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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Indústria nacional não planeja voltar a expandir fábricas em 2018

    26/09/2017 03h00 - Atualizado às 12h14
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    GERJ
    Indústria, educação, TI: confira quem está pagando mais aos recém-contratados --- Indústria voltou a contratar, com salários maiores em funções como ajustador mecânico e alimentador de linha de produção

    Ainda com forte ociosidade, a maior parte da indústria não deverá retomar os investimentos em capacidade produtiva no próximo ano -mesmo com a perspectiva de uma melhora das vendas, segundo executivos e entidades.

    "Temos disponibilidade suficiente para comportar um aumento de demanda até 2019 ou mesmo 2020", afirma Thierry Fournier, presidente do grupo Saint-Gobain no Brasil, na Argentina e no Chile.

    O perfil dos aportes -que, em 2016 e 2017, se restringiram a modernizações e melhorias de eficiência das fábricas-, deverá se manter no próximo ano.

    "Os investimentos em atualizações nunca param, especialmente nas multinacionais que fazem lançamentos globais. Expansões, porém, não estão no radar", diz Humberto Barbato, presidente da Abinee, do setor
    eletroeletrônico.

    A ociosidade da indústria no país está em 35%. Se consideradas apenas as grandes empresas, a taxa cai para 30%, segundo Renato Fonseca, da CNI (confederação da indústria). O índice era de cerca de 20% em 2011.

    Uma expansão deverá ocorrer em alguns segmentos, como nas indústrias que fornecem ao agronegócio e no setor farmacêutico, avalia o executivo da Saint-Gobain.

    A queda da taxa de juros deverá ser um fator determinante para o aumento dos investimentos, afirma José Velloso, presidente-executivo da Abimaq, que reúne fabricantes de equipamentos.

    "O ritmo atual de redução dos juros, porém, não será suficiente para justificar uma expansão da produção em 2018", diz ele. O setor de máquinas registra a pior taxa de ocupação, segundo a CNI.

    industria

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    Liga o forno

    A fabricante de revestimentos cerâmicos Eliane, diferentemente da maioria das indústrias, voltará a ampliar a produção em 2018, diz Edson Gaidzinski Jr., diretor-presidente do grupo.

    A empresa colocará mais um forno em funcionamento no ano que vem.

    "Aumentamos a produção no ano passado e, em 2017, investimos R$ 35 milhões em melhorias internas e no ambiente de trabalho", afirma o executivo.

    "Para o ano que vem, o investimento deverá ser maior, por causa do novo forno que vamos ligar. O nível de aporte deverá girar entre R$ 35 milhões e R$ 50 milhões", diz ele.

    As exportações representam cerca de 17% da operação da Eliane Revestimentos atualmente. A empresa planeja ampliar essa fatia nos próximos anos e alcançar 20% já em 2018.

    "Estamos com alta de 4% na receita em relação ao ano passado. Ainda é pouco porque grande parte do nosso volume no mercado interno vai para construtoras, que reduziram o ritmo de lançamentos nos últimos anos."

    R$ 900 MILHÕES
    foi o faturamento da Eliane Revestimentos em 2016

    2.400
    são os funcionários

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    Virada na palma da mão

    Os acessos ao site da Netshoes por dispositivos móveis no primeiro semestre superaram as visitas a partir de computadores. Chegaram a 60,2% do total, afirma Otavio Lyra, diretor de relações com investidores da companhia.

    "A venda no mobile hoje representa 43%, 14 pontos percentuais a mais que no mesmo período de 2016."

    O valor gasto por compra no desktop ou no mobile é semelhante, mas a frequência com que clientes usam smartphones é maior, diz ele.

    No Mercado Livre, metade das compras já são feitas por dispositivos móveis, segundo o diretor Daniel Aguiar.

    "Sabíamos que o uso de smartphones no Brasil superaria o de notebooks e desktop. É um dos motivos pelos quais fomentamos o uso do nosso aplicativo."

    No Privalia, de vestuário com desconto, o smartphone é a origem de 70% da receita e de 88% dos acessos ao site.

    24,6%
    das vendas no e-commerce são feitas por dispositivos móveis, segundo a consultoria e-Bit

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    De volta ao balcão

    O nível de investimento do comércio na Grande São Paulo cresceu 23,6% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2016.

    O patamar é o maior desde março de 2015, mas segue baixo: em uma escala de 0 a 200, está em 74,5, aponta o índice da FecomercioSP.

    A intenção de contratar funcionários nos próximos meses subiu 20,4% em relação a setembro do ano passado, taxa acima do esperado pela entidade, segundo o economista Fábio Pina.

    "Nossa expectativa era uma recuperação do emprego só a partir do ano que vem, mas já deverá haver uma retomada no fim de 2017, mesmo que em cima de uma base de comparação fraca", diz.

    A federação projeta uma alta de 31% dos funcionários temporários contratados pelo comércio em outubro e novembro. As vendas deste ano deverão subir ao menos 5%.

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    Sorria A Implacil De Bortoli, de implantes dentários, planeja investir R$ 20 milhões nos próximos três anos para desenvolver novos produtos. O Brasil é o segundo maior mercado do setor no mundo, atrás apenas de Estados Unidos.

    Sola gasta Quase um quarto (24,5%) das pessoas começaram a andar com mais frequência para se locomover pela cidade em decorrência da crise econômica, aponta a Sodexo, de benefícios. Cerca de 1.200 brasileiros participaram do levantamento.

    Trocas Para 57% dos executivos da indústria, as reformas da economia vão acelerar a automação e digitalização do setor no curto prazo. O resto dos respondentes diz que essa mudança virá mais tarde. A pesquisa é da Amcham.

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    Hora do café

    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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