• Colunistas

    Saturday, 18-May-2024 12:52:36 -03
    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Investimento de brasileiros no exterior chega a R$ 26 bilhões

    10/11/2017 02h30

    Ricardo Moraes - 10.set.2015/Reuters
    Após dois anos de queda, investimento no exterior voltou a crescer em 2017
    Após dois anos de queda, investimento no exterior voltou a crescer em 2017

    Os brasileiros investiram cerca de US$ 8 bilhões (R$ 26 bilhões) em ativos em carteira em outros países entre janeiro e setembro deste ano, de acordo com o Banco Central.

    A cifra é diferente dos últimos anos: em 2016, os saques superaram os depósitos em US$ 400 milhões, e no ano anterior, em US$ 100 milhões.

    A reversão se deve à queda das taxas de juros, segundo Luiz Fernando Castelli, economista da GO Associados.

    "As políticas monetárias estão em ciclos diferentes. Aqui é de diminuição de juros, e em outros países, depois de anos de taxas baixas, até negativas, a perspectiva é de alta."

    A remuneração no exterior pode até ser próxima da brasileira, mas fora do país não há risco de volatilidade por causa das eleições do ano que vem, diz Silvio Campos Neto, analista da Tendências.

    "Lá fora não há opções tão melhores, mas o pleito aqui tem alto potencial de afetar preços de carteiras de ativos."

    Investimentos de brasileiros em carteiras de outros países - Em US$ bilhões, entre jan. e set.

    Buscar remuneração em outros mercados já era a recomendação que os economistas do BTG Pactual faziam aos clientes, mas a circunstância reforçou a tendência, diz Enio Shinohara, sócio do banco.

    "Nós os aconselhamos a manter um montante de 20% a 30% em ativos líquidos [com possibilidade de venda rápida] no exterior."

    Os investimentos em outros países são mais diversificados que no Brasil, e há chances de ganho em fundos de venture capital ou de hedge. As oportunidades de ganhos não se restringem a renda fixa ou mesmo ações na Bolsa.

    Neste ano - Em US$ bilhões

    *

    Voo carioca

    A iFly, empresa americana de simuladores de paraquedismo, vai inaugurar em 2018 uma unidade no Rio de Janeiro, afirma Fábio Diniz, diretor-executivo da companhia para a América Latina.

    O investimento será de pelo menos US$ 10 milhões (R$ 32,5 milhões), diz ele.

    "Nosso projeto no Rio é ter o túnel de vento [para a prática de paraquedismo], uma academia, restaurantes e piscina de onda. É bem diferente dos Estados Unidos, onde não há muitas atividades agregadas."

    A operação no Rio será a terceira da empresa no país. A companhia tem centros em Brasília e em São Paulo, unidade que acabou de ser ampliada para comportar um espaço de eventos.

    "O plano da iFly é ter seis unidades no Brasil. A ideia inicial era concluir isso em quatro anos, até 2020, mas, por causa da recessão, vamos precisar de mais 4 ou 5 anos para alcançar a meta."

    21
    são os países em que a iFly está presente

    80
    são os funcionários no Brasil

    *

    Mudança no ISS restringe planos odontológicos, diz entidade

    Alterações na tributação do ISS poderão inviabilizar a atuação de planos odontológicos em cidades pequenas, segundo o Sinog, sindicato que reúne as operadoras.

    O setor precisará recolher o imposto no local em que o serviço é prestado. Para isso, será necessário abrir unidades pelo país inteiro, afirma Marcos Novais, economista-chefe da entidade.

    "Nossa projeção é que manter uma filial simples em uma cidade custa em média R$ 80 mil por ano. Seriam necessárias 2 mil vidas para custear a operação", afirma.

    "Dos 5.500 municípios do país, no entanto, 4.912 têm menos de 2 mil beneficiários."

    A lei também definiu alíquotas mínimas e máximas do ISS, mas omitiu a base de cálculo, segundo Novais.

    Em algumas cidades, a regulamentação da regra tem definido a alíquota máxima [de 5%] sem descontar os gastos das operadoras com despesas assistenciais.

    Isso levaria a um aumento de 366% na carga tributária em relação a 2016, quando a alíquota foi de 1,9%, segundo o sindicato.

    Editoria de Arte/Folhapress
    TRIBUTAÇÃO DENTALProjeção de impostos recolhidos por operadoras de odontologia de grupo, em R$ milhões

    *

    Cuidado animal

    O mercado de saúde pet deverá faturar R$ 868 milhões neste ano, alta de 8,5% em relação a 2016, estima a Comac (do setor).

    Para o ano que vem, a previsão é de alta similar nas vendas: de 8,4%.

    "Estamos cautelosos por conta das eleições, mas, se a economia reagir bem como em 2017, revisaremos a projeção", diz Cristiano de Sá, coordenador da instituição.

    Os produtos para saúde de animais de estimação têm aumentado sua participação no faturamento da indústria. Em 2011, representavam 12% da receita; neste ano, 19%.

    *

    Boi... O Grupo Madero, que tem 105 hamburguerias da rede homônima e inaugurou neste mês a lanchonete Jeronimo, prevê lançar uma terceira marca em 2018. Vai investir R$ 20 milhões em 10 unidades.

    ...na brasa Para financiar seus planos de expansão, a companhia busca fundos que aportem R$ 400 milhões na empresa em troca de 15% de participação, afirma Junior Durski, presidente do grupo.

    De lá pra cá Os investimentos de estrangeiros em carteiras brasileiras também tiveram alta, de acordo com dados do BC: de US$ 39,3 bilhões, em 2016, foram para US$ 48,1 bilhões neste ano.

    Futebol... Os quatro clubes que foram mandantes em partidas no estádio do Mineirão arrecadaram R$ 23,1 milhões em bilheteria neste ano até outubro.

    ...rentável Cruzeiro, Atlético, Vila Nova e URT pagaram à administradora da arena valores entre R$ 5 e R$ 7 por assento.

    *

    com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024