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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Número de feiras de negócios de 2018 será 14% menor que o de 2017

    24/10/2017 02h30

    A programação das feiras de negócios de 2018 terá 30 eventos a menos que a deste ano, aponta a Ubrafe (união dos promotores), o que representa uma queda de 14%.

    O efeito da crise demorou para aparecer na realização de feiras, pois elas são agendadas com muita antecedência –o calendário de 2019 já é discutido agora, por exemplo.

    Não havia tido redução do número de eventos ainda. A consequência da recessão até aqui foi a diminuição do tamanho dos estandes, mas esse processo já se esgotou, diz Armando Campos Mello, presidente da entidade.

    "Nós vivíamos um momento de segmentação de feiras. Agora, algumas das que haviam se separado voltarão a acontecer juntas."

    O setor que teve a maior queda foi a indústria, diz ele. Como esse é um segmento com longas cadeias de fornecedores, havia muitos eventos parecidos que se juntaram.

    O Grupo Informa, empresa de capital inglês que organiza feiras de negócios no mundo inteiro, foi um dos que uniram dois títulos em somente um, diz Marco Basso, diretor-executivo para o Brasil.

    "A 'Green Buildings', voltada para arquitetura sustentável, era isolada, mas foi incorporada por outra do setor que já fazemos. Há sinergias porque ambas atraem arquitetos e engenheiros e, talvez, no futuro, as duas voltem a se separar", afirma.

    A empresa busca títulos de feiras para adquirir, e se houver opções que diminuíram de porte e ficaram de um tamanho adequado para serem anexadas, isso será feito, diz.

    HORA DA XEPA - Mercado de feira de negócios no Brasil

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    Fuga das galinhas

    A empresa de alimentos Korin planeja dobrar sua produção de ovos de galinhas criadas fora da gaiola em 2018, para 160 mil unidades diárias.

    Em boa medida, a expansão se dará com a produção de uma linha de ovos de aves criadas livremente e sem antibióticos para a marca Taeq, vendida nas redes Extra e Pão de Açúcar.

    Também no ano que vem, a empresa quer lançar ovos de galinhas não alimentadas com transgênicos.

    Para atender a demanda, a Korin investirá R$ 10 milhões em melhoria da escala de produção e ampliação de sua fábrica de ração.

    Atualmente, 60% do seu faturamento vem da produção de frangos orgânicos ou sem uso de antibióticos. "A ideia é que os ovos respondam por uma parcela maior da receita", diz o CEO, Reginaldo Morikawa.

    A empresa deverá faturar R$ 142 milhões em 2017 e prevê crescer 5% em 2018.

    80 MIL
    é a produção diária de ovos

    420
    é o número de funcionários

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    Com base de comparação alta, busca por estagiários cai

    A alta temporada de busca por estagiários começou neste mês e seguirá até fevereiro. A demanda caiu 6,7% em relação ao ano passado, aponta o Ciee (Centro Integração Empresa e Escola).

    Não foi a economia que piorou: há uma explicação para a queda da demanda por esse tipo de mão de obra no momento em que o mercado de trabalho está mais aquecido, diz Marcelo Gallo, superintendente da entidade.

    Por razões contratuais, em 2016, tanto a Justiça como os governos do Estado e da cidade de São Paulo tiveram de trocar todos seus estagiários.

    Foram volumes muito grandes de estudantes, que serão trocados aos poucos.

    "Se nós compararmos com o ano retrasado, houve alta de 12%, o que está em linha com o desempenho dos últimos meses", diz ele. Neste ano, a demanda por estagiários tem crescido 15% ao mês em relação a 2016.

    Os valores que as empresas pagam como bolsa de aprendizado se manteve estável nos últimos três anos –varia entre R$ 1.200 e R$ 1.800, além de auxílio transporte e, de forma opcional, alimentação, segundo Gallo.

    PROCURAM-SE 112 MIL PESSOAS - Evolução da demanda por estagiários, em milhares

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    O preço da maturidade

    A idade representa um aumento médio de 4,5% por ano no preço de procedimentos médicos para pessoas com 55 a 79 anos, de acordo com a consultoria Mercer Marsh.

    Essa faixa etária é a que tem o maior impacto sobre a inflação médica, segundo uma análise de 67 milhões de consultas, exames, cirurgias e tratamentos realizados entre 2007 e 2016.

    Descontadas a idade e a inflação, os custos médicos subiram cerca de 3,19% ao ano neste período, diz Francisco Bruno, da consultoria.

    "Há uma tendência de crescimento exponencial dos custos por causa da maior projeção de expectativa de vida", afirma Solange Mendes, presidente da FenaSaúde (federação de planos de saúde).

    "As despesas superam as receitas. Nosso desafio é reverter isso. Não se mexe na longevidade, mas é preciso combater os desperdícios."

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    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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