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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Setor de turismo reduz investimentos no 2° tri, mas projeta receita maior

    22/06/2017 02h30

    A taxa de investimento do setor de turismo entre abril e junho deste ano deverá ser a menor dos últimos cinco trimestres, aponta relatório do Ministério do Turismo, elaborado pela FGV.

    O aporte médio representará 5,7% do faturamento total das companhias —mas há uma variação entre os segmentos, que vão de hotéis a companhias aéreas.

    Apesar da taxa menor, a expectativa é que a receita cresça: 43% dos empresários preveem um aumento, contra 27% que observam um declínio no desempenho.

    "Temos uma percepção boa de reação do mercado neste ano. Sete em cada dez empresas ouvidas vão fazer investimentos", afirma Marx Beltrão, ministro do Turismo.

    As companhias começaram a reduzir os montantes em 2016, após um período de muito investimento por conta dos eventos esportivos no país, afirma Magda Nassar, presidente da Braztoa, associação das operadoras de turismo.

    "Em 2017, a expectativa era colocar menos recursos, mas ter um retorno maior. Sentimos que alguma recuperação veio, mas de uma forma tímida, que não comporta grandes aportes", diz ela.

    Neste ano, as operadoras de turismo, as empresas de transporte aéreo e as agências de viagens tiveram os melhores desempenhos entre os segmentos do ramo.

    Os piores resultados vêm de organizadoras de eventos e do turismo receptivo.

    HOTÉIS, AGÊNCIAS E AÉREAS - Percentual do faturamento a ser investido pelo setor*, em %

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    Só mais um instante

    A Almaviva, de call centers, reduzirá o ritmo de investimentos no Brasil até o ano que vem, afirma Francesco Renzetti, diretor-executivo da empresa no país.

    A companhia prevê um aporte de aproximadamente R$ 40 milhões até 2018.

    No ano passado, o investimento feito foi de R$ 50 milhões, oriundo de um órgão ligado ao governo da Itália, onde a multinacional está sediada.

    Os próximos recursos serão destinados, principalmente, a tecnologias que automatizem parte do serviço e que permitam aos funcionários atender a chamadas em sua própria casa.

    "Não reduziremos a mão de obra. O que queremos é utilizar o mesmo número de pessoas para gerenciar mais atividades", afirma.

    "Daqui a 3 ou 4 anos, todos os pedidos serão atendidos por robôs, com exceção daqueles mais complexos e de usuários que não conseguirem se adaptar."

    Despesas com funcionários representam cerca de 80% dos custos da companhia, segundo o executivo.

    R$ 1 BILHÃO
    foi a receita aproximada da Almaviva no Brasil em 2016

    32 MIL
    são os funcionários da companhia no país

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    Recall tem recorde em 2016 e cai neste ano, mas a tendência é de alta

    O número de produtos que foram chamados para recall pelos seus fabricantes no ano passado foi de 9,4 milhões, o maior desde 2011. Os dados são do Procon de São Paulo.

    Em 2016, um único caso de um modelo de celular levou 7 milhões de unidades de volta ao fabricante por causa de um problema na bateria, diz Osmário Vasconcelos, diretor de fiscalização do órgão.

    Neste ano, a soma de bens que precisam de algum reparo é de 1,3 milhão.

    A quantidade de produtos que é chamada para revisão pelas marcas varia em quase todos os segmentos —a exceção são os veículos.

    "Quase todas as marcas tiveram problemas com seus airbags e fizeram revisões nos últimos anos. Com a crise e a queda desse mercado, pode haver um desaquecimento no futuro", afirma Vasconcelos.

    A tendência a longo prazo é de alta do número de campanhas de recall, segundo ele, porque essa é uma maneira de as empresas se precaverem de ações na Justiça.

    AQUI ME TENS DE REGRESSO - Total de unidades cujos donos foram convocados (em milhões)

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    Na zona de rebaixamento

    O Brasil ficou em penúltimo, só à frente da Tailândia, no ranking que classifica quais países emergentes devem ser prioridade para a expansão de redes varejistas e de serviços, segundo a consultoria A.T. Kearney.

    O mercado brasileiro caiu nove posições desde o levantamento do ano passado.

    Os motivos foram o alto nível de desemprego, a crise política e o desempenho do varejo em 2016, o pior desde 2007, diz a consultoria.

    O ranking dá uma nota, de 0 a 100, a 30 mercados emergentes, baseado em indicadores que avaliam seu potencial e os riscos para investimentos externos.

    VAREJO E SERVIÇOS - Ranking dos países emergentes mais e menos promissores para expansão de redes estrangeiras

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    De lá A Leyard Brasil, subsidiária de uma empresa chinesa de painéis de LED, abrirá uma unidade em Miami só para atender clientes latinos.

    Na mesa O faturamento das redes de restaurantes subiu 1% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2017, aponta o índice Cielo/IFB.

    Olho... Para os call centers, o fim da desoneração da folha seria o mesmo que elevar a alíquota sobre a receita bruta de 3% para 9%, segundo a ABT.

    ...no holerite O setor, no entanto, ficou mais otimista após o relatório da MP sobre o tema, diz Cássio Azevedo, presidente-executivo da entidade.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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