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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Bancos se queixam do excesso de leis regionais sobre segurança em agências

    21/07/2017 02h30

    Marco Ambrosio/Folhapress
    Criminosos explodiram caixas eletrônicos de um agência bancária do Santander, na região de Cidade Dutra, zona sul de São Paulo, na madrugada desta terça-feira. Por volta das 3h30, ao menos quatro criminosos invadiram o banco na avenida Senador Teotônio Vilela e explodiram os caixas eletrônicos. Com o impacto da explosão, o hall de entrada da agência ficou danificado.
    Agência em São Paulo; 76 normas exigem um vigilante 24h em cidades ou Estados do país

    Os bancos têm que seguir, atualmente, 91 leis estaduais e municipais em questões de segurança nas agências, segundo levantamento do Itaú.

    Dessas, 76 são normas que exigem um vigilante 24h, precaução questionada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e por empresas do setor bancário.

    "São leis ineficientes e que aumentam os custos. Todas as agências bancárias já têm um plano de segurança, que é aprovado pela Polícia Federal", afirma Leandro Vilain, diretor de negócios e operações da Febraban.

    Em São Paulo, 19 municípios obrigam agências a manter um segurança à noite. No Rio Grande do Sul, são 25. "Nós gastamos R$ 9 bilhões por ano com 68 mil vigilantes. Não falta segurança", diz Vilain.

    Há, no país, cinco leis obrigando a instalação de películas fumê nas janelas, oito determinando que os vidros sejam blindados e duas exigindo escaneamento corporal dos clientes, e 58 projetos de lei sobre os mesmos temas.

    A Febraban afirma que vidros blindados não podem ser quebrados em caso de incêndio, criando a necessidade de uma saída extra, o que diminuiria a segurança. O vidro fumê, por sua vez, diminuiria a visibilidade.

    Nenhuma das leis citadas se aplica à cidade de São Paulo. No Estado, Campinas, Sorocaba, Taubaté, Araraquara e Guarujá aderem às leis de vigilância 24h nas agências.

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    Quer pagar como?

    Cartões de crédito "private label", que levam o nome de uma marca varejista, ganharam mercado com a diminuição da quantidade daqueles de grandes bandeiras cuja emissão é feita por bancos.

    No ano passado, houve redução de 1,88% no número de cartões das seis principais empresas do mercado, segundo dados do Banco Central.

    "Bancos ficaram mais cautelosos. Lojas têm menos risco porque o limite de crédito é menor", afirma Daniel Lecuona, sócio da consultoria GL Cards and Payments.

    Em porcentagem de vendas, os "private label" chegaram a R$ 88 bilhões, ou 7,1% do mercado total, segundo Boanerges Freire, sócio da consultoria em varejo financiro que leva seu nome.

    "É um segmento menor e por isso, o crescimento é mais rápido. Há procura de varejistas que querem viabilizar o consumo dos clientes."

    MUDANÇAS NO PLÁSTICO - Cartões de crédito e de "private label", em R$ bilhões

    VALOR DE TRANSAÇÕES - EM R$ BILHÕES

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    Para dar uma cara nova

    A gestora imobiliária SDI adquiriu, por R$ 77 milhões, a fatia de um empreendimento na cidade de São Paulo que pertencia à Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil.

    Com a transação, a companhia controlará cerca de 20% do conjunto de escritórios Condomínio São Luiz, localizado na avenida Presidente Juscelino Kubitschek, afirma o sócio-diretor André Pereira.

    O plano da SDI, que tem R$ 1,7 bilhão sob gestão, é que o espaço passe por um retrofit, diz o executivo.

    "É um empreendimento de 1984 que está desatualizado. Vamos conversar com os sócios, como o fundo Petros [da Petrobras] e a Promon [Engenharia], mas todos demonstraram uma intenção de atualizar e apreciar o ativo."

    A estimativa da SDI é que sejam investidos cerca de R$ 125 milhões na reforma, embora o valor possa variar de acordo com o projeto escolhido pelos proprietários.

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    Indústria de tintas projeta primeira alta desde 2014

    Após três anos seguidos de resultados negativos, a indústria de tintas prevê um crescimento no volume produzido em 2017, segundo a Abrafati (associação do setor).

    A projeção é que haja um aumento de pelo menos 1,3% em relação ao ano passado, o que representaria uma produção de 1,52 bilhão de litros.

    Em 2016, a receita da indústria foi de R$ 11,8 bilhões.

    "Houve uma sequência muito ruim de retrações. O ano passado foi extremamente negativo, tivemos uma queda de 6,4%", afirma Antonio Carlos de Oliveira, presidente-executivo da entidade.

    A produção ficou estagnada no primeiro semestre, mas há uma demanda reprimida no setor imobiliário, que deverá alavancar os negócios no fim do ano, diz Oliveira.

    "Começamos a sentir uma recuperação, sobretudo no setor automotivo voltado para exportação", afirma Marcio Grossman, presidente da PPG Brasil e Cone Sul.

    O segmento industrial, que inclui equipamentos agrícolas e linha branca, também já registra alta em 2017, diz ele.

    Pincel e pistola - Destino do volume de tintas produzido no Brasil, em %

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    Unidos somos grandes

    Após negociações fracassadas com a Prefeitura de São Paulo, clínicas e laboratórios de pequeno porte formarão uma rede de atendimento.

    A iniciativa do Sindhosp e Fehoesp (sindicato e federação paulista do setor) surgiu após o interesse das empresas em participar do Corujão da Saúde, uma das bandeiras da gestão Doria que busca reduzir as filas no sistema público.

    "Foi oferecido cerca de R$ 10 por consulta, o que inviabilizou totalmente o negócio", afirma Alexandre Merofa, diretor-executivo da rede, batizada de Integra.

    O projeto deverá começar a funcionar em cerca de 90 dias, diz Merofa. As consultas custarão de R$ 90 a R$ 120.

    Os agendamentos serão centralizados na nova instituição, que não tem fins lucrativos, segundo o executivo. Os custos com software e publicidade serão rateados entre os participantes.

    Hoje, 48 empresas fazem parte do negócio e outras 14 estão sob análise. A previsão é chegar a cem ainda em 2017.

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    Iniciais BB A Fitch manteve a dívida de São Paulo com nota BB com perspectiva negativa. A agência considera que o Estado tem mais autonomia fiscal que os outros do Brasil.

    Farmácia... O Grupo RPH, de produtos para saúde, vai investir cerca de R$ 15 milhões em quatro farmácias adaptadas para fornecer itens com algum elemento radioativo.

    ...radioativa A empresa já investiu R$ 5 milhões na primeira unidade, em São Paulo. As demais lojas estarão no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA, IGOR UTSUMI e NATÁLIA PORTINARI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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