• Colunistas

    Tuesday, 30-Apr-2024 12:33:38 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Fabricantes de equipamentos de saúde negociam novo modelo de pagamento

    25/08/2017 02h30

    Danilo Verpa/Folhapress
    SAO PAULO - SP - 23.02.2017 - Autopsia feita por ressonância magnética, uma método menos invasivo e mais preciso que a USP está testando em nível mundial.. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, COTIDIANO)
    Aparelho de ressonância magnética; fabricantes planejam cobrar pelo serviço, e não pela máquina

    Fabricantes de equipamentos médicos negociam com hospitais e laboratórios um novo modelo de operação e de cobrança.

    A Siemens Healthineers criou no Brasil um sistema para controlar, à distância, as máquinas usadas em exames, diz o diretor-executivo da empresa no país, Armando Lopes.

    O plano da companhia é que seus próprios funcionários passem a operar os equipamentos, tanto remotamente como dentro das unidades.

    "Os ativos ficariam com a indústria. O prestador só entrega o paciente e cabe a nós devolver os dados e resultados", afirma Lopes.

    A empresa já conversa com seus clientes, mas ainda há limitações, como o sigilo dos dados dos pacientes.

    "Além disso, o preço do novo sistema ainda não compensa", diz Conrado Cavalcanti, vice-presidente da Abramed (de hospitais e laboratórios).

    "Hoje, [os fornecedores] não têm risco. Eles vendem o equipamento e ganham uma margem. Esse novo modelo seria mais completo, mas ainda está na etapa de discussões."

    A Philips integra uma PPP na Bahia em que não vende as máquinas, mas é uma das responsáveis pelo serviço.

    "Na parceria, o entendimento foi que operar equipamentos não era o foco do sistema de saúde. É uma discussão que começa a aparecer no setor privado", afirma Renato Carvalho, diretor-executivo da companhia no Brasil.

    *

    Prioridade privada

    A Siemens Healthineers, divisão de saúde da fabricante de equipamentos, reduziu o peso dos contratos com o setor público, diz Armando Lopes, diretor-executivo da empresa no Brasil.

    "A crise econômica levou a uma diminuição em torno de 20% da fatia governamental nos últimos dois anos", afirma.

    O principal motivo foi o crescimento da inadimplência, segundo Lopes.

    As vendas da Siemens para o setor público em 2017 representam cerca de 11% dos negócios da companhia. A maior parte dos contratos é de equipamentos menores e mais baratos.

    A companhia também sentiu um aumento nos atrasos de pagamento de alguns clientes privados, afirma o executivo.

    "Principalmente entre aquelas empresas que prestam serviços de análises clínicas e testes para governos e prefeituras."

    € 10,1 BILHÕES
    (R$ 37,52 bi) foi global da Siemens Healthineers de out.2016 a jul.2017

    700
    são os funcionários no Brasil

    *

    Retorno aos acionistas

    A Kroton, de educação, foi a empresa brasileira que mais gerou valor a acionistas de 2012 a 2016, segundo o BCG.

    O retorno anual médio da companhia, medido pela variação do preço das ações e o rendimento de dividendos, foi de 45% no período.

    A média global entre as 2.350 empresas analisadas pela consultoria foi de 16%.

    As áreas de atuação das brasileiras no ranking é variada, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos, onde as mais rentáveis estão ligadas a tecnologia ou mídia.

    "As empresas americanas listadas já têm certa independência em relação aos ciclos da economia de seu país", diz Jean Le Corre, sócio do BCG.

    "No Brasil, há uma dependência maior da economia local. As que mais deram retorno são companhias que sabem lidar com essa ciclicidade e que têm uma gestão focada na geração de valor."

    Geração de valor - Empresas brasileiras que deram maior retorno anual aos acionistas de 2012 a 2016, em %

    *

    Taça meio vazia

    Os vinhos e espumantes brasileiros perderam espaço para os estrangeiros no primeiro semestre, segundo o Ibravin (associação do setor).

    A venda de rótulos nacionais caiu 10% neste ano, em relação à primeira metade de 2016. No mesmo período, as importações avançaram 40%.

    A retração é reflexo da quebra de quase 60% da safra de uva no Brasil, em 2016, diz Diego Bertolini, da entidade.

    "Os vinhos processados pela safra de 2017, que foi recorde, chegaram ao varejo entre março e julho, então deverá haver uma recuperação no segundo semestre."

    *

    Eleições... Com sotaque carregado, o embaixador alemão Georg Witschel arrancou palmas ao brincar sobre uma possível candidatura de João Doria à presidência, em evento com o prefeito e empresários alemães, na quinta (24).

    ...de lá "Agora, vamos falar de eleições", disse Witschel em seu discurso. "Não se preocupe, senhor prefeito. Como bom diplomata, falo da Alemanha, não daqui. Mas, se quiser fazer um anúncio maior, não tem problema."

    Paga... O prefeito de São Paulo, que elogiou a disciplina e o rigor alemães, deu uma bronca bem-humorada no secretário Daniel Annenberg, que chegou atrasado ao evento -bem no meio da fala de Doria.

    ...a conta "Chegou na hora nosso secretário de Inovação e Tecnologia. Vai sentar na cabeceira e pagar a conta", disse o prefeito, que aproveitou o encontro para pedir aos empresários que ofereçam vagas para moradores de rua.

    *

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024