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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Municípios acumulam R$ 12 bi em dívidas com setor de limpeza urbana

    09/07/2017 02h30

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SAO PAULO/SP BRASIL. 17/02/2017 - Rua diogo Mendonca no ipiranga - Segundo apuracao, ainda que Doria se vista de Gari para propagar a limpeza da cidade, a varricao vem sendo menor do que a de prefeituras anteriores.(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, COTIDIANO)***EXCLUSIVO***
    Prefeituras retomaram pagamentos, mas ainda não acertaram pendências, segundo concessionárias

    A maioria das prefeituras regularizou seus pagamentos a empresas de coleta de lixo neste ano, mas a dívida de R$ 11,6 bilhões acumulada em 2016 segue pendente, segundo a Abrelpe, que representa as concessionárias.

    "As novas gestões retomaram a remuneração mensal, mas a maioria não põe em ordem o passivo deixado pelo prefeito anterior", afirma Carlos Roberto da Silva Filho, presidente da associação.

    Em 2016, empresas chegaram a cortar serviços em certos locais por inadimplência.

    Como a maioria do setor depende de contratos públicos, cria-se um impasse, pois as companhias hesitam em ir à Justiça para cobrar a dívida.

    "Geraria um problema de relação com o contratante. A perspectiva de demora para receber a dívida pela via legal também desestimula."

    As ações são poucas, e, mesmo com condenação, há prefeituras que não pagam os precatórios, diz Renato Poltronieri, sócio do Demarest.

    "Não há cobrança da empresa e tampouco responsabilização do prefeito que deixa a dívida", afirma.

    As propostas de concessões do setor, que vinham em alta desde 2014, estão paradas há um ano, segundo Silva Filho.

    "Pensava-se que seria a saída para a coleta de lixo, mas os estudos de viabilidade em curso tiveram que ser refeitos com o novo cenário, além do risco de inadimplência."

    No caso de São Paulo, que tem concessão desde 2004, a negociação tem sido harmônica, e não há inadimplência.

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    Leilão nos trilhos

    O BNDES vai financiar ao menos R$ 20 milhões de investimentos do consórcio que ganhar a concessão das linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô de São Paulo.

    O leilão, que já foi adiado uma vez pelo governo paulista, está marcado para o dia 28 de setembro.

    "A extensão do prazo foi um pedido das empresas para avaliar o projeto. A expectativa é ter acima de três concorrentes", diz o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni.

    O vencedor do certame, que vai operar a rede por 20 anos, deverá ter um investimento inicial de R$ 90 milhões para ampliar estações, fora os aportes de manutenção ao longo da concessão.

    "É importante o apoio do BNDES, com juros abaixo do mercado. Não haverá um teto para o financiamento."

    O governo prevê entregar, ainda neste ano, 9 das 10 estações em construção da linha 5-Lilás. A conclusão da linha 17-Ouro está programada para 2019, diz ele.

    R$ 189,6 MILHÕES
    será o lance mínimo do leilão

    R$ 10,8 BILHÕES
    é o valor do contrato, referente à receita com tarifas e exploração comercial do espaço

    R$ 3 BILHÕES
    devem ser investidos no total

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    De papel passado

    As transações feitas no setor financeiro e de seguros impediram uma retração no mercado brasileiro de aquisições no primeiro semestre.

    Foram 78 operações, 53% a mais que no mesmo período de 2016. Áreas como tecnologia e varejo caíram 14% e 8%, segundo a consultoria TTR, que monitora este mercado.

    Ao todo, foram 513 transações nos seis primeiros meses, uma alta de 8%. As 210 que tiveram o valor revelado somaram R$ 140,5 bilhões.

    O setor de seguros continuará aquecido no segundo semestre, e outros negócios, como investimentos via private equity, também deverão ganhar força, diz Darcy Teixeira Jr., sócio do TozziniFreire.

    "Os fundos não estão parados, mas, devido ao grau de incerteza, as transações demoram mais para se concluir."

    O interesse estrangeiro em desinvestimentos na área de infraestrutura também deverá aquecer o mercado, diz Roberto Pary, do Souza Cescon.

    "Muitos grupos precisarão vender ativos, seja por dificuldades financeiras ou por envolvimento com corrupção."

    TRANSAÇÕES NO BRASIL - Número de aquisições, fusões, investimentos via private equity e venture capital no Brasil, por trimestre

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    Seguro para ônibus atrai empresas após líder do setor deixar mercado

    O setor de seguros de responsabilidade civil para ônibus atraiu aportes no primeiro semestre deste ano, após a liquidação da Nobre Seguradora, que detinha 70% do mercado até outubro de 2016.

    O seguro cobre danos materiais, corporais e até morais.

    A seguradora American Life decidiu entrar no segmento no fim de 2016, mas só agora iniciou a operação.

    "As viações ficaram desassistidas, e há uma exigência legal de que tenham o seguro. Foram seis meses para abrir capital adicional, investir em sistemas e contratar resseguro", diz o diretor Francisco Fernandes, que não abriu o valor do aporte.

    A francesa Essor passou de uma fatia de 24% do mercado para atuais 70%, afirma o presidente, Fabio Pinho. "Mas, com a entrada de novos concorrentes, deveremos perder parte das apólices."

    A Investprev, principal concorrente, também expandiu sua participação, mas não planeja novos aportes.

    "Há muita judicialização. Virou uma indústria, o ônibus bate e já começam os pedidos de retratação", diz o superintendente Flavio Soares.

    R$ 500 MILHÕES
    em prêmios anuais é a estimativa do mercado

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    Meio... A confiança dos comerciantes paulistas subiu 7,6% em junho, na comparação com maio, segundo o índice da Fecap. Em relação ao ano passado, a alta é de 38%.

    ...de ano O indicador que mede a expectativa para o terceiro trimestre impulsionou o crescimento do índice, pois a percepção sobre o momento atual ainda é negativa.

    Virtual Daniel Girardi Dias é o novo vice-presidente de operações para a América Latina da multinacional Endurance, dona de serviços de hospedagem de internet.

    Rateio A conta de água média dos condomínios residenciais de São Paulo é de R$ 7.700 por mês, aponta a Lello.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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