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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Volume de querosene de avião tem primeira alta depois de 30 quedas

    08/10/2017 02h30

    Paulo Pinto/ Fotos Públicas
    14/07/2016- São Paulo, Brasil- Recessão atinge companhias aéreas brasileiras e oferta de voos pode diminuir. Na foto: avião pousa no aeroporto Internacional de São Paulo.( Fotos Publicas)
    Venda de combustível para aeronaves cresceu pela primeira vez desde 2015

    A venda de querosene para aviação teve, em julho, a primeira alta desde março de 2015. O volume, em metros cúbicos, foi 1% acima do mesmo mês do ano passado. A informação é da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

    "A quantidade de querosene para avião teve uma queda lenta em 2015 que se acentuou em 2016", diz Ana Mandelli, diretora do Sindicom (sindicato das distribuidoras).

    A melhora atual é um sinal de recuperação que deverá ser mais sustentável que o crescimento do ciclo que durou até 2014, diz ela. Isso porque as empresas ajustaram suas malhas e o número de aviões nos seus portfólios.

    A Latam Brasil pretende terminar 2017 com 306 aeronaves, contra 329 no ano passado. A Gol tinha 119 no começo de 2016 e 116 nesse ano. Os dados são dos relatórios trimestrais das aéreas.

    As quedas de vendas de combustíveis ocorreram em decorrência desse movimento das companhias.

    COMBUSTÍVEL PARA VOAR - Variação de vendas para aviões em relação ao ano anterior, em %

    As distribuidoras, que haviam feito investimentos para atender um mercado maior, reduziram suas operações.

    "A isso se aliou a privatização de aeroportos. As concessionárias que assumiram têm mais capacidade de execução que a Infraero, e isso exigiu aportes das empresas de combustível em adaptações físicas e em infraestrutura."

    O cenário agora é outro: não se esperam mais reduções das aéreas e as distribuidoras já sabem como lidar com empresas privadas que gerenciam aeroportos.

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    Empresa alega demora da Anvisa e desiste de fábrica no Brasil

    A Oxitec, de biotecnologia, acaba de desistir de trazer ao Brasil a produção de ovos de mosquitos geneticamente modificados para combater o Aedes aegypti.

    O motivo foi a demora da Anvisa (agência reguladora) para criar um marco regulatório para o setor e a queda dos investimentos públicos, diz Jorge Espanha, diretor-geral da empresa no país.

    "O Brasil era o candidato natural a receber a fábrica", afirma o executivo. A sede global da Oxitec decidiu construir a planta, de R$ 30 milhões, na Inglaterra.

    A empresa opera no Brasil desde 2014, quando recebeu a autorização do CTNBio (comissão de biossegurança) e instalou uma planta em Piracicaba (SP).

    À época, a Anvisa não se pronunciou sobre o tema, mas, em 2016, anunciou que faria uma regulamentação. Desde então, a agência não deu nenhum passo para a criação do marco.

    A Anvisa diz que não há novidades sobre o tema.

    "Vamos manter nosso plano de ampliar os contratos com cidades que têm orçamento, mas a incerteza e a situação fiscal do governo limita uma atuação maior", afirma Espanha.

    R$ 505 MILHÕES
    é o valor pela qual a Oxitec foi adquirida, em 2015, pela Intrexon, sua atual controladora

    110
    são os funcionários no Brasil

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    Cobertura de luxo

    A Omint, seguradora e operadora de saúde, começará a vender seguros de vida individual ainda neste ano, segundo Cícero Barreto, diretor comercial da empresa.

    Assim como já ocorre nos planos de saúde, o público-alvo da empresa serão clientes de alta renda, com coberturas de até R$ 30 milhões.

    A comercialização do produto deverá ajudar na expansão da companhia em 2018, afirma o executivo.

    "Temos hoje 300 corretoras e consultorias. A expectativa é triplicar esse número no próximo ano, quando passaremos a atuar em outros locais, como no interior de São Paulo e do Rio, Brasília e outras capitais", diz ele.

    "O segmento individual deverá representar 30% do nosso prêmio até 2019. Temos cerca de 10 mil segurados nos planos empresariais, e acreditamos que os clientes atuais poderão demandar uma cobertura adicional."

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    Concentração na capital

    A contratação de áreas em condomínios logísticos em São Paulo superou as devoluções em 36,3 mil m² no terceiro trimestre, segundo a consultoria imobiliária CBRE.

    As áreas mais afastadas da capital, porém, tiveram absorção líquida negativa.

    No raio de 30 a 60 km de São Paulo e nos locais a mais de 60 km de distância, as devoluções superaram as locações em 3.900 m² e 54 mil m², respectivamente.

    A necessidade das empresas entregarem mercadorias num prazo cada vez menor e a queda nos preços dos galpões mais próximos da capital reduziram a demanda por empreendimentos no interior, diz Rodrigo Couto, da CBRE.

    "Nas áreas afastadas a mais de 30 km de São Paulo, foram construídos condomínios com um porte maior do que era possível de se absorver em um intervalo tão curto."

    A taxa de vacância nos galpões se manteve estagnada no terceiro trimestre em relação ao anterior e ficou em 27,7%, segundo a companhia.

    CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS - Diferença entre a área contratada e devolvida (absorção líquida), em mil m²
    p(star). *

    Lava... Cerca de 29% das empresas têm programas anticorrupção maduros, aponta a Amcham, que ouviu 130 diretores e gerentes jurídicos.

    ...Jato A porcentagem é quase igual à de companhias que não têm uma estrutura de compliance (26%), diz Ana Carracedo, da entidade.

    Alimentação A rede americana Tony Roma's investiu R$ 6 milhões em sua nova loja no Shopping Morumbi. O plano é abrir mais 10 até 2022.

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    com FELIPE GUTIERREZ, TAÍS HIRATA e IGOR UTSUMI

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
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