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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Bolsa caminha para acabar com as ações preferenciais

    02/08/2017 02h30 - Atualizado às 00h22
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    Diego Padgurschi/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL - 09-05-2015: Gráfico das recentes flutuações dos índices de mercado no pregão da BM & F Bovespa Bolsa de Valores de Sao Paulo apos o anuncio da anulacao do impeachment. - (Diego Padgurschi /Folhapress - MERCADO)
    Tendência é que empresas migrem para o Novo Mercado, segundo a B3

    O Novo Mercado (em que as empresas assumem compromissos de melhores práticas de governança corporativa) deverá receber mais companhias de outros segmentos da Bolsa, segundo analistas e a própria B3.

    A Suzano Papel e Celulose anunciou nesta segunda (31) a sua migração.

    A adesão já acontecia, e deve se intensificar, entre outros fatores, em decorrência dos escândalos de corrupção.

    Vários lançamentos iniciais de ações deste ano foram feitos no Novo Mercado.

    A convergência plena levará anos e não é "pretensão da Bolsa, mas tendência do mercado", diz a B3.

    "Há uma onda de discussão entre as empresas abertas sobre esse movimento e pelas companhias envolvidas. É uma sinalização positiva", diz Isabella Saboya, do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

    A Vale informou que deve fazer a migração até 2020.

    Nas outras modalidades da Bolsa, há dois tipos de ação —as preferenciais, sem direito a voto, e as ordinárias, que permitem o controle.

    O dilema de grupos que controlam empresas abertas nesses segmentos é mais poder ou ter liquidez maior, nota melhor de agência de rating e aptidão a receber aportes de investidores institucionais.

    "Para incorporar uma concorrente, por exemplo, é melhor ter esse nível de governança corporativa", diz Marco Saravalle, analista da XP Investimento. A Petrobras, por sua vez, deve listar a BR Distribuidora no Novo Mercado.

    UMA AÇÃO, UM VOTO - Migração para o Novo Mercado

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    Meirelles vai apresentar quatro medidas de agenda micro

    Henriques Meirelles, ministro da Fazenda, vai apresentar quatro medidas de simplificação tributária, que fazem parte de sua agenda microeconômica, e reduzem custos para as empresas.

    A iniciativa integrará administrações tributárias nas três esferas. Será implementada a segunda fase do Sped (sistema de escrituração digital), que elimina obrigações redundantes.

    Há cerca de 5.570 legislações e notas fiscais de serviços diferentes, uma para cada município, segundo a Receita Federal —o que encarece a atuação de companhias em cidades diferentes.

    Serão assinados protocolos de cooperação entre Estados para o pagamento no Portal Único do Comércio Exterior.

    A expectativa da Receita é abreviar em ao menos dois dias o tempo para exportar e importar, e reduzir em média 0,38% do valor da mercadoria ao dia.

    O ministro e Jorge Rachid, secretário da Receita Federal, abrirão na próxima segunda (7) um fórum sobre o tema, em parceria com a CNI.

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    Sem consenso

    O governo e as associações ligadas a construção e incorporação discutem uma medida provisória sobre o distrato —desistência de compra de imóvel com devolução de valor—, mas há falta de consenso sobre pontos relevantes.

    "Já foram feitos três textos e, a cada nova redação, aumentam as restrições ao mercado", diz o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary.

    Ele dá como exemplo o quanto a empresa deve devolver, de acordo com quanto já foi pago. A última norma determina que a porcentagem varie com o valor do imóvel.

    A reunião mais recente aconteceu nesta terça (1), e houve discussões sobre a multa por atrasos na entrega, diz José Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).

    "Como vai ser calculado? É algo delicado, pois alguns itens não são da nossa alçada, mas da de cartórios, de bombeiros, que nós não controlamos", afirma ele.

    Membros de quatro ministérios participam do diálogo.

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    Otimismo após a baixa

    O aporte por empresas de private equity em 2016 no Brasil voltou aos níveis de 2011, mas o país deverá ser alvo de novos investidores nos próximos anos, segundo o BCG.

    No ano passado, a entrada de capital via private equity ou venture capital teve uma queda anual de 39%.

    Por ter previsão de alta no PIB de 1,8% ao ano até 2021 e ser mais maduro que o restante da América Latina, o mercado brasileiro deverá ser um dos maiores alvos dos fundos em países emergentes, aponta o estudo do BCG.

    As principais oportunidades poderão ser aproveitadas caso investidores priorizem transações menores e se protejam da volatilidade cambial, segundo a consultoria.

    Aportes no Brasil - Entrada e saída de investimentos em private equity e venture capital no país, em R$ bilhões

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    Financiamento feminino

    As mulheres tiveram mais sucesso que os homens em campanhas de financiamento coletivo nos últimos anos, aponta estudo global da PwC.

    A taxa de êxito feminina foi de 22%, contra 17% entre homens, em 2015 e 2016. Na América do Sul, o sucesso dos projetos é menor, mas a disparidade se mantém: de 7% e 2%,
    respectivamente.

    Uma das principais explicações é a maior dificuldade de acesso das mulheres a sistemas tradicionais de financiamento, afirma Alvaro Taiar, sócio da consultoria.

    "O total de mulheres com bons projetos que recorrem ao crowdfunding é maior, provavelmente porque tiveram menos facilidade para acessar outras vias", diz ele.

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    Latinos Felipe Buckup, presidente no Brasil da Western Union, assumirá também o comando da empresa de pagamentos na Bolívia, no Chile, no Equador e no Paraguai.

    Comércio ilegal O Estado de São Paulo deixou de arrecadar R$ 5 bilhões no primeiro semestre deste ano por causa do contrabando de produtos, de acordo com a ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação).

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    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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