento ambiental seja levada a votação, segundo associações industriais.

    A instabilidade do atual governo amplia a urgência em relação ao tema, diz um executivo de infraestrutura.

    Com uma bancada ruralista forte e projetos de lei encabeçados pelo governo, este seria o momento mais apropriado para aprovar regras apoiadas pelo mercado.

    Além disso, avalia-se que as possibilidades de negociação interna se esgotaram.

    "Não conseguimos chegar a um acordo geral, o jeito é ir para o voto. Esse é o retorno que temos ouvido do governo", afirma José Carlos Martins, o presidente do Cbic (Câmara Brasileira da Industria da Construção).

    A votação do texto do deputado Mauro Pereira (PMDB/RS), defendido pelo mercado, tem sido adiada há diversas semanas, à espera de acordo com o MMA (Ministério do Meio Ambiente).

    A Casa Civil mantém o discurso que o texto de consenso no governo é o do MMA —projeto menos radical que o de Pereira— e diz que este será enviado ao Congresso, mas não deu um prazo.

    Para os ambientalistas, a expectativa é que seja enviado em cerca de duas semanas um texto feito pelo ministério do ambiente, mas com emendas do peemedebista.

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    Venda de papel tissue crescerá 3,5% em 2018, diz consultoria

    O crescimento do mercado de papel tissue (para fins sanitários) a partir do ano que vem exigirá uma maior capacidade produtiva no Brasil, segundo a Pöyry.

    A projeção é que as vendas no país cresçam 2% neste ano e 3,5% em 2018, diz Manoel Neves, da consultoria.

    "É uma alta atrelada ao aumento da renda e da população urbana. Se o [PIB do] Brasil crescer 2%, o mercado de tissue tende a ficar 1,5 ponto percentual acima disso."

    Caso a previsão se confirme, será necessária, a cada 18 meses, pelo menos uma nova máquina capaz de produzir 60 mil toneladas por ano, diz.

    A Eldorado Brasil estima que, por causa do crescimento do mercado doméstico de tissue, precisará abrir mão de clientes no exterior, diz Rodrigo Libaber, diretor da fabricante de celulose.

    A empresa —controlada pelo grupo J&F, cujo presidente, Joesley Batista, está envolvido na Operação Lava Jato—, adiou a expansão de sua fábrica para 2020.

    "Até lá, vamos crescer nos mercados mais estratégicos, como Brasil e China, em detrimento de outros. Temos uma linha com capacidade contratada de 1,5 milhão de toneladas por ano e, hoje, estamos perto de 1,7 milhão."

    Mais macio - Produção brasileira de papel para fins sanitários em mil toneladas

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    Operadoras de saúde dependem mais de ganho financeiro, diz ANS

    As aplicações financeiras de operadoras de saúde devem ganhar importância nos resultados das empresas, afirma o diretor da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) Leandro Fonseca.

    Em 2016, as despesas das operadoras cresceram a 14,13%, uma taxa maior que o aumento das receitas, que subiram 12,7%.

    Os ativos garantidores das empresas (recursos reservados para garantir o pagamento de passivos, e que podem ser aplicados no mercado financeiro) subiram 16,8%.

    "A operação em si dos plano de saúde não tem dado um retorno satisfatório. O que reverte a tendência negativa é o resultado financeiro."

    Para as operadoras, o aumento dos aportes apenas acompanha a necessidade de garantir despesas cada vez maiores, diz o economista-chefe da Abramge (entidade do setor), Marcos Novais.

    "Não vejo operadoras se movimentando para aplicar mais que o necessário, que é cobrir os passivos, mas é uma receita financeira importante, em um momento em que não conseguem ter margem na operação dos planos."

    SAÚDE GARANTIDA - Ativos garantidores de operadoras de planos de saúde

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    Polvilho e lasanha

    A Forno de Minas vai investir R$ 30 milhões nos próximos meses para ampliar o seu mercado de pão de queijo e para produzir lasanhas congeladas.

    A marca vende pães de queijo em 11 países e quer começar a chegar aos clientes nativos de outras nações, não só aos brasileiros expatriados, diz o presidente Hélder Mendonça.

    "Nos EUA, o produto leva o nome de 'cheese rolls', porque a ideia é atingir o consumidor amplo, mas também vai com o nome pão de queijo —não queremos perder a identidade, brasileira."

    A marca pretende produzir cerca de mil toneladas de lasanha por mês para vender no Brasil.

    Esse é um mercado de cerca de 14 mil toneladas por ano, diz Mendonça.

    R$ 316 milhões
    foi o faturamento da Forno de Minas em 2016

    1.200 TONELADAS
    de pão de queijo são exportadas por ano

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    Sem aperto de mãos

    A PetroRio ofereceu US$ 500 milhões (R$ 1,65 bilhão, na cotação atual) por um ativo de exploração e produção da Shell à venda no Golfo do México, segundo pessoas com acesso à empresa carioca.

    A oferta da brasileira foi recusada pela multinacional de origem holandesa, apurou a coluna.

    Oficialmente, a Shell não comenta o caso, mas ela vendeu outros ativos na região e há um programa de desinvestimentos que pretende alcançar cerca de US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 98 bilhões).

    A estratégia da PetroRio é adquirir reservas que estão em produção, mas que passaram do seu pico.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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