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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Granulado de programa de Doria tem vendas bilionárias

    18/10/2017 03h00 - Atualizado às 11h05

    Comidas liofilizadas, alvo de polêmica de um programa voltado a moradores de rua de São Paulo, são ingredientes de sopas prontas, biscoitos, sorvetes, granola e café solúvel de grandes marcas do mercado brasileiro.

    Um representante da maior empresa brasileira do setor estima que o mercado global seja de US$ 10 bilhões –especialmente pelo café, que é o tipo mais consumido em grandes países, como os EUA.

    Esses são alimentos desidratados por máquinas que forçam a evaporação da água dos alimentos em baixas temperaturas, ao diminuir muito a pressão ambiente.

    O produto que o prefeito João Doria pensou em distribuir à população de rua é feito de alimentos próximos da data de validade que passariam por esse procedimento. Como ele é desidratado, demora para estragar.

    Um equipamento pequeno que faz isso custa cerca de US$ 5 milhões (R$ 15,85 milhões), estima o executivo.

    A tecnologia existe no Brasil desde 1965, mas durante muito tempo só uma empresa produziu no país.

    A Liofood, a segunda maior do mercado, surgiu há dez anos e tem duas fábricas (uma no interior de São Paulo e outra na Bahia), afirma o sócio Murilo Masson.

    Existem hoje cinco companhias desse segmento no país, mas parte do consumo é de importados, diz Masson.

    "O Brasil também exporta, e o que puxa é o Açaí liofilizado, que usam no exterior para fazer milkshakes, granola e sorvetes."

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    Paladar aguçado

    Marcus Leoni/Folhapress
    Renata Moraes, vice-presidente da fabricante dechocolates Kopenhagen
    Renata Moraes, vice-presidente da fabricante dechocolates Kopenhagen

    A Kopenhagen vai acelerar a abertura de lojas no ano que vem, afirma Renata Moraes, vice-presidente do Grupo CRM, detentor da marca.

    "Em 2017, o foco estava nas vendas das lojas já abertas. Em 2018, o plano é ter mais 25 da Kopenhagen e 80 da Brasil Cacau [também do grupo]."

    A expansão será feita por franquias. Ao todo, foram 35 inaugurações neste ano.

    A companhia também vai aumentar em 40% os investimentos em mídia, devido ao aniversário de 90 anos da Kopenhagen, afirma a executiva.

    "Consideramos o ano que vem crucial, vamos voltar a vender alguns clássicos da marca até dezembro. Só em marketing, o aporte previsto é de R$ 50 milhões."

    800
    são as lojas de Kopenhagen, Brasil Cacau e Lindt

    1.500
    são os funcionários diretos

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    Setembro lento e gradual

    O valor médio dos aluguéis na cidade de São Paulo teve alta de 1,34% no acumulado dos 12 meses até setembro, apontam dados do Secovi-SP (sindicato de habitação).

    É o terceiro mês de alta nessa comparação.

    Na variação mensal, porém, o mercado registrou em setembro preços 0,8% mais baratos do que em agosto.

    O resultado foi influenciado pelo recuo, no mês, de 2,6% nos valores cobrados em imóveis de um quarto. Os preços para os de dois e três dormitórios ficaram praticamente estáveis (alta de 0,2% e 0,1%, respectivamente).

    A pesquisa, realizada mensalmente, levanta dados referentes apenas a novos contratos residenciais.

    A tendência para os próximos meses é que os aluguéis em São Paulo retomem o ritmo de recuperação, afirma Mark Turnbull, diretor de locação da entidade.

    "O momento ainda é interessante para os locatários, mas é de transição. Nós veremos uma reação pequena, mas positiva, de valores até o fim do ano", diz.

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    Norte e Nordeste puxam demanda por financiamento de carros novos

    As regiões Norte e Nordeste do país foram as que tiveram as maiores altas na retomada dos financiamentos de veículos leves novos, aponta a B3 (que incorporou a Cetip).

    No Brasil inteiro, a alta foi de 22,1% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2016. No Norte e Nordeste, superou-se os 32%.

    A queda do desemprego, a inflação em baixa e a diminuição das taxas de juros explicam esse crescimento dos financiamentos, segundo Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave (federação das revendedoras).

    "Há um ano atrás, a cada 10 fichas cadastrais de pedido de financiamento, apenas três eram aprovadas. Como a inadimplência do consumidor caiu, hoje, a cada 10 requerimentos, 3,7 são aceitos. É uma porcentagem positiva."

    O número poderia ser ainda maior, de cerca de 5 a cada 10 requerimentos, diz.

    O financiamento de veículos também melhorou no mercado de usados, diz Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto (federação desse setor).

    "Antes da crise, cerca de 70% das vendas eram financiadas. Isso havia caído para 30%, mas, de dois meses para cá, subiu para 40%."

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    Sexta-feira desanimada

    Cerca de 35% das empresas brasileiras deverão aderir ao Black Friday, que acontece oficialmente no dia 24 de novembro, segundo o SPC Brasil e a CNDL (confederação nacional de lojistas).

    Quase 80% deles, porém, afirma que não fará investimentos na própria operação para o período.

    Foram entrevistados 1.168 empresários em todo o país.

    Promoções para aumentar vendas (46%), aumento do portfólio (30%) e publicidade (28%) são os principais aportes mencionados pelas companhias.

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    Empurra-empurra

    A rede de supermercados populares Guanabara vai investir R$ 120 milhões em duas novas lojas nos próximos 12 meses, segundo Albino Pinho, diretor da companhia.

    Ambas estarão localizadas no Rio de Janeiro. A varejista tem hoje 25 operações, todas no Estado carioca.

    A empresa também fará um investimento de R$ 30 milhões em sua promoção anual de aniversário, em que os descontos sobre os produtos chegam a 60%.

    O período, que dura 42 dias, se inicia na próxima sexta (20), e envolve negociações com 500 fornecedores.

    Parte do aporte irá para logística. Durante a promoção, as lojas são abastecidas três vezes por dia, para evitar a falta de itens.

    A ação representa 18,5% do faturamento da Guanabara no ano, e a previsão é que o tráfego de clientes na rede cresça 70% em relação ao movimento considerado convencional.

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
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