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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Lei aprovada no Senado causa conflito entre gestores de cartórios pelo país

    25/09/2017 02h30 - Atualizado às 14h46

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Desde 2009, gestão de cartórios cujos contratos terminaram é definida por concurso público
    Desde 2009, gestão de cartórios cujos contratos terminaram é definida por concurso público

    Uma lei aprovada no Senado na última semana pode embaralhar a titularidade de cerca de 4.000 cartórios.

    Se for sancionado, o texto do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) garante reconhecimento e dá legitimidade a antigos processos seletivos de gestores desses órgãos.

    São cartórios cujos contratos terminaram, mas que foram ocupados por titulares que eram de outras praças.

    Isso aconteceu antes de uma lei que regulamentasse essa prática —as trocas foram autorizadas pelos Tribunais de Justiça de cada Estado, cada qual com sua regra.

    O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) extinguiu esses processos em 2009, declarou essas transferências inválidas e obrigou a realização de concursos públicos.

    Desde então, houve processos seletivos que deram a esses órgãos novos gestores.

    Se a lei entrar em vigor, cada caso será disputado na Justiça, diz o juiz Marcio Evangelista, do CNJ. "Nós não podemos atuar, mas entraríamos com uma Adin (ação direta de inconstitucionalidade)."

    A Andecc (associação de defesa de concursos para cartórios) tenta agendar audiência com o presidente Michel Temer, para que ele vete o projeto de lei, diz a presidente da entidade, Milena Guerreiro.

    "Caso ele não faça isso, deveremos protocolar a Adin."

    A posição da Anoreg (associação dos registradores) é de neutralidade, diz o presidente Cláudio Marçal Freire.

    "Quem estava há 15 anos tem direito de reclamar. Mas os outros colegas fizeram concursos, assumiram as posições e têm razão também."

    Folhapress
    GAME OF THRONES' DA FIRMA RECONHECIDADiferentes grupos que reivindicam os cartórios

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    Atividade Vulcânica

    No Brasil desde fevereiro, a Kiko Milano, grife italiana de cosméticos, acaba de inaugurar a sua quinta loja em São Paulo e pretende abrir mais três unidades em 2018.

    Para os próximos pontos, a empresa estuda possibilidades em Campinas e nos shoppings Anália Franco e Iguatemi.

    Os resultados estão em linha com o esperado, apesar da crise, afirma Stefano Percassi, sócio fundador. "Sabemos que o Brasil tem essa atividade vulcânica", brinca Percassi, referindo-se às turbulências políticas.

    O empresário inspirou-se na americana Mac para criar a sua própria marca, com preços mais acessíveis -um lápis custa R$ 15,90. O produto mais caro no país, um sérum, sai por R$ 170.

    "Em dois anos, teremos investido no Brasil € 10 milhões (cerca de R$ 30,7 milhões). Foram € 7 milhões alocados neste ano e mais € 3 milhões, em 2018."

    Sem contar a entrada no mercado do Rio de Janeiro em 2019. Percassi também pretende implantar um sistema de franquias, a começar do Brasil.

    "A expansão de lojas próprias continuará, ainda que com ritmo mais lento." São 1.050 lojas em 21 países.

    *€ 700 milhões * (cerca de R$ 2,6 bilhões) foi o faturamento em 2016

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    Risco mais barato

    O preço dos seguros empresariais na América Latina caiu 0,4% no segundo trimestre deste ano, segundo a corretora Marsh.

    No Brasil, o movimento é similar, segundo empresas ouvidas pela coluna. A queda em parte se deve à recessão, afirma Katia Papaioannou, da corretora.

    O faturamento das empresas serve de base à precificação. Quando ele se retrai, as taxas acompanham, diz ela.

    Os valores também têm caído à medida que a oferta de seguro no país cresce, o que ocorre desde 2008, quando o mercado de resseguros foi aberto, diz Vanderlei Ravazzi, diretor da AXA no Brasil.

    "Ainda não há perspectiva de inflexão [na queda de preços]. Só enxergo isso se houver uma mudança macroeconômica e um aumento da taxa de juros internacional."

    "A precificação está subdimensionada. Com a maior concorrência, muitas seguradoras ignoram alguns fatores e focam apenas na receita e na cobertura", diz Patrícia Boccardo, do Sincor-SP (sindicato de corretores).

    Sempre em queda - Variação das taxas de renovação de seguros empresariais na América Latina, em %*

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    Retrocesso

    A exportação brasileira de produtos de alta tecnologia, como componentes de avião, para a América Latina caiu 65,8% nos últimos dez anos, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

    "A concorrência aumentou. Muitos países firmaram acordos com Estados Unidos, União Europeia e até a China", diz Fabrizio Panzini, da entidade.

    O movimento é diferente daquele observado nas vendas para os americanos, que subiram 119%. "Houve uma agenda de investimentos bilaterais, sobretudo nos setores de química fina e aeronáutica."

    Exportações de última geração - Vendas externas brasileiras de produtos de alta intensidade tecnológica, em US$ bilhões

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    Educação O grupo Adtalem investiu cerca de R$ 25 milhões nos campi de Brasília e São Paulo do Ibmec, que passarão a ter graduação em 2018.

    Sobre a mesa A Oxford, fabricante de porcelana e cerâmica, começará a atuar no segmento de taças e copos de cristal feitos à máquina, mais resistentes que os feitos à mão atualmente. A produção será terceirizada e feita por uma empresa europeia.

    Franquias A holding EFFE abrirá duas unidades da Doutor Resolve, de reparos, e três da Dona Resolve, de limpeza, até outubro. Hoje, são 82 e 42 operações, respectivamente.

    RH A Vivante, de serviços terceirizados, elevou em 10% o seu número de funcionários devido a contratos nas áreas de saúde e educação. Atualmente são 6 mil empregados.

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    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

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    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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