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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Setor de energia quer fim de revisão de índice que acontece depois de meses

    30/06/2017 03h00

    Agência de Notícias do Paraná
    09/01/2015 – Brasil – Dois dos quatro lotes ofertados hoje (9) no Leilão de Transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foram arrematados. Estavam previstos lotes para os estados da Bahia, de São Paulo, Goiás e Rondônia, mas apenas os dois primeiros tiveram vencedores. O leilão ocorreu na BM&FBovespa, em São Paulo. O Lote A, maior do certame, teve como vencedora a Cymi Holding, tendo sido a única entre as três empresas habilitadas a apresentar oferta. A Receita Anual Permitida (RAP) máxima era R$ 146.817,85 e o lote foi arrematado, sem disputa, por R$ 144.600.900,00. O deságio ficou em 1,51%. Nesse grupo, os empreendimentos na Bahia preveem 903 quilômetros de linhas de transmissão, totalizando 3.600 mega-volt-amperes (MVA) de potência.

    Empresas de energia elétrica pedem o fim de uma norma da Aneel que obriga a revisão, após dois meses, de um índice importante para a formação de preços no setor. Isso os obriga a rever contratos depois desse tempo.

    O PLD (preço de liquidação de diferenças) é divulgado pela CCEE semanalmente. Depois de cerca de 50 dias, a Aneel republica os valores, com eventuais revisões.

    Se a agência faz um cálculo que difere em mais de 10%, contratos têm que ser refeitos.

    A Aneel tem uma proposta, em fase de consulta pública, para que só haja revisão se o erro exceder 30%.

    A primeira audiência sobre o tema ocorreu na quinta (29).

    A maioria das comercializadoras quer acabar com a revisão, segundo Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel (associação do setor).

    "Há aumentos nos contratos de energia porque embute-se o risco da revisão."

    Cálculo da Thymos, consultoria contratada pela Abraceel, aponta que o valor negociado pelo MWh é R$ 14,8 mais caro por causa do risco de os negócios serem alterados posteriormente.

    "De novembro para cá, isso aconteceu muito e induziu a uma leitura que é preciso acabar com esse sistema", afirma João Carlos Mello, diretor da consultoria.

    A CCEE, que calcula o PLD semanalmente, aponta que em 26 ocasiões houve erros no preço, 24 de origem nos dados, como demanda de distribuidoras, nível de reservas e outras informações.

    "Nós propomos um período de seis meses de transição e, depois, não haveria mais republicação", diz Rui Altieri, presidente da CCEE.

    energia

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    Trabalho e prejuízo

    Comercializadoras que compram energia de geradores e revendem a consumidores, eventualmente, perdem dinheiro com as revisões.

    "Eu posso ter fechado a venda de energia a preço fixo e comprado a variável (com o PLD como referência), e se o preço do passado muda, eu tenho prejuízo", diz Alan Zelazo, da Focus Energia.

    "Quando há revisão, há recolhimento de ICMS errado. Existem clientes que se negam a aceitar os preços alterados, e a comercializadora não recebe de um lado", diz Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc Energia.

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    Máfia das próteses

    A nova diretoria da Abraidi -associação de distribuidoras de implantes que é acusada de formação de cartel- terá como missão melhorar sua imagem, afirma o novo presidente, Sérgio da Rocha.

    Na semana passada, foi instaurado processo contra a entidade no Cade (de defesa econômica). A investigação começou em 2015, após a denúncia da "máfia das próteses".

    "Não tivemos acesso ao teor completo. Por enquanto, a acusação não é clara. Formação de cartel em que sentido? [O Cade] diz que empresas fizeram isso. Não posso falar em nome delas. Como entidade, não temos como fazer esse tipo de conluio", diz Rocha.

    A nova composição da associação exclui o diretor Marcos Tadeu Machado, uma das 80 pessoas físicas processadas. Também são acusadas 46 companhias -13 delas, associadas à Abraidi.

    A investigação se baseou em documentos coletados nas sedes de empresas e da entidade e no acordo de leniência firmado entre uma das acusadas, a Medtronic, e o Ministério Público Federal.

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    Além do vencimento

    A inadimplência de pessoas físicas deverá ficar próxima a 5,9% em julho, segundo o Ibevar (instituto de executivos do varejo) e Provar/FIA (Programa de Administração de Varejo).

    A projeção é 0,3 ponto percentual menor que o nível observado no mesmo período de 2016, o que equivale a uma queda de 6,2%.

    Os resultados são decorrentes da redução da inflação, que leva a um menor comprometimento de renda das famílias, diz Claudio Felisoni, presidente do Ibevar.

    A perspectiva é de estabilidade nos próximos meses, com possibilidade de queda até o fim do ano.

    Em maio, último mês com dados oficiais do Banco Central, o índice ficou em 5,93%. Foi a sexta retração mensal seguida desde setembro do ano passado.

    contas

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    Biológico na água

    A Yara, de fertilizantes, venceu licitação para fornecer à Sabesp um produto biológico para tratamento de água.

    É o primeiro contrato brasileiro da empresa nesta área, diz o diretor Gianni Canneti.

    A solução será utilizada por 12 meses em dez municípios de São Paulo.

    "Estamos em fase de desenvolvimento de negócios, em contato com autarquias para apresentar o produto", diz ele.

    No primeiro trimestre, a receita global da Yara neste segmento foi equivalente a R$ 1,56 bilhão.

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    Carne viajante

    Com um plano para aumentar as exportações, a Pif Paf, de Minas Gerais, investiu R$ 20 milhões em duas fábricas de processamento de carne de frango e suínos.

    A empresa vende para 15 países, mas menos de 5% da receita vem de fora. A ideia é aumentar presença no Japão e tentar o mercado chinês, diz Edson Cavalcante, responsável pelas operações.

    "Temos expectativa de sermos aprovados para exportar para a China e, precisamos ter as fábricas inspecionadas por autoridades chinesas."

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    Selo... O Ministério da Transparência teve 375 empresas inscritas para tirar o selo Pró-Ética de 2017. O número é quase o dobro dos interessados no ano passado.

    ...transparente Entre elas, 171 cumpriram os requisitos, que incluem certificados de regularidade fiscal e trabalhista. A pasta avalia incluir o selo como diferencial em licitações.

    Melhor... Apesar do mercado promissor de produtos para idosos no Brasil, os investimentos da Johnson & Johnson em inovação ainda priorizam linhas para bebês e beleza.

    ...idade A empresa no Brasil, que tem um dos cinco centros de pesquisa no mundo, tem feito parceria com start-ups para inovações, diz a vice-presidente Fabiana Gargaro.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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