• Colunistas

    Friday, 03-May-2024 11:50:28 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Frota mais velha impulsiona setor de autopeças

    15/10/2017 02h30

    Gabriel Cabral/Folhapress
    Mecânico de automóveis está entre profissões com mais chances de desaparecer por causa da tecnologia
    Oficinas e fabricantes menores de autopeças tendem a ser adquiridos, segundo consultoria

    O envelhecimento da frota brasileira poderá levar a um crescimento anual de 6% a 7% do lucro do setor de autopeças pelos próximos três anos, segundo a A.T. Kearney.

    "A maior idade dos veículos em circulação vai aumentar a demanda das empresas que fornecem para o consumidor final", diz Sergio Eminente, da consultoria.

    "Em contrapartida, com as mudanças tecnológicas dos novos carros, elas precisarão se reestruturar."

    Além da necessidade de atualizar o portfólio, há uma tendência de empresas menores serem adquiridas, afirma.

    A frota brasileira tem, em média, 13,5 anos, segundo a A.T. Kearney. A estimativa dos fabricantes de autopeças, que consideram apenas automóveis, é de 9,3 anos.

    Debaixo do capô - Vendas de autopeças, por canal de distribuição, em R$ bilhões

    Na Dayco, cerca de 70% da receita no Brasil vem da fabricação de partes de reposição e 30% das vendas para montadoras, afirma Silvio Alencar, diretor da multinacional para a América do Sul.

    O mercado independente crescerá a um ritmo superior ao de equipamentos originais, mas os novos aportes anunciados recentemente por montadoras, que somam R$ 15 bilhões até 2022, vão impulsionar o setor, afirma.

    "O mercado de reparos receberá em 2018 e 2019 os veículos fabricados entre 2013 e 2014, anos em que houve ampla produção de novos modelos, diz Antonio Fiola, do Sindirepa-SP (sindicato do setor).

    "A projeção é que esse setor cresça 10%, mas isso depende também do crescimento econômico do país."

    *

    Casas de câmbio decidem entrar no Cade contra grandes bancos

    As casas de câmbio se preparam para entrar com ação extrajudicial no Cade (conselho de defesa econômica) contra grandes bancos, que encerram contas correntes "de forma unilateral" das empresas desse segmento.

    A decisão consta em uma ata de reunião da Abracam (associação do setor) realizada no dia 13 de setembro, à qual a coluna teve acesso.

    Ao fechar as contas das casas de câmbio, os bancos dificultam repasses de valores de pessoas físicas que querem trocar reais por outra moeda -elas ficam impossibilitadas de fazer transferências diretas, por exemplo.

    Como as próprias instituições financeiras também fazem operações de câmbio, os corretores consideram que se trata de concorrência desleal, pois um concorrente dificulta a operação do outro.

    Elas tentaram levar o tema ao Banco Central, que não considerou a demanda por se tratar de questão regulatória -informação que consta na ata da Abracam. Procurada pela coluna, a associação não se pronunciou.

    *

    Do interior para a capital

    A SP Farma, uma empresa que se formou da união de 220 acionistas que atuam no setor de varejo farmacêutico, investirá R$ 22 milhões para trazer a marca Super Popular do interior de São Paulo para a capital.

    A companhia, que atua no segmento das classes C e D, planeja ter em um ano 23 farmácias, o mesmo número de unidades que já existe no interior.

    "A primeira loja deverá começar a operar dentro de três meses", afirma Paulo Roberto Costa, que também é vice-presidente administrativo da SP Farma.

    R$ 50 MILHÕES
    faturamento anual da Super Popular até abril de 2017

    *

    Novidade genérica

    A Medley vai lançar sete moléculas de genéricos no ano que vem, seis a mais que em 2017, diz Carlos Aguiar, diretor-geral da farmacêutica.

    A diferença não decorre de mudanças estratégicas, mas de uma coincidência na aprovação dos projetos, afirma.

    "Também teremos dois novos medicamentos similares. O foco dos lançamentos serão as áreas de cardiologia, sistema nervoso central e saúde feminina."

    Em 2018, a companhia repetirá o tamanho do investimento feito neste ano em pesquisa. Serão cerca de R$ 25 milhões, segundo o executivo.

    A Medley também vai aumentar a verba de comunicação destinada às plataformas digitais, como redes sociais, de 25% para 40%.

    *

    Ainda pesa no bolso

    A maioria dos brasileiros (89%) diz sentir que o país está em recessão, segundo a Nielsen, que entrevistou 30 mil consumidores em 63 países.

    "Essa percepção ainda tem um impacto muito grande nos níveis de consumo, mas há uma melhora. No segundo trimestre de 2016, o percentual era de 95%", diz o diretor Domenico Tremaroli.

    Entre os consultados que dizem que o cenário econômico ainda é negativo, metade (51%) não prevê uma recuperação nos próximos 12 meses.

    Na comparação com países da América Latina, o Brasil teve o menor número de pessoas que poupou dinheiro no 2º trimestre: 12%.

    *

    Trocas Em 2017, 175 instituições fizeram operações de câmbio. Foi US$ 1,84 trilhão (R$ 5,8 trilhões). Os dez maiores bancos do segmento têm 74% desse mercado.

    Acelera A Fras-le, do grupo Randon que produz pastilhas para freios, vai ampliar suas instalações na China. Ela vai investir R$ 9 milhões em uma planta nova, de 15 mil m².

    *

    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e LETÍCIA NAÍSA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024