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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Setor de bebidas alcoólicas melhora, mas vendas seguem em queda

    07/08/2017 02h30

    Rogerio Canella/Folhapress
    CIDADONA NUMERALHA - SAO PAULO, SP - 16/02/2013. GUIA DA FOLHA. Bares. BAR. Drinque MOJITO DE LICHIA do bar que fica em Pinheiros. foto: Rogerio Canella/Folhapress
    Mojito, drinque feito com rum; venda da bebida foi a que teve maior retração no primeiro trimestre

    A venda de bebidas alcoólicas caiu 3,4% em volume no primeiro trimestre de 2017, em relação ao mesmo período de 2016, segundo a Nielsen.

    A queda é menor do que a de meses anteriores —no fim do ano passado, a retração era de 4,4%. Ainda não há, porém, uma perspectiva clara de crescimento, afirma Daniel Souza, da consultoria.

    "O consumidor não deixou de beber, mas, além de consumir menos, mudou para outras marcas."

    O segmento mais afetado foi o de destilados. A comercialização de uísque, por exemplo, diminuiu 11,3%.

    "Isso beneficiou as opções mais baratas, inclusive o uísque da nossa marca, cujas vendas tiveram alta de dois dígitos no primeiro semestre", afirma Walter Celli, diretor-executivo da Beam Suntory no Brasil.

    Uma das maneiras que as fabricantes encontraram para manter clientes fiéis durante a recessão foi a adoção de embalagens menores, diz Flávia Molina, diretora da Pernod Ricard no país.

    Entre as bebidas alcoólicas, a cachaça foi o único segmento auditado pela Nielsen que registrou variação positiva. A categoria também se beneficiou da retração de itens mais caros, como a vodca.

    "Tivemos um crescimento de 5% nas vendas líquidas da cachaça Ypióca no nosso ano fiscal [terminado em junho]. É um produto que ganhou força com a crise por ter opções que cabem em todos os bolsos", afirma Álvaro Garcia, diretor da Diageo.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Tem gente que não bebeVariação da venda de bebidas alcoólicas no 1º tri, na comparação com o mesmo período do ano anterior

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    Brilho pequenino

    A rede de joalherias Pandora começará a abrir unidades menores no Brasil, no formato de quiosques.

    "Por exigir um aporte inferior, a 'pop-up' permite fazer um teste para ver se uma loja conceito cabe em determinada praça", diz Rachel Maia, diretora-executiva da marca no país.

    As primeiras inaugurações vão ocorrer em um shopping de Guarulhos e em um na zona leste de São Paulo, mas o formato também será levado para aeroportos e outlets, afirma a empresária.

    A Pandora planeja abrir sete lojas e cinco quiosques até o fim do ano.

    O investimento no formato menor gira em torno de R$ 450 mil, enquanto cada unidade no tamanho convencional custa perto de R$ 1,5 milhão.

    "Nosso planejamento de 2018 ainda depende de algumas aprovações, mas a estimativa é ter mais cinco lojas conceito e três 'pop-up stores'."

    93
    são as unidades da Pandora no Brasil

    100
    são os países em que atua

    9.300
    são os pontos de venda ao redor do mundo

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    Leilão da casa do Banco Santos não deve atrair compradores

    A casa vazia do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos, vai a leilão na sexta (11), mas nenhum interessado se manifestou até agora, diz Vlânio Aguiar, administrador judicial da massa falida da empresa.

    "Há seis anos, uma pessoa apresentou-se e visitou a casa três vezes, mas ela se mudou para Nova York."

    A uma semana do pregão, já teria aparecido um interessado, segundo ele.

    O preço começa em R$ 76,8 milhões. Caso ninguém faça propostas, será agendada uma segunda rodada, e o valor inicial cai para R$ 46 milhões, afirma Aguiar.

    "Um só quadro de Jean-Michel Basquiat da coleção foi vendido por R$ 40 milhões."

    A dificuldade de encontrar comprador para imóvel de valor alto é exceção para os leilões em geral, que cresceram em número e em interessados.

    Foram mais de 4.000 em São Paulo neste ano. Isso representa 60% do total de 2016, e o segundo semestre costuma ser mais movimentado, diz Eduardo Boyadjian, presidente do sindicato das empresas leiloeiras do Estado.

    "Alienações fiduciárias, como a de casas cujo dono não paga o financiamento, e processos de busca e apreensão causaram essa alta."

    Editoria de Arte/Folhapress
    QUEM DÁ MAIS PELA MINHA MANSÃO? Leilões em São Paulo nos últimos anos

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    À espera... O setor privado não espera que uma reforma tributária efetiva saia até o fim de 2018, mas ainda acredita em "minireformas", como a do PIS/Confins. As possíveis mudanças, porém, têm gerado mais temor que euforia.

    ...do pior O maior receio é que as alterações não parem na simplificação e resultem em um aumento dos impostos, avaliam tributaristas que têm sido consultados por empresas sobre eventuais implicações.

    Já se viu Uma preocupação é a migração de setores que ainda recolhem pelo sistema cumulativo para o não cumulativo. No passado, a transição resultou em uma carga maior, afirma Carlos Orsolon, do Demarest.

    Setores... O eventual fim do regime diferenciado, criado no passado para facilitar a fiscalização da Receita, também pode gerar uma alta, avalia Giancarlo Matarazzo, do Pinheiro Neto.

    ...no regime Hoje, setores como o farmacêutico, de autopeças e combustíveis seguem o regime, que impõe uma taxa maior às indústrias mais concentradas, para que estas repassem o valor à cadeia, pulverizada.

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    Hora do Café

    Lederly/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 7.ago.2017

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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