• Colunistas

    Sunday, 05-May-2024 05:44:32 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Cancelamento de registros na Bolsa de Valores é o maior desde 2002

    05/07/2017 03h00

    Joel Silva / Folhapress
    Fitch vê incerteza na recuperação e mantém Brasil em grau especulativo

    O número de companhias que tiveram a listagem cancelada na Bolsa de Valores neste ano já é o maior desde 2002, segundo a B3 (ex-BM&F Bovespa). Foram 34 até maio.

    Além das empresas que negociavam ações, incluem-se também as que emitiam outros títulos, como debêntures, e securitizadoras.

    Com a recessão, muitas companhias saem da Bolsa por terem perdido liquidez, por estarem desvalorizadas ou porque foram adquiridas, diz Álvaro Bandeira, economista-chefe da corretora Modalmais.

    "Com o aumento da crise política, é possível que vejamos mais empresários com essa atitude de saída."

    Há também registros cancelados por descumprimento de normas da própria B3, como o não fornecimento de informações ou inatividade.

    FORA DO PREGÃO - Número de empresas com listagem cancelada na bolsa de valores

    Não há uma desaceleração do mercado de ações, até porque o número de OPAs (Oferta Pública de Aquisição) até aqui é reduzido: foram quatro em 2017, segundo a CVM, afirma o executivo de um banco de grande porte.

    Hoje, o cancelamento é feito sobretudo por companhias que respondem por um volume menor do mercado, algo diferente do observado há dois ou três anos, diz ele.

    Os custos para manter a operação na Bolsa impactam as companhias menores, segundo Caio Villares, presidente da Ancord (das corretoras).

    "Mais empresas fechariam [o capital] se pudessem, mas ora não têm liquidez ora não têm o percentual necessário [de votos] para fazer OPA", diz Alfried Plöger, presidente do conselho da Abrasca (de companhias abertas).

    -

    Solvente brasileiro

    A multinacional belga Solvay começará a produzir biossolventes em sua planta de Paulínia (SP).

    À base de glicerina, o produto é utilizado na indústria de tintas para embalagens, por exemplo.

    O aporte previsto é de US$ 10 milhões (R$ 33 milhões) e faz parte do plano de investir R$ 500 milhões na região até 2020, o que inclui a expansão de outros mercados, como o setor de fibras e de sílica.

    Cerca de um terço da produção dos solventes será destinada ao exterior, segundo José Matias, presidente da companhia para a América Latina.

    "Para se fornecer determinadas moléculas, é preciso ter um tamanho competitivo. [Como a operação é grande] É possível abastecer a região como um todo."

    "A Solvay também estuda produzir [essa solução] externamente. Nossa operação da Arábia Saudita, por exemplo, trabalha com solventes, mas está mais voltada para o mercado europeu", afirma.

    € 1,1 BILHÃO
    (R$ 4,12 bilhões) foi a receita líquida da Solvay na América Latina em 2016

    6
    das 140 fábricas da companhia ficam no Brasil

    -

    Sem indenização às transmissoras, conta de luz cairia 2,5%

    A tarifa de consumidores de baixa tensão da AES Eletropaulo, que subirá 4,5%, cairia 2,5% se não houvesse o ressarcimento às transmissoras por alterações feitas pelo governo Dilma na remuneração ao setor, há cinco anos.

    Os novos preços começam a valer nesta quarta (5).

    O cálculo é da Abrace, associação de grandes consumidores. A consultoria TR Soluções aponta que clientes residenciais teriam reajuste 8% menor sem a indenização.

    Na tarifa, o custo de transmissão cresceu 143%, em decorrência do ressarcimento.

    "A indenização às transmissoras é 90% desse aumento", diz Camila Schoti, diretora de energia da Abrace.

    A entidade tem ação na Justiça contra o cálculo, por entender que o governo deveria pagar o ressarcimento e que os valores não são razoáveis.

    A indenização é "devida, líquida e certa" diz Claudio Sales, do Instituto Acende Brasil. Isso porque a medida que tentou mudar a fórmula das tarifas tinha erros, e isso já foi tema de audiências na Aneel.

    Editoria de Arte/Folhapress
    PESOS NA TARIFAEvolução de diferentes componentes no ajuste da conta de luz

    -

    Crescimento popular

    As vendas no setor imobiliário tiveram alta de 1,6% no primeiro quadrimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016, segundo a Abrainc (associação das incorporadoras) e a Fipe.

    A variação, porém, é inflada pela comercialização no segmento MCMV (Minha Casa Minha Vida), que subiu 26,8%, diz Luiz França, presidente-executivo da Abrainc.

    Além disso, 2016 foi considerado um dos piores anos da história pelo setor, o que afeta a base de comparação.

    "Estamos muito longe dos números de 2014 e 2015, mas o mercado começou a melhorar um pouco por causa do MCMV mais aquecido", afirma o executivo.

    DISPARIDADE - Variação do número de lançamentos imobiliários em 2017 na comparação com 2016*

    "As vendas de alto e médio padrão têm sofrido mais. Caíram 13,6% no acumulado de 12 meses até abril."

    O número de imóveis lançados no primeiro quadrimestre teve leve queda, de 1,6%.

    No MCMV, porém, houve crescimento de 15%. Esse segmento representa quase 90% de tudo o que foi colocado no mercado de janeiro a abril deste ano.

    -

    De rua A venda de tecidos para cama, mesa e banho na 25 de Março, no centro de São Paulo, subiu 3% de maio para junho, aponta o Sinditecidos.

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024