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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Nova lei do ISS mantém concentração de recursos, dizem empresas

    15/06/2017 03h00

    Com a mudança no recolhimento do ISS (Imposto Sobre Serviços), a distribuição de receita entre municípios será limitada: só São Paulo deverá concentrar 40% da arrecadação nacional, calculam entidades do setor financeiro.

    Doze cidades deverão receber 75% dos recursos, afirma José Ricardo Alves, presidente-executivo da CNF, confederação que reúne nove associações ligadas a finanças.

    "Os demais 25% vão ser divididos entre mais de 5.000 municípios menores", diz.

    No segmento de cartões, calcula-se que as 20 cidades com mais operações respondam por 60% das transações.

    "Aprovou-se a regra com a promessa de resolver a falta de recursos das prefeituras, o que não vai ocorrer", diz Ricardo Vieira, diretor-executivo da Abecs, que representa as empresas de cartões.

    Os impostos vão permanecer concentrados, mas o montante total vai crescer: hoje, algumas cidades oferecem taxas menores para atrair empresas, afirma Paulo Ziulkoski, presidente da CNM (confederação dos municípios).

    Como a nova regra define que a cobrança será feita no local da prestação do serviço, e não na sede da empresa, não haverá atrativo para baixar o imposto, e todas cidades deverão passar a cobrar o máximo, que é de 5%.

    A tributação deverá "mais que dobrar", afirma Vieira.

    A CNM não fez um cálculo do impacto financeiro para as cidades, mas defende que mesmo um valor baixo tem relevância no orçamento de uma cidade pequena.

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    Capital dos serviços
    O faturamento das empresas de serviços em São Paulo cresceu 2,7% no primeiro quadrimestre deste ano, na comparação com 2016, já descontado o efeito da inflação.

    Após uma retração de 3,4% no ano passado, a receita do setor tem subido mês a mês, desde janeiro, segundo Kelly Carvalho, economista da FecomercioSP, que levantou os dados junto à Secretaria da Fazenda da capital.

    "O desempenho nos próximos meses, porém, pode ser afetado pela crise política, que reduziu a confiança."

    A mudança na regra de cobrança do ISS poderá provocar uma pequena redução na arrecadação da capital, mas o impacto não deverá ser significativo, avalia a entidade.

    "São Paulo reúne grande parte das sedes, mas também dos serviços. Não esperamos uma alteração significativa."

    SIRVA-SE - Faturamento real do setor de serviços na capital paulista

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    Carona elétrica

    O grupo LDS, de locação de carros, deverá implantar um sistema de compartilhamento de veículos elétricos na cidade de São Paulo.

    A rede, que será lançada em julho, vai operar via aplicativo: uma vez avaliado e cadastrado pela empresa, o cliente busca o veículo mais próximo em um mapa e é cobrado por tempo dirigido.

    Até o fim deste ano, o grupo planeja investir R$ 25 milhões do sistema –outros R$ 80 milhões estão previstos para 2018, afirma o presidente, Leonardo Domingos.

    "Os recursos virão de caixa próprio e de um fundo, que deverá comprar 30%, da operação em breve", diz.

    Como a recarga de carros elétricos ainda não foi regulada, os pontos de abastecimento serão instalados com parceiros privados, em postos de gasolina e shoppings.

    Por enquanto, 20 dos 60 carros já adquiridos são elétricos. Até novembro, a frota deverá crescer para cem.

    500
    carros deverá ter a frota do sistema até 2018

    R$ 28 milhões
    faturou a empresa com locação de veículos em 2016

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    Investimento em fintechs pelo mundo cai no 1° trimestre

    O investimento global em fintechs diminuiu 24% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao último do ano anterior –de R$ 13,8 bilhões para R$ 10,5 bilhões.

    O dado é da KPMG, que diz que, nesse ano, houve "muito pouco investimento" em empresas de tecnologia que oferecem serviços e produtos financeiros no Brasil.

    "A base no país é pequena, então o cenário é volátil", afirma Oliver Cunningham, sócio da auditoria no país.

    Para ele, a queda não significa que há um "vale da desilusão", embora possa sinalizar o fim de uma euforia inicial com bitcoins, por exemplo.

    De 2016 para 2017, a avaliação de fintechs consideradas maduras caiu de R$496 milhões para R$ 134 milhões.

    "É um mercado com poucos jogadores, em que uma única operação tem peso grande", diz Sergio Furio, fundador da brasileira Creditas.

    CRÉDITO DIGITAL - Investimento global em fintechs, em US$ bilhões

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    Verde... Sete projetos de pesquisa receberão R$ 177 milhões do Ministério de Ciência e Tecnologia e da Embrapii (associação de inovação).

    ...em evidência Desses, há três que se propõe a estudar tecnologias sustentáveis, como biocontroladores de pragas agrícolas na lavoura.

    Honorários A maioria (69%) dos escritórios de advocacia recebem pagamentos via depósito bancário; 20%, por boleto e 11%, outras formas. Os dados são da ProJuris.

    Diretoria O Itaú foi eleito representante latino no comitê dos Princípios do Equador, grupo de financiadores de projetos com ganhos ambientais.

    Fundos O DGF Investimentos liderou um aporte de R$ 5 milhões na Intellibrand, empresa que captura dados do comércio eletrônico.

    Sem bufê O Divino Fogão abrirá, neste ano, oito restaurantes de sua nova marca, cujas lojas serão menores e não ficarão em shoppings. Hoje, são 190 operações.

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e NATÁLIA PORTINARI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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