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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Conta de luz pode cair com venda de ativos da Eletrobras, diz consultoria

    16/08/2017 02h30 - Atualizado às 11h27

    Danilo Verpa - 11.nov.2009/Folhapress
    luz energia eletrica - ITABERÁ, SP, BRASIL, 11-11-2009: Torres de transmissão de energia elétrica em Itaberá (SP). Entre a noite de 10 de novembro e a madrugada de 11 de novembro de 2009, o blecaute mais abrangente na história do país deixou no escuro 70 milhões de pessoas em 18 Estados e no Distrito Federal. No blecaute, os Estados foram atingidos como parte de um efeito cascata provocado pelo desligamento da linha operada por Furnas que traz a eletricidade de Itaipu, no Paraná, até a subestação de Itaberá. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, 1547, COTIDIANO)
    Contas de luz podem ter uma redução de 11,7% caso ocorra a injeção de recursos com as privatizações

    A venda de ativos da Eletrobras pode ajudar a reduzir a conta de luz dos clientes residenciais em 11,7%, aponta a consultoria Thymos.

    O governo publicou uma proposta de mudanças no setor de energia que prevê que um terço dos valores obtidos com os desinvestimentos da estatal sejam destinados ao CDE (Conta de Desenvolvimento Energético).

    Ela serve para subsidiar usuários de baixa renda e expandir a rede, e é financiada em parte pelas tarifas dos consumidores. Com a injeção de recursos, as contas de luz podem vir sem a CDE por dois anos, estima a Thymos.

    Isso equivaleria a uma redução de 11,7% sobre as tarifas residenciais pelo período.

    "Estima-se que o bônus de outorga da privatização vai gerar cerca de R$ 55 bilhões. Se um terço for destinado à CDE, pode haver desconto ao redor de 11,7% nas contas de luz", afirma Ricardo Savoya, diretor da Thymos.

    Editoria de Arte/Folhapress/Editoria de Arte/Folhapress
    Energia

    Na proposta do governo, que está aberta a contribuições até quinta (17), o pagamento da outorga se dá em prazo dilatado, dizem técnicos do Ministério de Minas e Energia, o que reduz o desconto calculado pela consultoria.

    Outro fator pode contribuir para a diminuir a tarifa: o valor da CDE rateado entre os consumidores está em queda, segundo dados da Aneel. Neste ano, são R$ 13,9 bilhões, o que representa uma redução de 24% em relação a 2016.

    A consequência foram reduções que variaram de 0,04%, para clientes residenciais do Norte e Nordeste, até 3,45%, para grandes consumidores do Sul e Sudeste.

    Procurada, a Eletrobras respondeu em nota que não fará comentários a respeito da proposta em consulta pública.

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    São Paulo vai fazer PPP para central de diagnósticos

    O governo de São Paulo pretende passar a execução de parte dos exames médicos para a iniciativa privada por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada), cujo chamamento está em aberto.

    Será um contrato de R$ 356 milhões, nas estimativas da Secretaria da Saúde. "Não está definido o tempo de vigência, mas deverão ser 20 anos", diz o secretário David Uip.

    A ideia é centralizar um serviço que é prestado de forma pulverizada e, desse jeito, economizar dinheiro.

    A empresa que firmar a PPP terá que montar um centro que receberá exames feitos pela rede no Estado inteiro. Médicos da companhia farão diagnósticos com base em imagens e enviarão resultados de volta para a ponta.

    Será preciso ter sistemas para dar pareceres regulares e urgentes, afirma Uip.

    "Nesse centro, pode haver especialistas em ressonância de cérebro, por exemplo, cuja presença em hospitais não faz muito sentido porque a demanda por unidade é baixa."

    Além disso, a empresa vai precisar substituir equipamentos e adequar a tecnologia de informação para recebimento e envio dos exames.

    Ainda não se estabeleceu a forma da remuneração: "Depois do chamamento público vamos estabelecer quais serão os critérios da parceria". Tampouco se sabe se há empresas capacitadas.

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    Seguro de automóveis cresce 6% no 1° semestre

    O mercado de seguros para automóveis cresceu 5,8% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016, segundo a Susep (órgão que regula o setor).

    O segmento vem de uma redução de 2,4% de receita no ano passado, devido à queda nas vendas de veículos novos, avalia Luiz Pomarole, vice-presidente da FenSeg (federação de seguros).

    A retomada neste ano, porém, não é reflexo de uma melhora do setor automotivo, e sim do aumento do valor cobrado pelas seguradoras.

    "O roubo de veículos se tornou mais frequente, e houve uma necessidade de reajuste dos preços", diz o executivo.

    Outro fator que contribuiu para a alta foi o aquecimento do mercado de carros usados.

    O crescimento das vendas de veículos novos não afetou o resultado porque foi puxado por exportações e locadoras, e não tanto por pessoas físicas, que são as que contratam seguros, afirma.

    O seguro auto popular, que começou a ser vendido neste ano, não teve um impacto significativo, mas é um potencial vetor de expansão do mercado, assim como outras coberturas parciais, diz ele.

    "De 65% a 70% dos carros no país não têm seguro, é um mercado grande a explorar."

    Editoria de Arte/Folhapress/Editoria de Arte/Folhapress
    Seguros

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    Sem lenço, sem documento

    Parte das transportadoras não vai se adequar a tempo às novas normas exigidas pela ANTT (agência reguladora) a partir de 2 de outubro, segundo entidades do setor.

    As empresas não poderão emitir o documento conhecido como manifesto de carga sem alguns dados, como o número de registro do seguro.

    Hoje, eles já são solicitados, mas muitas companhias preferem correr o risco de serem autuadas, afirma Gildete Menezes, da NTC&Logística (associação do setor).

    "Se a transportadora não fornecer os dados, ela nem emitirá o manifesto, ficará irregular. Em caso de sinistro, o seguro não vai cobrir."

    "Muitas empresas já se adequaram, mas uma parte das que trabalham com carga fracionada ou que atuam na informalidade dizem que não vão conseguir", diz Tayguara Helou, presidente do Setcesp (sindicato do setor).

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    Constraste de... A vacância nos condomínios logísticos em Pernambuco foi de 10% no fim do primeiro semestre, segundo a plataforma Siila.

    ...galpões O índice é quase 20 pontos percentuais menor o de São Paulo. O mercado paulista tem cerca de 5,7 milhões de m² a mais que Pernambuco.

    Nova... O Ministério da Saúde atualizou a verba anual obrigatória para a compra de medicamentos e insumos: de R$ 5,10 por habitante, fixados em 2013, para R$ 5,58.

    ...receita Com a atualização, o valor total passa a ser de R$ 1,15 bilhão. O orçamento previsto para este ano, porém, já supera o mínimo obrigatório: é de R$ 1,5 bilhão.

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    Hora do Café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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