• Colunistas

    Tuesday, 14-May-2024 13:34:53 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Estados com melhores notas de dívidas são punidos por rating do Brasil

    21/08/2017 02h30

    Estados cujas dívidas têm a melhor avaliação da S&P são os mais prejudicados por uma perspectiva negativa do rating nacional do Brasil.

    A mudança de nota da dívida soberana vai demorar ao menos seis meses porque na última terça (16) o Brasil saiu de uma categoria de países que têm suas notas revisadas com mais frequência.

    São Paulo e Santa Catarina, que possuem os melhores perfis de dívida, terão de esperar esses meses com uma nota aquém de seu perfil de crédito individual, pois nenhum ente federativo tem rating acima do soberano.

    No último relatório, a agência escreveu que poderá rebaixar os dois Estados se a avaliação do Brasil cair.

    Esse é um problema apenas desses dois locais —as notas dos demais pioraram muito além da brasileira.

    Houve um descolamento, afirma Daniela Brandazza, analista da S&P. "No passado, a maioria dos Estados tinha um nível semelhante ao do soberano. As diferenças agora são maiores."

    O maior responsável por essa degradação é a qualidade de crédito dos governos estaduais. "Elas mudaram e hoje são muito mais fracas."

    Os problemas fiscais estaduais não serão resolvidos antes das eleições de 2018, segundo a analista. "Agora, o sistema não consegue dar respostas para os problemas fiscais", afirma Brandazza.

    É improvável que os entes subnacionais equilibrem as receitas e despesas nos dois próximos anos, diz ela.

    *

    Sem receita

    A farmacêutica Aché planeja ampliar a participação de produtos fitoterápicos e funcionais dentro da companhia, segundo o presidente, Paulo Nigro.

    A empresa vai lançar uma linha específica do segmento —ela deverá fazer parte de seu projeto de internacionalização, que terá o México como alvo inicial.

    "É preciso se especializar para se diferenciar no mercado externo, e a biodiversidade do Brasil tem um potencial subutilizado."

    A princípio, a linha terá dois itens que já eram fabricados pela Tiaraju, laboratório do setor comprado em 2016. Há também outros 20 à espera de liberação.

    Os produtos isentos de prescrição —nos quais os fitoterápicos estão inclusos— representam 10% da receita líquida da Aché. No mercado, a fatia é de 27%.

    "Nosso portfólio cobre 40% do universo total do segmento, ainda temos uma presença pequena."

    A expansão internacional não será feita por meio de compra de empresas estrangeiras, segundo o executivo, que diz ter "matado" a possibilidade de um IPO [oferta inicial de ações].

    "Assim que assumi, em 2015, tirei a ideia da agenda. O que está no plano hoje é crescer de forma orgânica e usar aquisições para suprir lacunas de produção, como foi a da Tiaraju."

    R$ 2,7 BILHÕES
    foi a receita líquida em 2016, que deve subir 11% neste ano

    *

    Além do orçamento

    A operadora de saúde Hapvida planeja inaugurar até o fim do ano um hospital em Teresina (PI).

    "É a única cidade de relevância estratégica no Norte e no Nordeste em que ainda não temos um hospital próprio", diz o presidente Jorge Pinheiro.

    A companhia previa um aporte total de R$ 200 milhões em 2017, mas o valor deverá ser superado, diz o executivo.

    A Hapvida também inaugurou, no início de agosto, um hospital em Camaçari (BA), aquisição que não estava originalmente no orçamento.

    A empresa não revela o valor do investimento nos dois hospitais por questões contratuais.

    Além de planejar fazer novas compras no ano que vem, a companhia estuda abrir capital na Bolsa, afirma Pinheiro.

    "Estamos preparados para ir a mercado, do ponto de vista estrutural. É um processo natural a empresa se tornar aberta, mas ainda avaliamos o momento mais favorável."

    3,8 MILHÕES
    é o número de beneficiários da Hapvida

    16 MIL
    são os funcionários diretos

    *

    Finep terá nova linha para financiar compra de equipamentos

    A Finep, financiadora para projetos de inovação ligada ao MCTIC (ministério da ciência), terá uma linha de crédito para a compra de equipamentos, segundo Marcos Cintra, presidente da entidade.

    "A ideia é trabalhar com as agências reguladoras que normalmente têm planos de desenvolvimento setorial mais definidos", diz ele.

    As empresas terão acesso a um financiamento de dez anos com uma taxa de 7% ao ano, acrescida da TJLP, hoje também em 7%.

    "É uma linha de balcão. Podemos atender toda a demanda sem grande necessidade de dosarmos o apoio."

    A iniciativa, similar à adotada pela financiadora para o setor de telecomunicações, busca incentivar a transferência de tecnologia, além de aumentar a demanda por crédito na entidade.

    Hoje, são cerca de R$ 7 bilhões disponíveis, mas faltam interessados, afirma Cintra.

    Além da nova linha, a Finep também aumentará a participação nos projetos e os prazos de financiamento e carência, que em alguns casos poderão chegar a até 16 e 6 anos, respectivamente.

    *

    Mercado externo O diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, se reunirá com cerca de cem empresários na próxima sexta (25), na sede da CNI, em Brasília. Também participam 24 entidades setoriais.

    Gás... Membros do governo, da Receita e entidades da indústria de bebidas participarão de audiência pública na Câmara, no dia 31, para discutir a redução do IPI do xarope usado em refrigerantes.

    ...na disputa Uma mudança afetaria os grandes produtores, que fabricam o produto na Zona Franca de Manaus e têm direito créditos tributários. Os menores tentam incluir a proposta na MP do Refis.

    Franquias A Moldura Minuto, de decoração com quadros, abrirá oito unidades até o fim do ano. Foram quatro inaugurações no primeiro semestre e quatro em 2016. Hoje, são 60 lojas no Brasil.

    *

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024