Associações empresariais do setor de serviços vão se reunir nesta quarta-feira (23) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para pressionar contra uma reforma isolada do PIS/Cofins.
O maior temor das companhias é a migração do regime cumulativo para o não cumulativo —que, na prática, implicaria em uma alta de impostos, diz Amábile Pacios, do Fórum das Entidades de Ensino Superior Particular.
No regime não cumulativo, usado por grandes indústrias, a alíquota é mais alta. A taxa maior, porém, é compensada: a compra de insumos sobre os quais já incidem PIS/Cofins gera créditos, que são descontados do valor total.
Em empresas de prestação serviços, porém, esse abatimento não seria tão benéfico, pois a maior parte dos gastos é com mão de obra, que não gera créditos.
O setor vai defender uma reforma tributária integral, mesmo que ela não seja aprovada ainda neste governo, afirma Luiz Ferrari, diretor do Fehoesp (federação de hospitais e clínicas).
"Com uma mudança ampla, pode haver compensações em outros impostos, e as empresas de serviços não seriam tão afetadas. No caso de hospitais, por exemplo, 50% do gasto é com salários, não temos como abater tanto."
A repercussão negativa do aumento de tributos de combustíveis deverá frear novas altas, diz Roberto Nogueira, consultor da presidência da CNC (câmara do comércio). "Mas, no desespero fiscal, pode passar qualquer coisa."
ENTENDA
Sistemas de recolhimento do PIS/Cofins
Sistema cumulativo
> Alíquota total: 3,65% sobre receita bruta
> Empresas com mão de obra intensiva (educação, saúde, segurança informática, telecom, construção etc) + maioria das empresas de pequeno e médio porte
Sistema não cumulativo
> Alíquota total: 9,25% sobre receita bruta
> O valor sofre descontos: a compra de insumos sobre os quais já incidem PIS/Cofins geram créditos, que são abatidos do total
> Empresas de maior porte, da indústria e do comércio
Qual a proposta?
Empresas de serviços teriam que migrar para o sistema cumulativo, mas não teriam como abater o valor total
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Petrobras,... Questionado em público nesta quarta, sobre a Petrobras ser a próxima a ser privatizada após a Eletrobras, o presidente Pedro Parente disse que "o tema não está na pauta do governo, nem na minha".
...não Parente tem dito a interlocutores que ainda tem muito a recuperar na empresa —a começar de uma dívida de cerca de US$ 92 bilhões (R$ 293 bilhões)— e que uma discussão desse tamanho tiraria o foco e paralisaria a gestão.
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Produção de embalagens cai 0,9% e indústria revê projeções
A indústria de embalagens reviu suas projeções de crescimento para este ano devido aos resultados abaixo do esperado no primeiro semestre, segundo a Abre (associação de empresas do setor).
A produção nos seis primeiros meses de 2017 caiu 0,9%, em relação ao mesmo período de 2016, de acordo com um estudo da entidade com o Ibre/FGV.
Até fevereiro, a previsão era de uma retração de 0,3%.
"A retomada do setor está sendo mais lenta do que imaginávamos. Não há uma constância de demandas por parte da indústria", afirma Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre.
A projeção, que no início do ano era crescer 0,6%, foi revisada para um resultado estável, com variação negativa de 0,1%. O valor da produção em 2017 está estimado em R$ 70,4 bilhões.
"O setor está alinhado com fatores macroeconômicos. O recuo das previsões do PIB para este ano impacta o nosso setor", diz a executiva.
"A expectativa agora é uma recuperação mais efetiva no segundo semestre e uma entrada mais forte em 2018."
A estimativa do Ibre é que, no primeiro trimestre do ano que vem, haja um crescimento próximo a 2% em relação ao período anterior.
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Hospedagem digital
A Atlantica Hotels investiu R$ 70 milhões em um hotel da rede Radisson em Campinas.
A unidade tem um conceito que busca interatividade com o hóspede por meio de dispositivos móveis —sem balcão de check-in, por exemplo.
Os aportes foram feitos ao longo dos dois últimos anos. A Atlantica tem planos para abrir 15 novas unidades em 2017 —quatro delas são conversões de hotéis que já existiam e passarão a usar uma das bandeiras do grupo.
O projeto da empresa é de longo prazo, diz o presidente, Eduardo Giestas.
"O país ainda tem uma baixa oferta de hotéis com bandeiras e um quociente de número de quartos por população pequeno."
Há diferenças entre a praças, no entanto: o Rio de Janeiro, diz ele, tem sobreoferta, e eles não há planos de novas unidades lá. Cidades como Belo Horizonte e Fortaleza são vistas como promissoras.
89
são os hotéis da empresa
2,3%
foi o crescimento no 1º semestre deste ano
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Fundo de R$ 1 bilhão
Para avançar com a criação de um fundo imobiliário do Estado de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin anuncia nesta quarta-feira (23) um edital para escolha de empresas que vão estruturar e administrar o produto.
O plano é facilitar a venda de mais de 5 mil imóveis incorporados pelo Estado ao longo do tempo e que não são utilizados e levantar cerca de R$ 1 bilhão com a medida.
O resultado do edital para a contratação do consórcio vencedor da licitação será conhecido no dia 22 de setembro. A liquidação do fundo se dará em cinco anos.
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Interessados Banco do Brasil, além de Fator e UBS, Vinci Partners, RB Capital e Lafosse Advogados participaram da consulta pública para a criação do fundo de imóveis do governo do Estado de São Paulo.
Aéreo O aeroporto de Guarulhos (SP) registrou recorde de passageiros que entraram ou saíram do país em julho: foram 1,3 milhão de viajantes. A melhor marca havia sido em janeiro de 2015, com 1,295 milhão de pessoas em trânsito.
Água A Fundação Banco do Brasil e o BNDES vão investir R$ 22 milhões na construção de quase 5.000 cisternas no semiárido até o fim de 2018.
E-commerce A importância relativa da venda de livros pela internet caiu de 14% para 9% no primeiro semestre deste ano, segundo a Ebit.
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com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI
Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
Escreve diariamente,
exceto aos sábados.