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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Beneficiário de empresa no país terá de abrir mais dados à Receita até 2018

    06/09/2017 02h30

    Sergio Lima/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL 08-03-2012, 15h30: Predio da Receita Federal no Setor de Autarquia Sul. (Foto: Sergio Lima/Folhapress PODER) FOTOS PARA FOLHAPRESS.
    Cadastro das empresas brasileiras precisará informar o beneficiário final da companhia

    Em linha com a busca mundial por mais transparência, investidores começam a se adequar à obrigatoriedade de declarar o beneficiário final das empresas brasileiras, segundo advogados.

    Até o fim de 2018, pessoas físicas que tenham negócios no país precisarão abrir a informação quando exercerem influência e tiverem mais de 25% do capital de uma companhia local.

    Alguns investidores de fora mostraram preocupação em ter de fornecer seus dados em casos desnecessários, como quando o controle é muito pulverizado, afirma Tatiana Penido, do Mattos Filho.

    Uma instrução normativa publicada pela Receita Federal em agosto tornou a norma mais clara, diz ela.

    "Há receio [de investidores], mas a troca de informações vai se tornar comum. Não vejo uma movimentação contrária", diz Tiago Dockhorn, do Machado Meyer.

    "Nós conhecemos grupos que já decidiram não atualizar seus dados. Caso a Receita aplique as penalidades previstas [de cancelar os CNPJs irregulares], prevemos contestações na Justiça", diz Ramon Castilho, do Souza Cescon.

    Além de trazer maior transparência, a medida também reduzirá as despesas em processos de investigação de ativos, afirma Aldo Moscardini, sócio da Localize, do setor.

    "Quando é preciso quebrar a estrutura de offshores, há gastos adicionais como advogados estrangeiros, que podem chegar a R$ 1 milhão."

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    Empresa de comércio na web abre centro de distribuição

    O Mercado Livre testa, em forma de piloto, um centro logístico para armazenar e despachar produtos dos vendedores que usam a plataforma.

    O armazém fica em Louveira (SP), afirma Stelleo Tolda, diretor de operações da empresa. A área tem 50 mil m², mas uma parte pequena é usada hoje, pois a operação ainda está no início.

    "[É um serviço] para clientes que têm porte, que até podem ter um pequeno local para distribuição, mas que precisariam contratar segurança e responsáveis por receber mercadorias e cuja operação não justifica isso."

    Para poder usar o galpão, um vendedor deve fazer ao menos cem transações por dia, diz ele. Um setor que deverá ter muitos usuários do serviço é o de autopeças.

    "Essas empresas comprarão produtos de fornecedores delas e mandarão entregar em Louveira. Nós vamos receber, e à medida que os bens são vendidos, saem de lá com custo menor, porque faremos isso para muita gente."

    O Mercado Livre também testa ofertar crédito para capital de giro a seus parceiros.

    Como os clientes deles recebem pelo Mercado Pago, solução de pagamento da plataforma, a quitação acontece antes de o dinheiro chegar ao bolso do vendedor.

    EM NÚMEROS - Resultados do Mercado Livre nos últimos anos

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    Novo Inovar-Auto terá fundo para inovação à prova de ajustes fiscais

    O Rota 2030, política industrial que substituirá o Inovar-Auto, deverá criar um fundo para inovação cujos recursos não possam sofrer cortes de orçamento, segundo o Mdic (ministério da indústria).

    A ideia é que as empresas que participarem do novo programa depositem no fundo os valores referentes à contrapartida dos benefícios.

    O Inovar-Auto já utiliza um fundo nesses moldes, mas que é pouco efetivo.

    O motivo é que os recursos depositados entram no orçamento e acabam sendo contingenciados, afirma Klaus Curt, presidente da Anip (associação do setor de pneus), que participa das reuniões de elaboração da nova política.

    "O mecanismo deverá ser mais usado, mas é importante que sua gestão esteja fora do alcance de cortes fiscais."

    Ainda não foi definido, porém, como será a administração do fundo previsto no Rota 2030, que, segundo o Mdic, passa por ajustes finais.

    EM MARCHA LENTA - Recursos depositados por empresas do Inovar-Auto no fundo setorial <br><br><b>Arrecadação, em milhões de R$</b></b>

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    Dobrar a oferta

    O Vila Velha Hospital, no Espírito Santo, deverá investir R$ 40 milhões de recursos próprios para dobrar de tamanho nos próximos dois anos.

    Hoje com 247 leitos, a instituição opera com mais de 95% de ocupação. A ideia é construir um novo edifício e chegar a 500 leitos.

    "A demanda por saúde de alta complexidade tem crescido no Estado", diz o diretor-presidente, Rommel Grossi.

    A venda do hospital não é descartada, mas não é o foco atual da empresa, que faturou R$ 135 milhões em 2016 e prevê alta de 10% neste ano.

    "Frequentemente somos sondados, mas esses grupos querem instituições em dificuldade financeira, para comprar barato", afirma.

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    Pesquisa e... A Embrapii, agência de inovação ligada ao governo, vai incorporar nesta quarta (6) mais quatro polos e cinco unidades à sua rede.

    ...desenvolvimento Os projetos dos centros deverão somar R$ 149 milhões em projetos de diferentes áreas, como energia e agroindústria.

    Pé lá fora A empresa gaúcha de calçados Vinícius Dapper vai abrir uma unidade em Nova York e abrir duas novas lojas até o início de 2018.

    Debaixo... As vendas do atacado de cama, mesa e banho na 25 de Março, em São Paulo, cresceu 3,5% em agosto, aponta o Sinditecidos.

    ...da coberta A alta mensal foi atribuída à queda da temperatura na cidade, que impulsionou a venda de cobertores e itens mais pesados.

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    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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