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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Farmácias planejam entrar em saúde suplementar com vacinas e testes

    30/08/2017 02h30

    Bruno Santos/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 05-06-2017: A baixa adesão à imunização contra gripe levou o Ministério da Saúde a liberar a vacina para mais grupos da população a partir desta segunda (5) até a próxima sexta (9). Foto na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque da Lapa. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FSP-COTIDIANO *** EXCLUSIVO FOLHA***
    Demora da Anvisa para regulamentar a atividade é o maior entrave para a expansão do modelo

    As redes de farmácia, neste ano, ampliaram em 41% sua estrutura para atendimento clínico, como testes rápidos e vacinação, segundo a Abrafarma, que reúne empresas como DPSP e Raia.

    O objetivo do setor é entrar na cadeia de atendimento à saúde com o acompanhamento de pacientes, afirma o presidente da associação, Sergio Mena Barreto.

    As empresas planejam, futuramente, firmar convênios com planos de saúde e criar um sistema que poderia emitir avisos e enviar dados a médicos cadastrados.

    O maior entrave para a expansão do modelo é o atraso da Anvisa (agência reguladora do setor) para definir as regras para a atividade, avalia Deusmar Queirós, fundador do grupo Pague Menos.

    "Já oferecemos atendimentos mais triviais, de glicose, pressão, mas ainda aguardamos a regulação para fazer testes, como o de HIV, e vacinas."

    A vacinação deverá ser a primeira a ser liberada -a consulta pública sobre o tema já foi concluída, e o setor projeta que até março de 2018 possa oferecer o serviço.

    A regulação para testes laboratoriais, porém, ainda deverá passar por consulta pública na agência, que não tem um prazo para a publicação.
    Os investimentos no modelo se iniciaram em 2016, mas tem se intensificado neste ano, afirma Queirós.

    No primeiro trimestre, 8,5% das lojas de grandes redes tinham espaço para serviços clínicos, taxa que subiu para 12,1% no trimestre seguinte.

    "Hoje, todas as lojas abertas pelas grandes redes têm essa estrutura", diz Barreto.

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    País tem recorde de empresas endividadas, segundo birô

    O número de empresas inadimplentes no Brasil em julho deste ano foi o maior já registrado pelo Serasa Experian desde março de 2015.

    Ao todo, são 5,11 milhões de companhias com nome sujo na praça, cuja dívida somada totaliza R$ 121,1 bilhões.

    "Nós prevemos que ainda haverá crescimento da inadimplência de empresas pelo menos até o fim de 2018", afirma Marcelo Leal, diretor do birô de crédito.

    "O agravamento da situação econômica levou a uma restrição da oferta de crédito, o que afeta o fluxo de caixa das companhias e gera um endividamento", diz ele.

    A demanda por alternativas de cobrança de dívidas, em que uma terceirizada vai atrás dos devedores, tem aumentado, afirma Leal.

    Dois bancos de grande porte, cujos nomes não são divulgados, acabaram de aderir à plataforma on-line de renegociação do birô, que hoje conta 1.400 credores.

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    Sob nova direção

    As aquisições de empresas, que começaram o ano em ritmo acelerado e diminuíram depois de maio, voltaram a crescer em relação ao ano passado, segundo a PwC.

    Ao comparar o período de janeiro a julho deste ano com o de 2016, houve uma alta de 6% no número de operações.

    "É um acréscimo pequeno, mas já é uma vantagem", diz Rogério Gollo, sócio da consultoria. Até o fim do ano, a quantidade de transações deverá subir mais -a expectativa é que 2017 seja 10% maior que 2016.

    Um fator que impulsiona as aquisições é a perspectiva de melhora da economia, com inflação baixa e possível diminuição de juros, diz.

    Outro elemento é que há empresas no mercado que não estariam, não fosse a Lava Jato. "Uma venda como a Alpargatas só surge com crise, e quem se interessa precisa adquirir no momento."

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    Vale por três

    A absorção líquida (diferença entre área contratada e devolvida) de julho nos escritórios de alto padrão em São Paulo foi superior à registrada em todo o segundo trimestre, segundo a Cushman & Wakefield.

    Cerca de 17,3 mil m² foram absorvidos, quase 20% a mais que os 14,5 mil m² de abril a junho.

    A melhora ocorreu principalmente devido à entrada de empresas em dois empreendimentos na região da Faria Lima e em um na avenida Paulista, diz Gustavo Garcia, gerente da consultoria.

    "Organicamente, o mercado já começa a crescer mais, e deveremos ter uma vacância decrescente no ano que vem. Hoje, a taxa está em 26%, mas deverá terminar 2017 em 28%."

    O preço médio em julho, de acordo com a Cushman, foi de R$ 98,1 por metro quadrado, uma redução de 1,1% em relação ao mês anterior.

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    Política... Com a perspectiva de condenação das políticas industriais brasileiras na OMC, a Abinee, do setor eletroeletrônico, já estuda com o governo alternativas, mas evita falar sobre elas.

    ...industrial "O Brasil tem de aprender a fazer política industrial como os outros países, que fazem e passam ilesos na OMC", diz o presidente Humberto Barbato.

    Silicone... A produção de silicone no Brasil cresceu 4% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016.

    ...em alta Foram produzidas 33 mil toneladas e movimentados US$ 112 milhões (cerca de R$ 354,7 milhões), segundo a Abiquim (associação da indústria química).

    Confiança...A confiança do consumidor paulistano caiu 3,1% em agosto, e ficou 1,4% acima do nível de um ano atrás, aponta a FecomercioSP.

    ...em baixa A projeção da entidade é que o índice, bastante afetado pelo cenário político, não termine 2017 em queda, mas tampouco tenha uma recuperação.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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