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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Shoppings voltam a fechar contratos com redes para novas lojas, diz setor

    01/09/2017 02h30 - Atualizado às 15h24

    Pedro Kirilos / rioTur / Divulgação
    Foto do Shopping Rio Sul; shoppings projetam uma aceleração na expansão de lojas a partir do início de 2018 (Foto: Pedro Kirilos / rioTur / Divulgação)
    Shoppings projetam uma aceleração na expansão de lojas a partir do início de 2018

    Redes varejistas voltaram a fechar contratos para acelerar a abertura de lojas em shopping centers, segundo o setor.

    Há uma mudança em relação aos dois últimos anos, quando as negociações eram pontuais e planejadas loja a loja, diz Pedro Daltro, presidente da CCP (Cyrela Commercial Partners), que administra seis empreendimentos.

    "Tivemos cerca de sete negociações fechadas para mais de um shopping. O mercado ainda não está no nível de 2013 ou 2014, mas já assinamos contratos com empresas que vieram negociar 4 ou 5 unidades", afirma o executivo.

    "Temos redes que assinaram uma sequência de seis ou oito contratos", diz Marcelo Miranda, vice-presidente comercial do Iguatemi.

    "A sensação, no dia a dia, é que os pedidos de desconto [no aluguel] já caíram pela metade, e há mais conversas para se retomar a expansão."

    O crescimento do setor é puxado principalmente por lojas de menor porte em segmentos como vestuário e serviços, afirma Adriana Colloca, diretora da Abrasce (associação do setor).

    "É uma recuperação lenta, não é algo generalizado, mas há uma retomada. A expectativa geral é que o setor melhore no início de 2018."

    A CCP, que também administra torres comerciais, deverá expandir seus negócios a partir do ano que vem, segundo o presidente Pedro Daltro.

    "Nos shoppings, vamos crescer de forma orgânica. Estamos mapeando empreendimentos que podem ter a área expandida, com algumas possibilidades para a segunda metade de 2018."

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    Vendas de smartphone crescem 11,7% no 2º trimestre

    As vendas de smartphone no Brasil cresceram 11,7% em volume no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016, segundo o IDC. Foram comercializadas 12,1 milhões de unidades.

    "Muitos usuários começaram o ano com celulares comprados em 2014. Estimamos que 80% das vendas de 2017 sejam reposições", afirma Leonardo Munin, da consultoria.

    A projeção para este ano é que haja uma alta de 12% em unidades comercializadas e de 8% em valor, aponta o IDC —uma proporção rara, pois a receita costuma crescer acima do volume.

    "Os fabricantes têm feito cortes agressivos de preço. Descontos que eram de R$ 100 a R$ 150 hoje são de R$ 200 a R$ 300. É uma guerra que tira valor do mercado", diz Munin.

    A Motorola teve um crescimento equivalente em ambos os indicadores neste primeiro semestre, afirma Sergio Buniac, presidente da companhia para a América Latina.

    "Tivemos um aumento de 57% e um ganho de fatia do mercado premium com um lançamento", diz ele. "Era um segmento em que nossa participação era de 4% e que hoje chega a um terço."

    Computador de bolso - Variação na venda de smartphones, na comparação com o mesmo período do ano anterior, em %

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    Mesmo dinheiro, mais bens

    Os preços nos supermercados de São Paulo tiveram a maior queda desde dezembro de 2006, aponta a Apas, associação do setor. No acumulado de 12 meses, houve variação de 1,11 para baixo.

    O leite e feijão foram os maiores responsáveis pelo resultado, diz Rodrigo Mariano, economista da entidade.

    "No ano passado, esses produtos estavam com preços muito altos e isso incentivou a produção." Nem todos os preços no supermercado caíram: café em pó e refrigerantes tiveram altas, diz.

    QUEDA... - <div>Variações de preços nos supermercados de SP, em %</div>

    A crise empurrou o preço médio para baixo, diz Ana Paula Tozzi, diretora-executiva da consultoria AGR, especializada em varejo.

    As marcas que tiveram crescimento nos últimos anos foram as de valores menores, e isso forçou as outras a segurar aumentos. Essa tendência, no entanto, está próxima do fim, segundo ela.

    "Agora, se começa a enxergar um movimento de retomada de produtos com mais valor agregado", afirma.

    ...ACUMULADA - IPCA acumulado em 12 meses, por segmento

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    Sem CNPJ

    Metade dos salões de beleza do país atuam na informalidade, sem recolher impostos, segundo pesquisa da Euromonitor contratada pela Beauty Fair, uma feira do setor. Isso representa 550 mil negócios nessa situação.

    "Sabíamos que o número era alto, mas não que chegava a metade das empresas", afirma Cesar Tsukuda, diretor-geral do evento.

    Há baixa adesão a tecnologias. O segmento, que faz compras de R$ 2,5 bilhões ao ano, tem como principal canal de abastecimento as visitas de vendedores das marcas.

    E AÍ, BELEZA? - Maiores fontes de receita de salões no Brasil, em %

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    Pagar para ver

    Os ataques cibernéticos deste ano não impulsionaram investimentos de empresas brasileiras em uma maior segurança na área, segundo Roberto Zegarra, vice-presidente da consultoria Marsh.
    "O país está atrasado em relação a vizinhos, como Colômbia, Chile, México e Peru."

    A recente onda de ataques virtuais elevou a procura por informação, mas não gerou tantas medidas concretas de segurança, diz o executivo.

    "No Brasil, hospitais privados, que têm dados sensíveis de pacientes, já fazem uma boa gestão de risco. O mercado de imóveis, menos."

    O setor imobiliário é visado por hackers atrás de informações privilegiadas, por sua forte movimentação financeira.

    ATAQUE CIBERNÉTICO - Setores mais vulneráveis Risco por setor, em %

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    Sem... O consumo de energia no mercado livre cresceu 1,1% no acumulado de janeiro a julho deste ano em relação a 2016, segundo a Comerc.

    ...química Em julho, o consumo ficou estável na comparação com o ano passado. O pior desempenho foi da indústria química, que caiu 5,8%.

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    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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