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Saturday, 04-May-2024 10:39:17 -03Mercado Aberto - Maria Cristina Frias
Setor de energia quer fim de revisão de índice que acontece depois de meses
30/06/2017 03h00
Empresas de energia elétrica pedem o fim de uma norma da Aneel que obriga a revisão, após dois meses, de um índice importante para a formação de preços no setor. Isso os obriga a rever contratos depois desse tempo.
O PLD (preço de liquidação de diferenças) é divulgado pela CCEE semanalmente. Depois de cerca de 50 dias, a Aneel republica os valores, com eventuais revisões.
Se a agência faz um cálculo que difere em mais de 10%, contratos têm que ser refeitos.
A Aneel tem uma proposta, em fase de consulta pública, para que só haja revisão se o erro exceder 30%.
A primeira audiência sobre o tema ocorreu na quinta (29).
A maioria das comercializadoras quer acabar com a revisão, segundo Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel (associação do setor).
"Há aumentos nos contratos de energia porque embute-se o risco da revisão."
Cálculo da Thymos, consultoria contratada pela Abraceel, aponta que o valor negociado pelo MWh é R$ 14,8 mais caro por causa do risco de os negócios serem alterados posteriormente.
"De novembro para cá, isso aconteceu muito e induziu a uma leitura que é preciso acabar com esse sistema", afirma João Carlos Mello, diretor da consultoria.
A CCEE, que calcula o PLD semanalmente, aponta que em 26 ocasiões houve erros no preço, 24 de origem nos dados, como demanda de distribuidoras, nível de reservas e outras informações.
"Nós propomos um período de seis meses de transição e, depois, não haveria mais republicação", diz Rui Altieri, presidente da CCEE.
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Trabalho e prejuízo
Comercializadoras que compram energia de geradores e revendem a consumidores, eventualmente, perdem dinheiro com as revisões.
"Eu posso ter fechado a venda de energia a preço fixo e comprado a variável (com o PLD como referência), e se o preço do passado muda, eu tenho prejuízo", diz Alan Zelazo, da Focus Energia.
"Quando há revisão, há recolhimento de ICMS errado. Existem clientes que se negam a aceitar os preços alterados, e a comercializadora não recebe de um lado", diz Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc Energia.
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Máfia das próteses
A nova diretoria da Abraidi -associação de distribuidoras de implantes que é acusada de formação de cartel- terá como missão melhorar sua imagem, afirma o novo presidente, Sérgio da Rocha.
Na semana passada, foi instaurado processo contra a entidade no Cade (de defesa econômica). A investigação começou em 2015, após a denúncia da "máfia das próteses".
"Não tivemos acesso ao teor completo. Por enquanto, a acusação não é clara. Formação de cartel em que sentido? [O Cade] diz que empresas fizeram isso. Não posso falar em nome delas. Como entidade, não temos como fazer esse tipo de conluio", diz Rocha.
A nova composição da associação exclui o diretor Marcos Tadeu Machado, uma das 80 pessoas físicas processadas. Também são acusadas 46 companhias -13 delas, associadas à Abraidi.
A investigação se baseou em documentos coletados nas sedes de empresas e da entidade e no acordo de leniência firmado entre uma das acusadas, a Medtronic, e o Ministério Público Federal.
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Além do vencimento
A inadimplência de pessoas físicas deverá ficar próxima a 5,9% em julho, segundo o Ibevar (instituto de executivos do varejo) e Provar/FIA (Programa de Administração de Varejo).
A projeção é 0,3 ponto percentual menor que o nível observado no mesmo período de 2016, o que equivale a uma queda de 6,2%.
Os resultados são decorrentes da redução da inflação, que leva a um menor comprometimento de renda das famílias, diz Claudio Felisoni, presidente do Ibevar.
A perspectiva é de estabilidade nos próximos meses, com possibilidade de queda até o fim do ano.
Em maio, último mês com dados oficiais do Banco Central, o índice ficou em 5,93%. Foi a sexta retração mensal seguida desde setembro do ano passado.
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Biológico na água
A Yara, de fertilizantes, venceu licitação para fornecer à Sabesp um produto biológico para tratamento de água.
É o primeiro contrato brasileiro da empresa nesta área, diz o diretor Gianni Canneti.
A solução será utilizada por 12 meses em dez municípios de São Paulo.
"Estamos em fase de desenvolvimento de negócios, em contato com autarquias para apresentar o produto", diz ele.
No primeiro trimestre, a receita global da Yara neste segmento foi equivalente a R$ 1,56 bilhão.
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Carne viajante
Com um plano para aumentar as exportações, a Pif Paf, de Minas Gerais, investiu R$ 20 milhões em duas fábricas de processamento de carne de frango e suínos.
A empresa vende para 15 países, mas menos de 5% da receita vem de fora. A ideia é aumentar presença no Japão e tentar o mercado chinês, diz Edson Cavalcante, responsável pelas operações.
"Temos expectativa de sermos aprovados para exportar para a China e, precisamos ter as fábricas inspecionadas por autoridades chinesas."
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Selo... O Ministério da Transparência teve 375 empresas inscritas para tirar o selo Pró-Ética de 2017. O número é quase o dobro dos interessados no ano passado.
...transparente Entre elas, 171 cumpriram os requisitos, que incluem certificados de regularidade fiscal e trabalhista. A pasta avalia incluir o selo como diferencial em licitações.
Melhor... Apesar do mercado promissor de produtos para idosos no Brasil, os investimentos da Johnson & Johnson em inovação ainda priorizam linhas para bebês e beleza.
...idade A empresa no Brasil, que tem um dos cinco centros de pesquisa no mundo, tem feito parceria com start-ups para inovações, diz a vice-presidente Fabiana Gargaro.
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Hora do café
com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
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