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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Parcerias público-privadas para saúde sofrem com corte de repasses, diz setor

    21/06/2017 02h30

    As parcerias público-privadas com organizações sociais de saúde têm sofrido com a redução dos repasses previstos em contrato, segundo executivos do setor.

    "Os gestores têm criado regras incompatíveis com o acordo", diz Alberto Kanamura, diretor da organização social ligada ao Albert Einstein.

    "Como uma entidade privada, preciso seguir a lógica do mercado. Se o governo tira uma cláusula de reajuste de salários, por exemplo, inviabiliza a operação."

    Além da interferência na política salarial, há casos de endurecimento do controle nos processos de compras de produtos, afirma Renilson Rehem de Souza, presidente do Ibross (instituto do setor).

    "Existe hoje um clima de que tudo é corrupção. Não somos contra a fiscalização, mas é possível fazer isso sem engessar e tirar a flexibilidade, que é o que o governo busca quando faz uma parceria."

    O Ibross, que reúne 20 instituições, vai criar um processo de acreditação do setor.

    Há um temor de irregularidades, já que a popularização do modelo (que não visa lucro) levou à criação de organizações sem vínculo com hospitais ou órgãos filantrópicos.

    "É preciso ter uma instituição forte por trás —se não, de onde vem a experiência para gerir um hospital?", diz Fernando Torelly, diretor-executivo do Sírio-Libanês.

    Organizações sociais de saúde

    O que são
    Instituições de caráter filantrópico e sem fins lucrativos, geralmente ligadas a hospitais

    O que fazem
    Podem firmar contratos com governos para fazer gestão da rede pública de saúde

    O que ganham
    Além de serem em sua maioria entidades com tradição filantrópica, há isenções fiscais relevantes

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    Hipertrofia muscular

    Como parte de um plano de crescimento na América Latina, a rede de academias Smart Fit deverá aportar cerca de US$ 120 milhões (quase R$ 400 milhões) em novas unidades em 2018.

    "Somos líderes no México e na República Dominicana, estamos em segundo na Colômbia, Peru e Equador, e entramos neste ano na Argentina", diz Edgard Corona, diretor-executivo do grupo Bioritmo.

    A lógica é ter um número grande de academias pela cidade para que o cliente tenha diferentes opções para fazer ginástica ao longo do dia. Por isso, é preciso abrir muitas unidades, afirma.

    "Não vejo o mercado como um todo crescer, mas hoje há um jogo em que um ganha e outro perde: há muitas empresas que capturam alunos de concorrentes."

    Como os valores de mensalidade têm uma tendência de baixa, não é tanto a recessão, mas, sim, a inflação que corrói resultados —por isso, ele espera que o setor cresça em 2017.

    350
    é o número de academias da Smart Fit no mundo

    7
    são os países em que opera

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    Academias de ginástica têm 21% mais alunos, mas receita fica estável

    O número de alunos de academias de ginástica cresceu 21,5% no ano passado e chegou a 9,9 milhões de pessoas, segundo a Acad (associação de empresas do setor).

    A receita, no entanto, manteve-se estagnada em cerca de R$ 7,2 bilhões, diz Richard Bilton, diretor da entidade.

    O aumento do número de matriculados aconteceu principalmente pelas alternativas low cost, low fare (baixo custo, baixo preço), o que explica a estabilidade do faturamento, afirma ele.

    "Uma academia normal tinha uma relação de cerca de 0,7 a 1 aluno por metro quadrado. As de mensalidade baixa elevaram esse número para 4 por metro quadrado."

    As redes de tíquete mais alto não enfrentam concorrência, enquanto as do segmento médio sofrem com a oferta de mensalidades baixas e têm fechado portas, diz Bilton.

    O número total de unidades no Brasil chegou a 34 mil, segundo o executivo. Muitas, porém, não são ativas e constam no cadastro da associação porque não foram formalmente extintas, afirma.

    Tem que suar, tem que malhar, vamos lá - Número de alunos de academias, em milhões

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    Para dar vazão

    A MRS conseguiu uma licença do Ibama para construir um pátio logístico em Santos, que servirá para facilitar o carregamento de cargas em vagões de trem.

    O investimento para essa obra, que fica fora da área do porto, será de cerca de R$ 30 milhões, segundo Gustavo Bambini, diretor de relações institucionais da empresa.

    "Não há gargalo hoje, só vamos precisar do pátio a partir de 2020. Ele faz parte de um conjunto de construções para aumentar a capacidade de vazão da Baixada Santista. No total, serão destinados R$ 500 milhões."

    A empresa pode fazer outros aportes se conseguir renovar a concessão de suas áreas no Porto de Santos.

    Os principais produtos que passam pelas dependências da MRV e são embarcados em trens na região são: soja em farelo, açúcar e contêineres de bens manufaturados.

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    Viver custa caro

    São Paulo e Rio de Janeiro subiram 101 e 100 posições no ranking de cidades mais caras para se viver, segundo a consultoria Mercer, que faz um levantamento anual para que empresas remunerem seus executivos expatriados.

    A capital paulista está hoje na 27ª colocação, e a carioca, na 56ª. Brasília, outra brasileira que aparece no levantamento, ficou na 126ª.

    Os preços são calculados em dólar, e a valorização do real é uma das explicações para a alta dos custos de viver em municípios brasileiros, aponta a consultoria.

    São Paulo é o local mais caro para um executivo morar na América do Sul —ficou na frente de cidades como Londres, Chicago e Washington.

    Alguns preços daqui são mais altos, em termos nominais em dólar, que os de Nova York, a cidade mais cara das Américas. Um litro de água mineral custa 30% mais em São Paulo.

    Luanda, capital de Angola, está no topo do ranking, seguida por Hong Kong.

    CUSTO POR CIDADE - Preços para morar em diferentes países, em dólares

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    Segue... A Euroimmun, de diagnósticos, manterá os planos para o Brasil mesmo após a venda para a PerkinElmer, diz o CEO Gustavo Janaudis.

    ...o jogo A transação de US$ 1,3 bilhão (R$ 4,3 bilhões) não impactará a construção da fábrica e a contratação de 64 funcionários, afirma.

    Coworking A demanda por trabalho flexível em 2018 subirá para 81% das 900 empresas brasileiras ouvidas pela Spaces. A média global é 66%.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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